Sexo e Obsessão
Manoel
Philomeno de Miranda
(Parte 5)
Damos sequência ao
estudo metódico e sequencial do livro
Sexo e Obsessão, obra de autoria de
Manoel Philomeno de Miranda, psicografada
por Divaldo P. Franco
e publicada originalmente em 2002.
Questões preliminares
A. Embora com dificuldade de descrever o
local e o ambiente cultivados pela
Comunidade pervertida, que informações sobre
o assunto Manoel Philomeno de Miranda
consignou nesta obra?
A degradação moral era ali evidente. As
personagens presentes formavam a grande
massa deambulante e movimentada em todos os
lados. A tonalidade avermelhada da
iluminação, que fazia recordar os archotes
fumegantes do passado, produzia um aspecto
terrificante no ambiente, que esfervilhava
de Espíritos de ambos os lados da vida em
infrene orgia de alucinados. Podia-se
perceber que Espíritos vitimados por graves
alterações e mutilações no perispírito
misturavam-se à malta desenfreada na
exaltação do sexo e das suas mais sórdidas
expressões, a acompanhar freneticamente um
desfile de carros alegóricos, que faziam
recordar os carnavais da Terra, exibindo,
porém, cenas de terrível horror e
espetáculos de grosseira manifestação da
libido. (Sexo e Obsessão, capítulo 3: A
comunidade da perversão moral.)
B. O Espírito do padre Mauro ali também se
encontrava?
Sim. Podiam ser vistos ali diversos
Espíritos reencarnados que seguiam jugulados
aos seus algozes, presos a coleiras como se
fossem felinos esfaimados, babando ante o
espetáculo que lhes aguçava os instintos
grosseiros. Entre outros, encontrava-se o
padre Mauro com o seu sicário, que dele
escarnecia e o amedrontava, enquanto,
debatendo-se, para liberar-se da retenção e
atirar-se no vulcão de asquerosa
sensualidade, urrava em deplorável aspecto.
(Sexo e Obsessão, capítulo 3: A
comunidade da perversão moral.)
C. Podemos afirmar que sexo vilipendiado é
geratriz de tormentos inúmeros?
Evidentemente. O sexo, porque carregado de
sensações e de emoções, quando vilipendiado
e exercido com ignorância das suas sagradas
funções, transforma-se em geratriz de
tormentos que dão curso a outros vícios e
alucinações, empurrando as suas vítimas para
as drogas, o álcool, o tabaco, a mentira, a
traição, a infâmia e todo um séquito de
misérias morais que entorpecem os
sentimentos e obnubilam a razão. (Sexo e
Obsessão, capítulo 3: A comunidade da
perversão moral.)
Texto para leitura
21. Um ambiente de degradação moral
– Referindo-se à Comunidade pervertida, diz
Manoel Philomeno de Miranda que lhe era
muito difícil descrever o local e o ambiente
de festiva degradação com as suas
personagens, as quais, exaltadas, formavam a
grande massa deambulante e movimentada em
todos os lados. A tonalidade avermelhada da
iluminação, que fazia recordar os archotes
fumegantes do passado, colocados em furnas
sombrias para as clarear, produzia um
aspecto terrificante no ambiente, que
esfervilhava de Espíritos de ambos os lados
da vida em infrene orgia de alucinados.
Podia-se perceber que Espíritos vitimados
por graves alterações e mutilações no
perispírito misturavam-se à malta
desenfreada na exaltação do sexo e das suas
mais sórdidas expressões. Figuras estranhas,
com aspecto semelhante aos antigos seres
mitológicos do panteão greco-romano,
confundiam-se com muitos outros indivíduos
extravagantes em complexas simbioses de
vampirismo, carregando-se uns aos outros,
acompanhando freneticamente um desfile de
carros alegóricos, que faziam recordar os
carnavais da Terra, porém apresentando
formatos de órgãos sexuais disformes e
chocantes, exibindo cenas de terrível
horror, espetáculos de grosseira
manifestação da libido, nos quais se
mesclavam apresentações de conúbios sexuais
entre animais e seres humanos deformados sob
o aplauso descontrolado da massa
desnorteada. Decorando os peculiares
veículos, homens e mulheres se apresentavam
com aspecto de cortesãos que ficaram
célebres pela baixeza de caráter,
exibindo-se de maneira servil e provocando
galhofas de uns e desejos de outros em uma
terrível mescla de animalidade soez.
(Sexo e Obsessão, capítulo 3: A comunidade
da perversão moral.)
