Socorro preciso
Preceito básico do
Espiritismo, a
reencarnação tem seu
detalhamento nas obras
da codificação,
particularmente em O
Livro dos Espíritos
e n´O Evangelho
segundo o Espiritismo.
Allan Kardec se
aprofunda nesse assunto,
no capítulo IV de “O
Livro dos Espíritos”.
Fica bem claro que o
espírito reencarna, não
para sofrimento, mas
para progredir, em
direção ao amor e que,
despojando-se das
impurezas em cada
encarnação, melhorando
mais, consequentemente,
a humanidade
progressivamente
melhora. Sofrimentos são
consequências de más
escolhas do Espírito,
que se desvia do caminho
do bem, compreendendo
que a lei Divina é de
amor e misericórdia, e
não de dor. A dor é um
chamamento para o
Espírito rebelde.
Joanna de Ângelis, no
livro Momentos de
Consciência, pela
psicografia de Divaldo
Pereira Franco, relata
que a reencarnação é
instrumento do progresso
do ser espiritual. Ora
ele expia, quando são
graves os seus delitos,
submetendo-se a aflições
que constituem
disciplinas educativas
mediante as quais se
fixam nos painéis
profundos da
consciência, os deveres
a cumprir. Noutras
vezes, são provações,
que enrijecem as fibras
morais responsáveis pela
ação dignificadora. Diz
ela que, longe de ser
uma punição, a dádiva do
renascimento corporal é
dádiva do amor,
auxiliando os Espíritos
a desenvolver os
recursos que lhe jazem
latentes, qual terra
arroteada e adubada em
condições de transformar
a semente diminuta no
vegetal exuberante que
nela dorme.
No livro Boa Nova,
de Humberto de Campos,
psicografado por Chico
Xavier, Jesus,
conversando de modo
elucidativo com André e
Tiago, irmão de João,
que presenciaram seu
diálogo com Nicodemos
sobre a reencarnação,
lhes diz de modo
didático: “As árvores
não renascem depois de
podadas? Com respeito
aos homens, o processo é
diferente, mas o
espírito de renovação é
sempre o mesmo. O corpo
é uma veste. O homem é o
seu dono. Toda a
roupagem material acaba
rota, porém, o homem,
que é filho de Deus,
encontra sempre em seu
amor, os elementos
necessários à mudança do
vestuário. A morte do
corpo é essa mudança
indispensável, porque a
alma caminhará sempre,
através de outras
experiências, até que
consiga a imprescindível
provisão de luz para a
entrada definitiva no
reino de Deus, com toda
a perfeição conquistada
ao longo dos rudes
caminhos”.
Sabemos que na caminhada
de muitas vidas, os
Espíritos que se amam se
buscam, se reencontram
na encarnação terrena.
Daí surgem as amizades
plenas, os laços
comoventes de amor que
exemplificam a união
fraternal, abençoados
laços de amor, que
extrapolam a
consanguinidade, porque
são ligações de
Espíritos afinizados.
Bela é a explicação dos
Espíritos, n´O
Evangelho segundo o
Espiritismo, sobre a
reencarnação. Dizem eles
que, passando pela vida
corporal, os Espíritos
podem cumprir, com a
ajuda material, os
desígnios cuja execução
Deus lhes confiou. Ela é
necessária porque a
atividade que são
obrigados a desempenhar
ajuda no desenvolvimento
da inteligência.
As provações são degraus
de subida, quando
aceitas com resignação e
amor a Deus. Nesse
sentido, o Espírito de
Bernardin, no capítulo V
do referido
Evangelho, elucida
que, quando se pode,
deve-se ajudar a pôr fim
às provações do próximo,
considerando que Deus
pode ter posto um limite
à provação e que a
providência divina
poderia ter escolhido
determinada pessoa para
ser ela a pôr fim no
sofrimento de seus
semelhantes.
Uma senhora nos contou
uma história que muito
nos emocionou. Trata-se
de um fato que nos
mostra a lei de atração
das afinidades e o
socorro divino para quem
pode terminar uma
determinada provação.
