WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 481 - 4 de Setembro de 2016

WELLINGTON BALBO
wellington_balbo@hotmail.com
Salvador, BA
(Brasil)

 

 
Espíritas, o que fazer
primeiro: acolher ou instruir?


Meu pai trabalhou por 20 anos como bancário, transferências constantes, o que levou nossa família a residir em mais de 10 cidades. Toda mudança, uma preocupação: Como serei acolhido?

Por ter essa experiência de vida sempre fiquei muito preocupado com os chamados novatos. É motivo de angústia o primeiro dia em tudo: seja na aula, no trabalho, numa outra cidade, em instituição espírita ou não.

Pois bem, já não bastavam as mudanças na época de infância e adolescência e eis que, já com certa idade, mudo de Bauru/SP para Salvador/BA.

Entretanto, dei sorte e fui bem recebido e acolhido pelos baianos. No início algumas dificuldades, mas depois engrenou. Uma coisa é você ir numa terra como turista, outra coisa é vir a trabalho.

O importante, contudo, é que fui acolhido.

Então, vinculei-me a duas casas da capital baiana e, por necessidade das instituições, além das palestras assumi outras tarefas.

Entre elas: o atendimento a quem chega pela primeira vez ou primeiras vezes ao centro espírita. Essa atividade eu realizo num centro espírita localizado no bairro do Uruguai, periferia de Salvador. Realidade difícil, onde a rapadura, além de ser bem azeda, é mais dura que de costume.

Após a triagem inicial, os atendentes encaminham as pessoas para o setor onde estou. E vamos conversar. Não é um atendimento fraterno, mas um bate-papo, uma escuta.

Experiência bem diferente das tribunas e da literatura, porém, também muito rica. Interessante que quase todos têm uma necessidade básica: serem escutados. Querem apenas isso, uma escuta, 15 minutos de atenção, alguém que ouça os seus problemas e não emita julgamentos, não censure, não recrimine suas atitudes e pensamentos.

Ao iniciar o trabalho nessa frente, percebi que o ser humano busca acolhimento.

Claro que a palestra instrui, o seminário alimenta o conhecimento, os livros fazem-nos viajar pelas terras do saber e a cesta básica “enche a barriga”, mas com o coração vazio tudo fica mais difícil. Com o coração vazio não se concentra, a fome parece que dobra e até a cesta básica tem seu poder momentâneo reduzido.

Dia desses recebi uma senhora de 50 anos. Bonita, porte elegante e muito bem-vestida. Engatou a falar... Ela e o marido dedicaram toda a vida somente a buscar os bens da matéria. Obtiveram sucesso, enriqueceram os bolsos, porém empobreceram a relação e o coração.

Não tinham tempo um para o outro, envolvidos que estavam na corrida pelo ouro.

Redescobriram-se quando a enfermidade bateu na porta. Uma simples cirurgia do marido para retirada de um cálculo renal acabou sendo um fracasso e o deixou por 3 meses no hospital, entre a vida e a morte. Ela teve de deixar seus afazeres para acompanhá-lo na saga.

Percebeu que nem todo o dinheiro acumulado ao longo dos anos foi capaz de poupar-lhes de um erro médico.

Aconselhada por uma amiga, procurou o centro espírita. Falou ininterruptamente por mais de 30 minutos. Ao final, disse:

 - Estou aliviada! Obrigada, fui acolhida neste lugar que escutou o meu dilema. E, de certa forma, tenho de agradecer a dor, pois foi graças a ela que eu e meu marido nos reencontramos.

Graças à dor, ela e o marido voltaram a amar um ao outro. Voltaram a acolher um ao outro.

Onde há amor, há acolhimento.

O Espírito de Verdade informou:

Espíritas, amai-vos, espíritas, instruí-vos.

Allan Kardec ponderou:

A natureza deu ao homem a necessidade de amar e ser amado.

Observe que amar vem em primeiro lugar.

E amar equivale a, antes de tudo, acolher.

Ninguém ama sem primeiro acolher.

Ninguém instrui sem acolher.

Eis um desafio para os espíritas:

Acolher quem chega, estancar a dor, enxugar as lágrimas.

Após os primeiros socorros, após o acolhimento, instruir.

A ideia não é minha, é do Espírito de Verdade.

Relembrando:

Espíritas, amai-vos, espíritas, instruí-vos.

Portanto, a pergunta que não cala é: O que vem primeiro?

Pensemos nisso.



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita