A nova era
“Os Espíritos
anunciam que
chegaram os
tempos marcados
pela Providência
para uma
manifestação
universal e que
(...) sua missão
é instruir e
esclarecer os
homens, abrindo
uma Nova Era
para a
regeneração da
Humanidade
(...).” 1
No Cristianismo
nascente, Paulo
de Tarso foi a Atenas, onde a
inteligência
se manifestava
na
Filosofia,
na Política, nas Artes,
com esperança de
que o Evangelho
seria
compreendido e,
a partir dali,
disseminado para
outras terras,
por aqueles que
vinham à busca
de
conhecimentos.
Tornar-se-iam
multiplicadores
da Doutrina de
Jesus, ao
retornarem às
regiões de
origem.
Em Atenas, Paulo
vê
templo
ao
Deus
Desconhecido
(Atos,
17:32).
Quando os gregos
se reuniram na
ágora (*),
para ouvi-lo,
disse-lhes que
era desse Deus desconhecido que
lhes vinha
falar, do
Deus
que
fez o
mundo
e o
que
nele existe.
O desfecho de
seu gesto foi
para ele de
plena
frustração. Eis
o que registram
os Atos dos
Apóstolos
(17:32) sobre
esse episódio:
“Quando ouviram
falar
de ressurreição de mortos,
uns
escarneceram, e
outros
disseram: A respeito disso te
ouviremos noutra
ocasião.”
Isso o levou a
se afastar do
meio deles...
Após Jesus,
alguns cristãos
que sucederam os
apóstolos foram
adulterando a
pouco e pouco
Sua mensagem de
Amor. A partir
do Concílio de
Niceia, em 325,
a Igreja uniu-se
aos poderosos e
esses
desvirtuamentos
culminaram com o
período de
trevas,
de mil anos,
da
Idade
Média –
do
século
V ao XV. Nele se
deram as
Cruzadas, do
século XI até o ano 1300; a “Santa
Inquisição”, do século XII ao XVIII –
fase negra da
história
humana.
A ignorância e o
fanatismo
religioso
mantiveram
separadas a
Ciência e a
Religião, o que
atrasou o progresso da primeira e o aprendizado da Moral contida
no Evangelho.
Erros clamorosos
retardaram a
evolução da
Humanidade,
entre outros:
– A crença na
Terra como centro do Universo (frutos do orgulho,
vaidade,
presunção
humanos);
– A Terra fixa,
e os astros a
girar à sua
volta: concepção
de
Ptolomeu (Século
II).
Nicolau
Copérnico
(1473/1543)
contestou
Ptolomeu, ao
conceber a
Teoria
heliocêntrica:
a
Terra
girando
em
torno do Sol.
Galileu Galilei
(1564/1642)
inventou o
telescópio e,
observando os
astros,
confirmou
que
Copérnico estava certo.
Perseguido e
quase
condenado à
fogueira, teve
que
abjurar a essa
concepção. Mas
há uma lenda que
afirma ter ele
murmurado – como
bom italiano –,
“(...) ao sair
do tribunal que
o condenaria à
fogueira, (...)
célebre frase: ‘Eppur
si muove!’,
ou seja,
‘contudo, ela se
move’,
referindo-se à
Terra”.
Humilde e
corretamente, o
Papa João Paulo
2º o reabilitou,
em 31.10.92, na
Academia
Pontifical de
Ciências,
reconhecendo
que
Galileu
“... havia sido
injustamente
condenado”
(Folha de
São
Paulo, edição de 30.10.92.)
*
Jesus, como
Governador da
Terra,
desenvolve
programação para
este orbe e para
todos os seus
habitantes, até
que “(...) tudo
o que se acha na
lei esteja
perfeitamente
cumprido,
enquanto reste
um único iota e
um único ponto”
Mt, 5:18.
E o Espiritismo
é o instrumento
para atingir
esse objetivo
com mais
celeridade,
quando o
estudarmos, o
compreendermos e
adotá-lo como
roteiro
evolutivo!
“O Cristo foi o iniciador da moral
mais
pura, da mais
sublime: da
moral
evangélico-cristã, que há de renovar o mundo, aproximar os homens
e orna-los
irmãos; que há
de
fazer
brotar
de
todos
os
corações
humanos a
caridade
e o amor ao próximo e
estabelecer
entre
os homens uma solidariedade comum;
de uma moral,
enfim, que há de transformar a Terra, tornando-a morada de Espíritos superiores aos que hoje
a habitam.
(...) o
Espiritismo
é a alavanca de
que Deus se
utiliza para
fazer com que a
humanidade
avance.
São chegados os
tempos em que as
ideias morais
hão de
desenvolver-se
para que se
realizem os
progressos que
estão nos
desígnios de
Deus. (...)
Moisés abriu o
caminho; Jesus
continuou a
obra; o
Espiritismo a
concluirá.”2
Com Moisés, os
Dez
Mandamentos e a
crença num Deus
único, mas
também
a ferocidade: o
“Deus
dos Exércitos”; “o olho
por olho,
o
dente
por
dente”.
