O Além e a Sobrevivência
do Ser
Léon
Denis
(Parte 13)
Continuamos nesta edição
a apresentar o estudo do
livro
O Além e a Sobrevivência
do Ser, de
autoria de Léon Denis,
com base na 8ª edição
publicada em português
pela Federação Espírita
Brasileira.
Questões
preliminares
A. Entre os adversários
do Espiritismo há os que
buscam explicar os
fenômenos espíritas pela
sugestão mental. Que
resposta devemos dar a
tal ideia?
A sugestão mental, que
não é mais do que a
transmissão do
pensamento, malgrado as
dificuldades que
apresenta, se pode
compreender e
estabelecer entre dois
cérebros organizados,
por exemplo, entre o
magnetizador e o
magnetizando.
Poder-se-á, porém,
acreditar que a sugestão
atue sobre mesas e as
faça girar e levitar?
Pode-se admitir que
objetos inanimados se
mostrem aptos a receber
e reproduzir as
impressões dos
assistentes? Como
explicar pela sugestão
os casos de identidade,
as revelações de fatos e
de datas ignorados do
médium e dos
assistentes, que se
produzem frequentemente
nas experiências, bem
como as fotografias
transcendentais, a
escrita direta e os
casos de materialização
de Espíritos? (O Além
e a Sobrevivência do
Ser.)
B. Pierre Janet entendia
que o médium psicógrafo
é como um ser
hipnotizado a quem se
sugere uma personalidade
durante o sono e que, ao
despertar, perde a
lembrança da sugestão e
escreve
inconscientemente uma
mensagem. Que dizer em
resposta a essa ideia?
Léon Denis diz que todos
os que possuem alguma
experiência do
Espiritismo sabem que
semelhante explicação é
inadmissível. Os
médiuns, escrevendo
automaticamente, não são
de antemão imersos no
sono hipnótico. É,
geralmente, despertos,
na plenitude de suas
faculdades e do seu
eu consciente, que
eles escrevem sob a
impulsão dos Espíritos,
cujo caráter ignoram.
(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
C. Outros críticos, como
Flournoy, Grasset e
Binet, aventaram as
teorias da dupla
consciência e da
alteração da
personalidade para
explicar os fenômenos de
psicografia e
incorporação. Que diz
Léon Denis a respeito de
semelhante tese?
Léon Denis diz que os
críticos procedem sempre
do mesmo modo com o
Espiritismo. Consideram
tão somente um gênero
especial de fenômenos e,
de intento, afastam da
discussão tudo que não
logram compreender nem
refutar. Desde que
julgam estar de posse da
explicação de alguns
fatos isolados,
apressam-se em concluir
pelo absurdo do
conjunto. Ora, quase
sempre as explicações
que dão são inexatas e
deixam de lado as provas
mais frisantes da
existência dos Espíritos
e da sua intervenção nas
coisas humanas. Os
sistemas que preconizam
não se conformam com os
fatos de escrita em
línguas estrangeiras
ignoradas do médium, tal
como sucedeu com a filha
do grande juiz Edmonds,
e não se conformam
igualmente com os
autógrafos obtidos de
alguns defuntos, nem
ainda com os fenômenos
de escrita produzidos
por analfabetos, os
fatos de escrita direta,
conseguida pelo Sr. de
Guldenstubbe, e a
experiência relatada por
Sir William Crookes,
na qual a mão de um
Espírito, materializada,
desceu do forro, às suas
vistas, no seu próprio
gabinete de trabalho,
enquanto ele mantinha
seguras as duas mãos da
médium Kate Fox. (O
Além e a Sobrevivência
do Ser.)
Texto
para leitura
151. Adversários do
Espiritismo têm também
procurado explicar todos
os fenômenos espíritas
pela sugestão e pela
dupla personalidade. Nas
experiências, dizem, o
médium se sugestiona a
si mesmo, ou, melhor,
sofre a influência dos
assistentes. (O Além
e a Sobrevivência do
Ser.)
152. A sugestão mental,
que não é mais do que a
transmissão do
pensamento, malgrado as
dificuldades que
apresenta, se pode
compreender e
estabelecer entre dois
cérebros organizados,
por exemplo, entre o
magnetizador e o
magnetizando.
Poder-se-á, porém,
acreditar que a sugestão
atue sobre mesas?
Pode-se admitir que
objetos inanimados se
mostrem aptos a receber
e reproduzir as
impressões dos
assistentes? (O Além
e a Sobrevivência do
Ser.)
153. Não haveria meio de
explicar-se por essa
teoria os casos de
identidade, as
revelações de fatos, de
datas, ignorados do
médium e dos
assistentes, que se
produzem frequentemente
nas experiências, e
menos ainda
manifestações contrárias
à vontade de todos os
espectadores. Muitas
vezes, particularidades
absolutamente
desconhecidas de todo o
ser vivo na Terra são
reveladas por médiuns e
depois verificadas e
reconhecidas
verdadeiras. Notáveis
exemplos se encontram na
obra de Aksakof:
Animismo e Espiritismo
e na de Russel
Wallace: Moderno
Espiritualismo,
assim como casos de
mediunidade comprovados
em crianças de pouca
idade, os quais, tanto
quanto os precedentes,
não poderiam ser
explicados pela
sugestão. (O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
154. Segundo os Srs.
Pierre Janet e Ferré – e
é essa uma explicação de
que amiúde se servem os
adversários do
Espiritismo –, deve-se
equiparar um médium
psicógrafo a um
hipnotizado, a quem se
sugere uma personalidade
durante o sono e que, ao
despertar, perde a
lembrança da sugestão. O
sensitivo escreve
inconscientemente uma
carta, uma narração
relativa à personagem
imaginária. É esta,
dizem, a origem de todas
as mensagens espíritas.
