Neste ano, mais
precisamente mês
passado e após o
planejamento de
toda uma vida,
realizei o sonho
de conhecer a
Itália, país do
meu bisavô.
Todavia, a
viagem não se
constituiu
unicamente na
satisfação do
anseio de se
conhecer o país
de origem de um
antepassado, um
dos muitos
imigrantes que
se radicaram no
Brasil ajudando,
a preço de
sacrifício e
suor, a
construir a sua
história.
Conhecer a
Itália, para
mim,
representou,
acima de tudo
mais, o
fechamento de um
ciclo de ordem
espiritual; e
para explicá-lo,
poderia de
maneira
inadequada
aproveitar o
espaço breve de
um artigo para
enumerar todas
as causas que a
isso justificam,
relacionadas ao
trabalho
literário
mediúnico que
efetivei ao
longo de quase
duas décadas,
psicografando os
livros ditados
pelo meu mentor
desencarnado:
Caio Fábio
Quinto (Quinto
Fábio, como
consta
esparsamente em
fontes
históricas raras
mais antigas, e
Gaio Fábio,
legado de
Júlio César nas
guerras gálicas,
segundo obra da
autoria deste
mesmo
imperador.)
Caio foi um
antigo militar
pretoriano, e
narrou em seus
livros vasto
trecho de seu
histórico
evolutivo nas
terras romanas,
no decorrer de
muitos séculos.
De si, isso já
significaria
acontecimento de
repercussão
espiritual
impactante
suficiente, como
de fato se deu,
porque ir a Roma
me proporcionou
a graça, tanto
da expansão
espontânea da
memória das
vidas passadas,
de um lado, como
das repercussões
deste fato, de
ordem mediúnica,
refletidas na
identificação
contundente de
ambientes, de
atmosfera
psíquica, e de
tantos outros
detalhes só
acessados por
quem passou
inúmeros anos
entrando em
contato íntimo
com as
descrições
detalhadas do
passado mais
recuado daquele
país, através
das narrativas
minuciosas, e
mesmo
domésticas, de
Caio Quinto,
versando sobre o
repertório de
suas vidas
anteriores.
Quero, no
entanto, para
sintetizar a
vivência de um
modo mais
acessível ao
leitor, me deter
num único
episódio,
síntese de tudo
o mais: as
visitas –
reiteradas – ao
Teatro di
Marcello.
O Teatro di
Marcello, para
que o leitor
tenha deste
monumento um
conhecimento
resumido,
situa-se em
Roma, na Via del
Teatro di
Marcello, entre
o rio Tibre e o
Capitólio. Visto
de fora e a
grosso modo,
lembra um
Coliseu menor;
mas, em verdade,
não era uma
arena de lutas,
como fora esse
gigantesco
Anfiteatro
Flavio, o
Coliseu, onde
aconteceram os
sacrifícios de
cristãos e lutas
de gladiadores.
O Teatro di
Marcello fora
erigido por
iniciativa do
ditador Júlio
César, em
homenagem ao
sobrinho
Marcello,
falecido
prematuramente;
e cuja
construção fora
terminada mais
tarde pelo
Imperador
Augusto, seu
sucessor
político, por
volta do ano 13
d.C. Destinado,
portanto, a
abrigar
espetáculos de
teatro, como era
do gosto dos
romanos, ainda
hoje na
temporada do
verão europeu,
na sua área
externa, recebe
maravilhosos
concertos de
música clássica.
Dito isso,
preciso citar
que muitos anos
atrás, quando
ainda estava na
casa dos vinte e
poucos anos e
nem pensara em
iniciar meu
trabalho
literário
espírita,
interagia como
meu mentor
apenas de modo
esporádico em
mensagens
psicografadas,
com instruções
de cunho
pessoal. Mas
tive uma
experiência por
desprendimento
do corpo físico
da qual nunca
mais pude me
esquecer, nos
mínimos
detalhes, em
fase da vida em
que a
mediunidade me
acontecia de
maneira mais
generalizada, e
ainda não
disciplinada,
por orientação
do Espírito
Caio, para o
trabalho com os
livros.
Não eram raras,
assim, as
vivências
marcantes por
desprendimento
noturno, e data
deste período a
primeira vez em
que vi Caio,
recebendo dele o
aviso, para mim
ainda
enigmático, de
que
trabalharíamos
juntos em breve
no recebimento
de algo que
deveria
intermediar por
escrito para
outros, embora,
de início, ele
ainda não me
citasse o método
deste trabalho.
Fora disso,
aconteciam
também a
abertura da
visão
descontrolada
para o astral
circundante, e
os efeitos
físicos,
despontando
inesperadamente
ao redor.
Assim, vi-me,
certa feita,
chegando, junto
a várias pessoas
que não
conseguia
identificar – e
via volição, o
que na época me
causou maior
surpresa,
porque, havia
apenas alguns
poucos anos,
começara a me
familiarizar com
os conteúdos dos
livros e da
Doutrina
Espírita – a um
lugar cuja visão
me causava
imediata alegria
e encantamento.
Um prédio em
ângulo me
aparecia
semicircular,
com uma
fileirinha de
janelas
retangulares
menores no seu
último andar,
pintado em tons
próximos ao
ocre, que
estavam
iluminadas por
algum
acontecimento
que se dava
dentro da
edificação. E
seus andares
inferiores eram
feitos com
aberturas
arqueadas lado a
lado, conforme
observamos
também no
Coliseu.
Em frente ao
prédio, onde
agora me achava
do lado de
dentro, olhando
por uma das
janelas, via lá
fora o espaço
circundante:
havia um largo
bem adiante, com
algum verde, e,
na lateral
direita, muitas
árvores, como
num parque. Não
me recordo de
nada visto a
distância do
prédio, mas
sabia que também
à esquerda havia
construções
antigas, como se
do que fora um
templo fora de
função, onde se
identificavam
algumas
colunatas em
mármore.