22. Quadros agressivos se sucediam
– Aquele circo de hediondez apresentava em
cada momento novos e agressivos quadros,
enquanto se exibiam sessões de sexo grupal
ao som de música estridente e
desconcertante, que mais açulava os apetites
insaciáveis dos comensais da loucura. O
antro asqueroso dava-lhe a ideia de ser o
mundo inspirador de alguns espetáculos da
Terra, que ainda não atingiram aquele nível
de vileza, mas que dele se vêm aproximando,
especialmente durante a apresentação de
alguns dos turbulentos e torpes desfiles de
carnaval. Era naquela Região que se
inspiravam muitos multiplicadores de
opinião, que ainda insistem na liberação
total dos costumes vis, como se já não
bastassem o sexo explícito e vulgar, a
violência absurda, a agressividade sem
limites, a luxúria desmedida, o cinismo
odiento, o furto desbragado, o desrespeito a
tudo quanto constitui a dignidade humana,
descendo a níveis já insuportáveis. De
quando em quando, aparentando a postura de
guardadores da Comunidade horripilante,
verdadeiros espectros humanos
semi-hebetados, conduzindo mastins de grande
porte, vigiavam a população, contra a qual
atiçavam os ferozes animais. Telepaticamente
o nobre Mentor advertiu-o para que
mantivesse cuidados especiais com o
pensamento elevado ao Supremo Amor, sem
crítica ou observações descaridosas em
relação ao que via, a fim de não ser
surpreendido por esses vigias terrificantes.
(Sexo e Obsessão, capítulo 3: A comunidade
da perversão moral.)
23. Padre Mauro também ali se
encontrava – Num dos quadros
dantescos, Philomeno pôde defrontar diversos
Espíritos reencarnados que seguiam jugulados
aos seus algozes, presos a coleiras como se
fossem felinos esfaimados, babando ante o
espetáculo que lhes aguçava os instintos
grosseiros. Entre outros, encontrava-se
Mauro com o seu sicário, que dele escarnecia
e o amedrontava, enquanto, debatendo-se,
para liberar-se da retenção e atirar-se no
vulcão de asquerosa sensualidade, urrava em
deplorável aspecto. Observamos que crianças
despidas em atitudes obscenas decoravam o
carro exótico, gritando e movimentando-se
sensualmente, inspirando mais compaixão do
que outro qualquer sentimento. Acurando,
porém, a visão, surpreendemo-nos, ao
constatar que se tratava de anões cínicos,
apresentando-se como criaturas infantis,
assim despertando os viciados em pedofilia a
terem mais acicatados os seus impulsos
grosseiros. A bacante, com suas aberrações,
alongou-se na sucessão das horas, até quando
os primeiros raios do amanhecer penetraram a
névoa densa, fazendo diminuir o desfile
horrendo. A movimentação foi, então,
desaparecendo até ficar o ambiente, com a
sua pesada psicosfera pestífera, quase
vazio, exceção feita aos vigilantes e seus
animais em contínua atividade. A esdrúxula
sociedade ali residente seguiu no rumo das
suas furnas e mansardas, a fim de continuar
na exorbitância dos sentidos torpes, logo
que findo o desfile, que se repetia todas as
noites. (Sexo e Obsessão, capítulo 3: A
comunidade da perversão moral.)
24. Verdugos cruéis dirigem a
Comunidade – O irmão Anacleto,
mentalmente, convidou Philomeno a segui-lo,
afastando-se tão discretamente quanto o
fizeram ao ali chegarem, até se acercarem de
formosa praia que se dourava à luz solar e
recebia os primeiros raios do Astro-rei como
bênção de luz após a noite ensombrada no
reduto em que estiveram. O odor do
haloplancto(1) que vinha do mar
renovava-os, tanto quanto o prana da
Natureza em bênçãos de vitalização
restaurava-lhes as forças momentaneamente
alquebradas pelos fluidos morbosos da
Comunidade de perversão. Anacleto então
falou: “O recinto infeliz onde estivemos é
mantido e dirigido por alguns verdugos da
Humanidade, que se nutrem dos pensamentos
perversos e lúbricos dos seres humanos, que
sustentam, dessa forma, a estranha
coletividade que ali se homizia e que, longe
de qualquer ambição idealista ou
espiritualizante, reencarna-se no mundo
físico trazendo as imagens das experiências
vivenciadas, procurando materializá-las
posteriormente entre as demais criaturas.
Muitos desses Espíritos, ora no corpo
físico, são encontrados no mundo físico
realizando espetáculos chocantes, vivendo em
verdadeiras tribos de promiscuidade
primitiva, vestindo-se e assumindo posturas
caricatas e ridículas, de que se não
conseguem libertar facilmente. Tornam-se,
assim, representantes do curioso país
espiritual de onde procedem e,
telementalizados pelos que lá ficaram,
fazem-se verdadeiros propagandistas da orgia
despudorada, tentando arrebanhar mais
vítimas para a bacanal da extravagância".(Sexo
e Obsessão, capítulo 3: A comunidade da
perversão moral.)