Antes dele,
cultuavam-se
muitos deuses.
Jesus veio e
resumiu esses
dez preceitos em
dois
mandamentos;
recomendou-nos
fazer
o
bem a
quem nos faz o mal; a
amar ao próximo como a nós mesmos; a amar aos inimigos;
a perdoar
ofensas; a
dar a
capa
a
quem
pedir
a
túnica,
ou seja, a
traduzir seus
ensinos em ações
efetivas,
vivenciando o
amor pelos
semelhantes.
Com Jesus, o “Amor a Deus e ao
próximo,
como
a
si
mesmo”;
o
Deus
Pai,
que educa ao
invés de punir
‘eternamente’.
A mansuetude.
“O
Espiritismo
se tornará
crença
geral, ou continuará sendo professado apenas por algumas pessoas?
Certamente
ele se tornará crença geral e marcará uma Nova Era na História da
Humanidade,
porque está na
Natureza e
chegou o
tempo
em que
ocupará
lugar
entre os
conhecimentos
humanos (...).”
3
“(...)
o objetivo maior
do Espiritismo é
propiciar ao
homem condições
para o
autoconhecimento,
a
autotransformação
íntima à luz da
Revelação
incessante.”
(**)
“O Espiritismo, na sua missão de consolador, é o amparo do mundo
neste século de
declives
da sua História; só
ele
pode, na
sua
feição de Cristianismo redivivo, salvar
as
religiões
que
se apagam
entre
os
choques
da
força
e da ambição, do egoísmo e do domínio,
apontando ao
homem os seus
verdadeiros
caminhos.”
4
“Os tempos estão
próximos,
repito-o,
em que a grande fraternidade reinará nesse globo, em que os homens
obedecerão à Lei
do
Cristo,
única Lei que será freio
e
esperança
e conduzirá as almas às moradas
bem-aventuradas.
Amai-vos,
pois, como filhos de
um
mesmo
Pai;
não estabeleçais
diferenças entre os outros infelizes,
porque
Deus
quer
que
todos sejam
iguais;
não desprezeis a
ninguém.
Deus permite que
haja grandes
criminosos entre
vós, a fim de
que vos sirvam
de ensinamento.
Em breve, quando
os
homens
estiverem
submetidos às
verdadeiras
leis
de
Deus,
já
não
haverá
necessidade
desses
ensinos:
todos os
Espíritos
impuros e revoltados serão banidos para mundos inferiores,
de
acordo
com
as
suas
inclinações.”
5
(Sublinhamos os
grifos do
original.)
Com
a Doutrina Espírita, a
interiorização
desses ensinos;
não
mais
mandamentos,
mas
sim,
ensinamentos; a
implantação
da fraternidade,
da
solidariedade; o
conhecimento da
realidade
espiritual, da
Lei
da Reencarnação;
da
Lei
de Causa e Efeito; a
comunicabilidade
dos
Espíritos;
a conquista da fé raciocinada.
Enfim, com ela,
a busca da
evolução
consciente, que
propiciará o
advento
de Nova Era para a humanidade,
pela
transformação
moral
dos indivíduos.
(*) Praça
principal das
antigas cidades
gregas, local em
que se instalava
o mercado e que
muitas vezes
servia para a
realização das
assembleias do
povo; formando
um recinto
decorado com
pórticos,
estátuas etc.,
era tb. um
centro
religioso.
Grande
Dicionário
Houaiss da
língua
portuguesa.
(Eletrônico).
(**) Francisco
Thiesen, então
presidente da
FEB, ao instalar
o Congresso
Internacional de
Espiritismo -
CIE, em out/1989.
Referências:
1.
KARDEC, Allan.
O Livro dos
Espíritos.
Trad. Evandro
Noleto Bezerra.
2. Ed. 1. impr.
Rio de Janeiro:
FEB, 2011.
Prolegômenos, p.
70.
2.
KARDEC, Allan.
O Evangelho segundo o Espiritismo.
Trad. Evandro
Noleto Bezerra.
2. ed. – 1ª
impressão - Rio
de Janeiro: FEB,
2013. Cap. I,
it. 9, p. 42.
3.
KARDEC, Allan.
O Livro dos
Espíritos.
Trad. Evandro
Noleto Bezerra.
2. Ed. 1. reimpr.
Rio de Janeiro:
FEB, 2011. Q.
798.
4.
XAVIER, F.
Cândido. A
Caminho da Luz.
Pelo Espírito
Emmanuel. FEB:
Rio de Janeiro,
1975. p. 213.
5.
KARDEC, Allan.
O Evangelho segundo o Espiritismo.
Trad. Evandro
Noleto Bezerra.
2. ed. – 1ª
impressão - Rio
de Janeiro: FEB,
2013. Cap. XI,
it. 14, p. 156.