A leitora Maria José
Anunciação Camargo, de São
Paulo (SP), em carta
publicada na edição 478, de
14/8/2016, enviou-nos três
perguntas, a respeito de
Jesus e de seus ensinos. As
duas primeiras já foram aqui
respondidas.
Resta-nos responder à
terceira proposição: - Como
a moral cristã é vista pelo
Espiritismo?
Nada resume melhor o
pensamento espírita acerca
do ensino moral contido nos
Evangelhos do que este
trecho escrito por Allan
Kardec e por ele incluído na
Introdução de seu livro O
Evangelho segundo o
Espiritismo:
“Podem dividir-se em cinco
partes as matérias contidas
nos Evangelhos: os atos
comuns da vida do Cristo; os
milagres; as predições; as
palavras que foram tomadas
pela Igreja para fundamento
de seus dogmas; e o ensino
moral. As quatro primeiras
têm sido objeto de
controvérsias; a última,
porém, conservou-se
constantemente inatacável.
Diante desse código divino,
a própria incredulidade se
curva. É terreno onde todos
os cultos podem reunir-se,
estandarte sob o qual podem
todos colocar-se, quaisquer
que sejam suas crenças,
porquanto jamais ele
constituiu matéria das
disputas religiosas, que
sempre e por toda a parte se
originaram das questões
dogmáticas. Aliás, se o
discutissem, nele teriam as
seitas encontrado sua
própria condenação, visto
que, na maioria, elas se
agarram mais à parte mística
do que à parte moral, que
exige de cada um a reforma
de si mesmo. Para os homens,
em particular, constitui
aquele código uma regra
de proceder que abrange
todas as circunstâncias da
vida privada e da vida
pública, o princípio básico
de todas as relações sociais
que se fundam na mais
rigorosa justiça. E,
finalmente e acima de tudo,
o roteiro infalível
para a felicidade vindoura,
o levantamento de uma ponta
do véu que nos oculta a vida
futura. Essa parte é a que
será objeto exclusivo desta
obra.” (Obra citada,
Introd., parte I.)
(O negrito é
nosso.)
Não foi, pois, sem motivo
que Kardec escreveu na
primeira de suas obras:
"A moral dos Espíritos
superiores se resume, como a
do Cristo, nesta máxima
evangélica: Fazer aos outros
o que quereríamos que os
outros nos fizessem, ou
seja, fazer o bem e não
fazer o mal." (O Livro
dos Espíritos,
Introdução, item VI.)
Em sua derradeira obra, ele
explicou o porquê dessa
assertiva:
"A moral que os Espíritos
ensinam é a do Cristo, pela
razão de que não há outra
melhor." (A Gênese, cap.
1, item 56.)
E logo em seguida, no mesmo
capítulo, esclareceu: "O que
o ensino dos Espíritos
acrescenta à moral do Cristo
é o conhecimento dos
princípios que regem as
relações entre os mortos e
os vivos, princípios que
completam as noções vagas
que se tinham da alma, de
seu passado e seu futuro,
dando por sanção à doutrina
cristã as próprias leis da
natureza".
Em verdade, o que o
Codificador da doutrina
espírita estabeleceu com
toda a clareza, com relação
ao vínculo existente entre o
Espiritismo e os ensinos de
Jesus, nada mais é que a
confirmação do que o Mestre
de Nazaré havia predito em
sua promessa sobre o
Consolador:
"Se me amais, guardai o meus
mandamentos, e eu pedirei a
meu Pai e ele vos enviará
outro Consolador, a fim de
que fique eternamente
convosco: o Espírito de
Verdade que o mundo não pode
receber, porque não o vê;
vós, porém, o conhecereis,
porque permanecerá convosco
e estará em vós. Mas o
Consolador, que meu Pai
enviará em meu nome, vos
ensinará todas as coisas
e fará vos lembreis de
tudo o que vos tenho
dito". (João, 14:15 a 26
e 16:7 a 14.)
(O negrito é
nosso.)
Não deve, pois, causar
surpresa o fato de que a
temática principal das
palestras públicas que os
Centros Espíritas nos
oferecem versa sobre os
ensinos de Jesus explicados
à luz da doutrina espírita.
Afinal, essa é uma das
tarefas inerentes à ação do
Consolador prometido.
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