(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
155. Todos os que
possuem alguma
experiência do
Espiritismo sabem que
semelhante explicação é
inadmissível. Os
médiuns, escrevendo
automaticamente, não são
de antemão imersos no
sono hipnótico. É, em
geral, despertos, na
plenitude de suas
faculdades e do seu
eu consciente, que
eles escrevem sob a
impulsão dos Espíritos.
(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
156. Nas experimentações
do Sr. Janet, há sempre
um hipnotizador em
ligação magnética com o
paciente. Não se dá o
mesmo nas sessões
espíritas: nem o
evocador, nem os
assistentes atuam sobre
o médium; este ignora
absolutamente o caráter
do Espírito que se vai
manifestar. Muitas vezes
até as questões são
propostas aos Espíritos
por incrédulos, mais
propensos a combater a
manifestação do que a
facilitá-la. (O Além
e a Sobrevivência do
Ser.)
157. O fenômeno da
comunicação gráfica não
consiste unicamente no
caráter automático da
escrita, mas sobretudo
nas provas inteligentes,
nas identidades que
fornece. Ora, as
experiências do Sr.
Janet nada produzem que
com isso se pareça. As
comunicações sugeridas
aos pacientes
hipnotizados são sempre
de uma banalidade
desesperadora, enquanto
que as mensagens dos
Espíritos nos trazem de
contínuo indicações,
revelações que entendem
com as vidas presentes e
passadas de seres que
conhecemos na Terra, que
foram nossos amigos ou
parentes,
particularidades
ignoradas do médium e
cujo caráter de certeza
as distingue em absoluto
dos trabalhos de
hipnotismo. (O Além e
a Sobrevivência do Ser.)
158. Por meio da
sugestão hipnótica
ninguém conseguirá que
analfabetos escrevam,
nem que um móvel dite
poesias como as que
recebeu o Sr. Jaubert,
presidente do Tribunal
de Carcassonne, e foram
premiadas nos jogos
florais de Toulouse.
(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
159. Da mesma forma, por
aquele meio, ninguém
conseguirá suscitar o
aparecimento de mãos, de
formas humanas, e menos
ainda os escritos de que
se cobrem as lousas
trazidas por
observadores, que não as
largam um instante.
(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
160. Convém lembrar que
a Doutrina dos Espíritos
se constituiu com o
auxílio de numerosas
mensagens obtidas por
médiuns escreventes, dos
quais eram totalmente
desconhecidos os ensinos
transmitidos. (O Além
e a Sobrevivência do
Ser.)
161. Quase todos haviam
sido criados desde
pequeninos na doutrina
da Igreja, na crença de
um paraíso e de um
inferno. Suas convicções
religiosas, as noções
que tinham da vida
futura estavam em
flagrante oposição com
os princípios expostos
pelos Espíritos.
Falecia-lhes qualquer
ideia da reencarnação,
ou das vidas sucessivas
da alma, assim como da
verdadeira situação do
Espírito após a morte,
assuntos todos esses
constantes das mensagens
recebidas. (O Além e
a Sobrevivência do Ser.)
162. Aí temos uma
objeção irrefutável à
teoria da sugestão. É
evidente que, no enorme
acervo de fatos
espíritas atualmente
registrados, muitos são
fracos, pouco
concludentes; outros
podem ser explicados
pela sugestão ou pela
exteriorização do
sensitivo. Em certos
grupos espíritas há
extrema facilidade em
aceitar-se tudo como
proveniente dos
Espíritos, sem a cautela
de pôr de parte
fenômenos duvidosos.
(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
163. Mas, por grande que
seja o número destes,
resta sempre um conjunto
imponente de
manifestações
inexplicáveis pela
sugestão, pelo
inconsciente, pela
alucinação, ou por
outras teorias análogas.
(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
164. Os críticos
procedem sempre do mesmo
modo com o Espiritismo.
Consideram tão somente
um gênero especial de
fenômenos e, de intento,
afastam da discussão
tudo que não logram
compreender nem refutar.
Desde que julgam estar
de posse da explicação
de alguns fatos
isolados, apressam-se em
concluir pelo absurdo do
conjunto. Ora, quase
sempre, as explicações
que dão são inexatas e
deixam de lado as provas
mais frisantes da
existência dos Espíritos
e da sua intervenção nas
coisas humanas. (O
Além e a Sobrevivência
do Ser.)
165. Os professores
Taine, Flournoy, os
doutores Binet e Grasset
e outros aventaram as
teorias da dupla
consciência e da
alteração da
personalidade, para
explicarem os fenômenos
da escrita e da
incorporação; mas os
sistemas que preconizam
não se conformam com os
fatos de escrita em
línguas estrangeiras
ignoradas do médium, tal
como sucedeu com a filha
do grande juiz Edmonds.
(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
166. Não se conformam
igualmente com os
autógrafos obtidos de
alguns defuntos, nem
ainda com os fenômenos
de escrita produzidos
por analfabetos e os
fatos de escrita direta,
conseguida pelo Sr. de
Guldenstubbe, sem
contato, em folhas de
papel não preparadas,
como também não explicam
a experiência relatada
por Sir William Crookes,
na qual a mão de um
Espírito, materializada,
desceu do forro, às suas
vistas, no seu próprio
gabinete de trabalho,
enquanto ele mantinha
seguras as duas mãos da
médium Kate Fox. (O
Além e a Sobrevivência
do Ser.)
(Continua no próximo
número.)
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