JOSÉ REIS CHAVES
jreischaves@gmail.com
Belo Horizonte,
MG
(Brasil)
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Um paradigma de fé
ortodoxo, eis o que faz
da Igreja
um paradoxo
Para a Bíblia, a fé é a
certeza de coisas
esperadas que não se
veem. (Hebreus 11:1).
Mas ela não defende a fé
irracional e cega.
Uma autoridade católica
importante disse na
mídia: A Igreja precisa
de reformas urgentes que
a adaptem ao mundo de
hoje. Seria um adeus à
velha teologia ortodoxa
em decadência?
A nossa verdade é
relativa e mutável. Só a
de Deus é absoluta e
imutável. E a verdade
religiosa muito evolui.
Ademais, o que os
teólogos mais fizeram no
passado foi tentar, em
vão, definir Deus. E
acabaram anulando a sua
imutabilidade,
confundindo Deus com os
mitológicos,
atribuindo-Lhe
características humanas
e até três pessoas, o
que é um escândalo para
os judeus e os
islâmicos.
E os teólogos da Igreja
oficial apoiada pelos
imperadores romanos
transformaram suas
ideias polêmicas em
dogmas, que foram
impostos pela força e
com o ensino de que foi
Deus que os inspirou nas
suas ideias, o que na
verdade é fruto do seu
próprio ego! E ai de
quem negasse um dogma!
Com isso, doutrinas
polêmicas teológicas
cristãs existem até
hoje.
Com o estudo mais
profundo da Bíblia,
houve mais polêmicas e
mais divisões entre os
cristãos. E há séculos
que a Igreja está na
mesmice, parada no tempo
e no espaço. Assim,
algumas doutrinas
polêmicas ainda estão
indevidamente na Igreja
até hoje, prejudicando-a
seriamente, pois ela
está perdendo terreno
para outras religiões,
para o grupo dos sem
religião e até para o
materialismo.
O ecumenismo é frágil
entre os cristãos. E não
haverá diálogo
inter-religioso
verdadeiro e nem uma
convivência pacífica
entre a Igreja e a
Ciência, enquanto ela, a
Igreja, não
reinterpretar suas
doutrinas dogmáticas
polêmicas que, cada vez
mais, vão caindo no
descrédito,
principalmente entre os
intelectuais. Também as
igrejas protestantes e
evangélicas estão
envolvidas, em parte,
com essas questões
teológicas polêmicas,
pois elas têm herdado
vários erros da Igreja
do passado.
A renúncia de um papa é
sinal de uma crise muito
séria na Igreja. Vou
arriscar-me, pois, a
dizer o que muitos
padres, bispos e
cardeais sabem, mas não
podem falar! Aliás, às
vezes, nem o próprio
papa pode falar! Além
das razões apresentadas
por Bento XVI para a sua
surpreendente renúncia,
existem também pressões
secretas teológicas
guardadas a sete chaves,
pois a teologia é a vida
da Igreja! E lembro aqui
que ele mesmo disse que
existe hipocrisia na
Igreja. E não estaria
essa hipocrisia
relacionada com uma
crença fingida de
teólogos favoráveis ou
contrários a possíveis
mudanças teológicas que
ele, grande teólogo que
é, quis fazer, mas se
viu impotente para
concretizar seu desejo?
E essas questões
teológicas polêmicas têm
deixado frios os
católicos em sua fé. Por
isso mesmo, essa fé
fraca não tem servido de
freio à imoralidade nem
do próprio clero
católico! E agora, no
Terceiro Milênio, então,
a Igreja se vê num
dilema com seu paradoxo
doutrinário
insustentável ou, como
se diz, num beco sem
saída!