No local, eu me
sentia
plenamente
identificada,
como se
visitasse depois
de longo tempo
um lugar
grandemente
familiar e
querido ao meu
espírito; mas,
de repente, uma
mulher que nos
acompanhava me
convidava a
partir,
conferindo algum
horário.
Concordei, com
certa
relutância, e a
visão
impressionante
foi se esvaindo.
Nunca mais,
porém, nenhum
detalhe daquelas
imagens vívidas,
e da experiência
marcante, se
escapou das
minhas
recordações como
costuma
acontecer a
sonhos comuns e
sem maiores
significados. Só
que, naquele
tempo, eu não
tinha a mínima
ideia do que era
aquele prédio;
de onde ficava,
ou de qualquer
referência a seu
respeito. Ficou,
com o passar dos
anos, contudo,
sempre a visão
nítida, como se
acontecida
ontem, e a
sensação
espiritual
profundamente
agradável a
respeito da
mesma.
Decorreu o
tempo, e minha
tarefa literária
espírita se
definiu sob a
direção do meu
mentor.
Principiei a
receber o ditado
dos livros, e o
primeiro deles
veio a público,
O Pretoriano,
a obra
autobiográfica e
talvez a mais
importante de
Caio, dada as
implicações de
ordem espiritual
e mediúnica.
Pois nele, o
autor se
identifica sem
meios termos.
Apresenta sua
narrativa,
situada justo ao
tempo de Júlio
César; se
apresenta como
um de seus
antigos
generais, e,
sobretudo,
contextualiza
historicamente o
enredo, que eu
posteriormente,
sob a sua mesma
orientação e por
iniciativa
própria,
prevenindo as
incorreções do
animismo,
submeti a
pesquisas
sucessivas de
época. Essas só
vieram reforçar
o meu
encantamento,
pela exatidão
das minúcias,
tanto de ordem
histórica,
quanto, mais que
tudo, das
peculiaridades
de personagens,
e dele mesmo,
Caio, todas
confirmadas, por
intermédio da
descoberta e
leitura do livro
de autoria do
próprio ditador
romano, Júlio
César, à venda
até os dias
atuais e
intitulado
Comentários das
Guerras Gálicas.
Foi, portanto,
durante o
decorrer dessas
pesquisas e
estudos intensos
que deparei por
acaso, via
imagens da
internet, a foto
espantosa de um
prédio muito
conhecido de meu
espírito, desde
vários anos
antes: o Teatro
di Marcello!
Revelada,
diga-se, do
mesmo ângulo
onde o acessei
durante a minha
visita via
desprendimento
do corpo, porque
agora, visitando
Roma, pude
acrescentar a
mais a
constatação
importante de
que a visão
principal
daquele edifício
impressionante –
a mais fácil de
se obter,
fotografada,
admirada e
contemplada de
todos que chegam
de todos os
destinos da
cidade – é bem
aquela
visão! A que
constava na foto
da internet; a
que guardara na
memória
espiritual a
ferro e fogo
desde a minha
visita em
espírito; e,
novamente, a
que, deslumbrada
e inebriada de
encantamento,
alcancei mês
passado,
descendo do
transporte que
nos deixou na
via de tráfego
em mão dupla que
passa pela
construção
histórica, em
direção a outros
destinos não
menos atraentes
da magnífica
Roma: o Teatro
di Marcello, em
ângulo de
esquina,
favorecido o seu
formato de
semicírculo!
Dali, segue a
rampa em declive
para visitação
turística ao
sítio histórico
e arqueológico,
e se vê de forma
privilegiada o
conjunto do
Teatro com suas
três colunatas
já conhecidas
por mim
previamente,
que, vim a saber
depois, são o
que restou do
imponente Templo
de Apolo -
detalhe presente
na narrativa de
Caio em sua obra
Entre Jesus e
a Espada; e
é daquele acesso
privilegiado que
se principiam
todas as visitas
turísticas
principais, o
acesso aos
concertos
musicais
noturnos, a
compra de
ingressos para
os mesmos. É o
primeiro e
significativo
contato com o
imponente prédio
idealizado por
Júlio César,
enfim!
As implicações
pessoais desta
vivência vão
muito além do
que poderia me
dar ao luxo de
narrar ao leitor
no espaço de um
simples artigo.
Porque se
estendem à minha
admiração
gratuita pelo
antigo e
primeiro, de
mérito,
imperador
romano, e também
à estranha e
realizada
obsessão em
visitar a sua
estátua, na via
do Fórum
Imperial, e
render, diante
dele, minha
misteriosa,
muda, mas feliz
homenagem, no
decorrer do mês
passado. Tantos
detalhes se
referem a uma
trajetória
evolutiva que só
diz respeito a
mim, e quando
muito, e talvez
principalmente,
ao autor das
obras que já
trouxemos a
público.
Mas meu
principal
sentimento,
hoje, é de
gratidão e de
reconhecimento a
Deus, e à sábia
engrenagem da
vida. Porque nos
proporciona
vivenciar tais
episódios
únicos, e
compartilhá-los.
Sobretudo
compartilhá-los,
para que se
constate, sem
mais nenhuma
dúvida possível,
que a eternidade
é a nossa
trajetória. Para
todos nós,
repleta de
enredos
palpitantes,
cheios de
emoções
insuspeitadas, e
muito acima de
quaisquer
aventuras que
tenhamos já
assistido nas
utopias dos
filmes
cinematográficos
de nossas
diversões
diárias.