Estava ela com uma
sobrinha de 11 anos de
idade. Uma menina linda,
afrodescendente, que
veio da região de Minas
Gerais. A tia é daqui,
da região. No ano
passado, ela foi a uma
cidadezinha de Minas,
onde mora seu irmão, que
ela não via há muitos
anos. Conheceu, na
ocasião, essa sobrinha
de 11 anos, que estava
sob os cuidados da
madrasta. Ela percebeu
que o irmão não fazia
nada o dia todo, só
bebia. A madrasta
cuidava do filho bebê do
casal e a menina
trabalhava o dia todo,
sem parar. Lavava louça,
dava banho no bebê,
limpava a casa, lavava
roupa. Trabalhar para
auxiliar é dever de
todos, mas ela percebeu
que a menina não tinha
lazer, não brincava, não
tinha tempo de estudar,
as notas da escola
estavam baixas. Ficou
poucos dias lá e voltou.
Contou-nos que em
janeiro pelejava, quando
telefonava para eles,
falar com essa sobrinha,
cumprimentá-la e eles
sempre se esquivavam
dando uma desculpa, para
justificar que a menina
não podia atender ao
telefone. Um dia,
exasperada e preocupada,
ameaçou a madrasta que
ia pedir à polícia ir
verificar o que estava
acontecendo. A menina
nunca podia atender ao
telefone. A madrasta
então contou que o pai
da menina a havia dado a
um casal. Ela ficou
horrorizada. Como? Ela
foi dada para adoção e
ninguém da Justiça
procurou a família?
Quando soube disso, ela,
uma senhora jovem, com a
ajuda do marido, moveu
barreiras, localizou a
menina, que graças a
Deus estava bem cuidada,
foi à Justiça e
conseguiu a guarda da
sobrinha. A juíza lhe
telefonou dizendo que
ela tinha uma semana
para buscar a menina.
Aquilo a pegou de
surpresa. Ela pensou que
ia demorar mais e justo
naquele mês eles tinham
ficado sem dinheiro para
viajar. Ela e o marido
removeram os obstáculos.
Pediram ajuda a amigos,
o patrão do marido
ajudou, enfim, disse
ela, “choveu” dinheiro,
com a ajuda de Deus.
Conseguiram 2 mil reais
para irem buscar a
sobrinha. O casal que a
tinha recolhido ficou
amigo deles, compreendeu
a justiça de sua causa,
chegaram a jantar na
casa deles. A menina
está com eles há dois
meses.
“É nossa filha, disse
ela, da idade do nosso
filho e pouco mais velha
que nossa menina.
Tínhamos um certo temor
de como seria seu
temperamento, a educação
falha que recebeu, pois
vivia abandonada pelo
pai, não sabia o que era
receber amor de ninguém.
Ela, no entanto, é um
doce, amorosa,
carinhosa, não está
dando trabalho. Querida
por todos. Está na
escola, fazendo reforço,
porque as notas eram
muito baixas. É minha
filha agora e meu marido
me apoia em tudo.”
Pudemos ver que a menina
é realmente carinhosa,
abraçava essa tia e a
beijava... Uma criança,
espírito forjado em
provações na infância,
amadurecida, mas ainda
criança e agora feliz. O
amor que cobre uma
multidão de pecados se
compadeceu e socorreu. A
tia foi o socorro eficaz
e preciso. Nem conhecia
direito a menina, só a
viu uma vez e
rapidamente, mas
intercedeu e socorreu,
quando soube o que havia
acontecido. Assim age um
cristão. Minimiza as
dores alheias e ampara
em nome de Deus.
Os Espíritos que se amam
se buscam e se
encontram. Essa criança,
com os tios e primos que
a acolheram, foi assim.
Está amada por todos,
inclusive pelos filhos
do casal, que a
receberam como irmã.
Bendito o amor de Deus
que sempre ampara seus
filhos e felizes aqueles
que já sabem amar!