25. Espíritos influenciam a conduta
doentia – Após uma breve reflexão,
deu prosseguimento: “Não são poucos os
indivíduos que sentem a atração para o mal,
para o vício, para as tendências ancestrais
e permanecem receosos, vivendo o
claro-escuro da decisão a tomar.
Subitamente, porém, enveredam pelos escusos
caminhos da morbidez e do escândalo,
assumindo comportamentos que envilecem em
atitude de desrespeito aos valores morais e
sociais vigentes, logo transformando-se em
líderes e modelos singulares.
Invariavelmente são arrebanhados por esses
representantes perversos que lhes
influenciam a conduta, demonstrando-lhes a
necessidade de serem assumidos exteriormente
os conflitos e torpezas interiores, a fim de
experienciarem a liberdade e o direito de
viver conforme lhes apraz. Demonstram uma
alegria que estão longe de possuir, um
cinismo que, em verdade, é a máscara que
esconde as aflições quase insuportáveis que
os transtornam, porém, insensatamente,
vinculando-se a esses campeões do
desequilíbrio, tombam-lhes nas redes bem
urdidas do prazer, não conseguindo
desvincular-se deles com facilidade. Somente
através das dores excruciantes, das
enfermidades dilaceradoras, das angústias
morais que os assaltam é que, encontrando
orientação e compaixão, liberam-se das
amarras fortes do mal em predomínio. A
grande maioria, porém, desencarna durante
esse comportamento doentio e quase todos são
arrastados para o sórdido campo de luxúria,
sofrendo por decênios e mesmo séculos até o
momento em que buscam a renovação e são
socorridos por especialistas em libertação,
que periodicamente visitam esses sítios de
horror e de sofrimento irracional".(Sexo
e Obsessão, capítulo 3: A comunidade da
perversão moral.)
26. Sexo vilipendiado é geratriz de
tormentos – Anacleto silenciou, e,
tomado de imensa ternura acompanhada de
compaixão, deu prosseguimento: “A mente é
sempre a construtora da vida, oferecendo a
energia com a qual são condensados os
anseios e as necessidades de todas as
criaturas. O sexo, por sua vez, porque
carregado de sensações e de emoções, quando
vilipendiado e exercido com ignorância das
suas sagradas funções, transforma-se em
geratriz de tormentos que dão curso a outros
vícios e alucinações, empurrando as suas
vítimas para as drogas, o álcool, o tabaco,
a mentira, a traição, a infâmia e todo um
séquito de misérias morais que entorpecem os
sentimentos e obnubilam a razão. Enquanto
não houver um programa educativo baseado nas
nobres finalidades da existência humana,
cujo objetivo essencial é o progresso
intelecto-moral e não a utilização do corpo
para o prazer e a leviandade, permanecerão
equivocados os valores éticos, sendo
utilizados pelo egoísmo para o gozo e a
insensatez. Vive-se, na Terra da atualidade,
a exorbitância da lubricidade, da
pornografia, da exibição das formas físicas
direcionadas para o comércio da lascívia e
da exploração. A morte, porém, que a ninguém
poupa, ao desvestir da carne os equivocados,
abre-lhes a cortina da realidade, e todos se
dão conta do alto significado da vida física
e do respeito que merece dos aprendizes da
evolução. Por enquanto, somente nos cabem as
atitudes de compaixão e de solidariedade, de
compreensão e de amor, porque os irmãos
anestesiados pelo prazer, inconscientes do
que lhes ocorre, aguardam ajuda e orientação
fraternal para despertarem para a verdadeira
alegria de viver. Nesse empreendimento,
incluímos também os companheiros
desencarnados que, com eles, se encharcam de
sensações doentias. Chegará o momento
adequado, e todos nos deveremos empenhar por
apressá-lo, quando luzir o pensamento de
Jesus nas consciências humanas, em que o
homem e a mulher compreenderão que o sexo
existe para fomentar a vida e procriar,
amparado por emoções enobrecedoras do
intercâmbio de energias revigorantes, e não
para o banquete asselvajado dos instintos e
das sensações, desbordando em crimes e
destruição da vida. Que possamos contribuir
em favor desse momento, edificando-nos no
bem e preservando-nos interiormente das
ciladas do mal e das tentações
perturbadoras".(Sexo e Obsessão, capítulo
3: A comunidade da perversão moral.)
(Continua no próximo número.)
(1)
Haloplancto: comunidade de pequenos animais
(zooplâncton) e vegetais (fitoplâncton) que
vivem em suspensão nas águas marinhas.