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Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 482 - 11 de Setembro de 2016

TEMI MARY FACCIO SIMIONATO
temi_mary@yahoo.com.br
São Paulo, SP (Brasil)

 


Apascenta


Com voz suave, mas firme, Jesus pergunta a Simão Pedro: “Pedro, filho de Jonas, tu me amas”? Ao que lhe respondeu o discípulo empolgado: “Sim Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus então pediu-lhe: “Apascenta os meus cordeiros”! Depois de breve pausa, Jesus repete a pergunta: ”Pedro, filho de Jonas, tu me amas?” E a mesma resposta se faz: “Sim, Mestre, tu sabes que eu te amo!...” “Apascenta as minhas ovelhas!...” E quando o Mestre pela terceira vez refaz o questionamento, Pedro se entristece por imaginar que Jesus colocava alguma dúvida sobre seu sentimento para com ele, e ainda outra vez reafirma: “Sim, Senhor, Tu que tudo conheces sabes o quanto eu Te amo!” E repetindo enfático, o meigo Rabi lhe fala: “Apascenta as minhas ovelhas!” (João, 21:17).

Apascentar, no sentido evangélico pode ser entendido como o ato de estimular o sentimento que nos favorece a compreensão dos nossos laços fraternos e a humildade sincera no trato com os diferentes em seu momento evolutivo e, por isso mesmo, semear o bem sem aguardar recompensa.

Aos aprendizes menos avisados é estranho que Jesus houvesse indagado do discípulo por três vezes quanto à segurança do seu amor. O próprio Simão Pedro, ouvindo a interrogação repetida, entristecera-se supondo que o Mestre suspeitasse de seus sentimentos mais íntimos. No entanto, o ensinamento é mais profundo: Jesus confiava a Pedro o ministério da cooperação nos serviços redentores. Tinha a plena consciência do carinho que Pedro e os discípulos Lhe devotavam, mas sabia também que na gloriosa caminhada de divulgação do Evangelho, haveriam de enfrentar problemas e dificuldades, lutas e perseguições, e, para que tivessem sucesso, seria fundamental o amor pela causa, pois, somente assim, teriam ânimo para perseverarem.

Essa passagem foi fundamental para Simão Pedro. E, se foi para ele, também o foi para o Cristianismo. O pescador de Cafarnaum contribuiria, portanto, para a elevação de seus protegidos do mundo, como os infelizes, os pobres pelo espírito e deserdados, os moralmente decaídos ainda que tivessem posses materiais, alcançando assim valores novos para a vida imortal. A partir daí, Simão Pedro passaria a apóstolo e não mais seria o discípulo, o aprendiz. É por este motivo que, ao interrogá-lo por três vezes, Jesus deixa claro que com amor as dificuldades seriam resolvidas.

Este processo foi necessário para que Pedro entendesse que a responsabilidade depositada em suas mãos não era privilégio, mas, sim, um convite a percorrer o caminho que leva à cruz.

Jesus apenas pedia a Simão Pedro: “Ama o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu pensamento e ama também o teu próximo como a ti mesmo”. (Mateus 22:37-39).

No livro Boa Nova de Humberto de Campos, capítulo 21, psicografado por Francisco C. Xavier, encontramos palavras de Jesus a Pedro: (...) “Pedro, ninguém se edificará sem conhecer essa virtude de saber renunciar com alegria e obediência à vontade de Deus no momento oportuno, compreendendo a sublimidade de seus desígnios: porque a edificação do Reino dos Céus no coração dos homens deve constituir a preocupação primeira, a aspiração mais nobre da alma, as esperanças centrais do espírito!... basta um pensamento de amor para que te eleve ao céu, mas na jornada do mundo, também basta às vezes uma palavra fútil ou uma consideração menos digna para que a alma do homem seja conduzida ao campo do estacionamento e do desespero das trevas por sua própria imprevidência. Nesse terreno, Pedro, o discípulo do Evangelho terá sempre imenso trabalho a realizar, porque pelo Reino de Deus é preciso resistir às tentações dos entes mais amados na Terra, os quais, embora ocupem o nosso coração, ainda não podem entender as conquistas santificadoras do céu”.

É necessário, em qualquer tarefa que nos propusermos a fazer, que a realizemos não por obrigação ou interesse, mas simplesmente por amor ao próximo, atendendo aos imperativos do serviço divino que se localiza em nossa paisagem individual. Não pelo constrangimento, mas pela vontade firme e espontânea, fugindo cada vez mais dos nossos interesses particulares e, de ânimo forte, e prontos para servir ao bem tanto quanto nos seja possível.

Precisamos reconhecer que as nossas conquistas e indagações nem sempre são louváveis, pois o que importa a Deus é a nossa intenção na transformação de nossa forma de enxergar a vida e a nós mesmos através do nosso esforço, adquirindo conhecimento superior para que seja distribuído a todos, portanto, através do nosso burilamento interior poderemos nos ver como Espíritos imortais ajustando-nos no modo de pensar, sentir, agir sempre com amor e luz da vivência dos ensinamentos do Mestre. Em O Evangelho segundo o Espiritismo, codificado por Allan Kardec, no capítulo XI, A Lei de Amor, há uma mensagem ditada pelo Espírito Lázaro, que traz a seguinte reflexão: “O amor resume toda a doutrina de Jesus, porque é o sentimento por excelência e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso realizado”.

Assim como o Apóstolo Pedro, que cumpriu a tarefa que lhe cabia de conduzir, iluminar, consolar e levar o refrigério, a esperança e a alegria ao coração dos irmãos em humanidade sob a bênção de Jesus, saindo da inércia para o trabalho incessante da nossa redenção,

Pensemos nessa multidão de companheiros nossos que se lamentam na sombra dos delitos da própria omissão no bem e não olvidemos de semear o amor e a luz enquanto a bênção do corpo físico nos outorga a oportunidade de fazer e o de doar.

Permaneçamos sob a égide de Jesus, conduzidos por Suas mãos compassivas, ainda que demandem milênios, sempre dispostos a colaborar com Ele apascentando suas ovelhas, doando muito amor no trabalho do bem, em favor daqueles que nos rodeiam, mantendo-nos firme nos compromissos com que a vida nos honra, amando-nos uns aos outros cumprindo o papel da humanidade e da caridade constantes em nossas relações.  

 

Bibliografia:

O Evangelho por Emmanuel: comentários ao Evangelho segundo Lucas – coordenação de Ribeiro da Silva, C. Saulo – 1ª edição – FEB - Brasília/DF – 2015 – páginas 328, 330.

O Evangelho por Emmanuel: comentários ao Evangelho segundo João – coordenação de Ribeiro da Silva, C. Saulo – 1ª edição – FEB – Brasília/DF – 2015 – página 293.

XAVIER, F. C – Pão Nosso – ditado pelo Espírito Emmanuel - 29ª edição – FEB – Rio de Janeiro/ RJ – 2010 – lição 26.

XAVIER, F. C – Caminho, Verdade e Vida – ditado pelo Espírito Emmanuel - 28ª edição – FEB - Rio de Janeiro/RJ - 2011 - lição 97.

 


 


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