Em mensagem publicada na
seção de Cartas desta mesma
edição, um leitor de Belo
Horizonte (MG) escreveu-nos
o seguinte:
“Tenho uma neta que está
provavelmente obsidiada pela
sua avó. Cometendo coisas
semelhantes como sua avó
fazia. Que devo fazer?
Ajude-me.”
Nos processos obsessivos, a
circunstância de uma neta
ser obsidiada pela avó não é
algo inusitado. Na Revista
Espírita de janeiro de
1865, Allan Kardec relata um
caso semelhante.
Referimo-nos à obsessão
sofrida por Valentine
Laurent, uma jovem de 13
anos à época, que residia em
Marmande (França).
Valentine experimentava
convulsões diárias e ficava,
às vezes, tão violenta que
era preciso amarrá-la ao
leito, providência que
exigia o concurso de várias
pessoas. Exorcismos, missas,
passes – nada disso resolveu
o problema.
Levado o caso ao Sr. Dombre,
dirigente de um grupo
espírita radicado na mesma
cidade, o grupo inicialmente
utilizou os passes. Com a
insuficiência deles,
resolveu evocar a entidade
que perturbava a jovem e
descobriu, então, que se
tratava de uma das avós de
Valentine.
Teve início, então, a
doutrinação, que se realizou
no período de 16 a 24 de
setembro de 1864. A entidade
afastou-se; deu-se depois a
recaída e, com a colaboração
da jovem obsidiada, o
tratamento teve um final
feliz.
Ao relatar na Revista
Espírita a experiência
da jovem Valentine Laurent,
Kardec fez as seguintes
observações:
1ª) O caso demonstrou a
insuficiência do tratamento
magnético.
2ª) Era preciso, e é
preciso em casos assim,
remover-se a causa.
3ª) Para removê-la é
necessário o que chamamos de
doutrinação do Espírito
obsessor.
Foi necessário, no entanto,
o concurso da própria jovem
que, orientada pelos
Espíritos, decidiu mudar de
conduta em face da vida,
fato que contribuiu para que
sua avó desencarnada, a
entidade obsessora,
acolhesse os esclarecimentos
recebidos durante a chamada
doutrinação.
Quando a obsessão envolve
crianças, muitas pessoas não
conseguem entender por que a
Providência Divina permite
que fatos assim ocorram.
Manoel Philomeno de Miranda já
tratou do tema em duas
conhecidas obras,
psicografadas pelo médium Divaldo Franco.
No livro Sexo e Obsessão,
no capítulo intitulado “O
drama da obsessão na
infância”, respondendo a uma
pergunta sobre o assunto, o
mentor Anacleto esclareceu
que muitos processos de
obsessão têm seu início fora
do corpo físico, quando os
calcetas e rebeldes, os
criminosos e viciados
reencontram suas vítimas no
além-túmulo, os quais se lhes
imantam nos tentames
infelizes e de resultados
graves em diversas formas de
obsessões.
A obsessão na
infância – disse ele –
“muitas vezes é continuidade
da ocorrência procedente da Erraticidade. Sem impedir o
processo da reencarnação,
essa influência perniciosa
acompanha o período infantil
de desenvolvimento, gerando
graves dificuldades no
relacionamento entre filhos
e pais, alunos e
professores, e na vida
social saudável entre
coleguinhas”.
Anteriormente, no livro
Trilhas da Libertação,
no capítulo intitulado
“Ampliando os
conhecimentos”, Manoel P. de
Miranda consignou os
esclarecimentos dados pelo
dr. Carneiro de Campos
(Espírito) acerca do
tratamento que deve ser
dispensado à criança
obsidiada.
Inicialmente, o benfeitor
espiritual lembrou que a
obsessão na infância possui
um caráter expiatório como
efeito de ações danosas de
curso mais grave. “Não
obstante – esclareceu ele –,
os recursos terapêuticos
ministrados ao adulto serão
aplicados ao enfermo
infantil com mais intensa
contribuição dos passes e da
água fluidificada –
bioenergia – bem como
proteção amorosa e paciente,
usando-se a oração e a
doutrinação indireta ao
agente agressor –
psicoterapia –, por fim,
através do atendimento
desobsessivo mediante o
concurso psicofônico, quando
seja possível atrair o
hóspede à comunicação
mediúnica de conversação
direta”.
E acrescentou: “A
visão do Espiritismo em
relação à criança obsidiada
é holística, pois que não a
dissocia, na sua forma
atual, do adulto de ontem
quando contraiu o débito.
Ensina que infantil é
somente o corpo, já que o
Espírito possui uma
diferente idade cronológica,
nada correspondente à da
matéria. Além disso, propõe
que se cuide não só da saúde
imediata, mas sobretudo da
disposição para toda uma
existência saudável, que
proporcionará uma
reencarnação vitoriosa, o
que equivale dizer, rica de
experiências iluminativas e
libertadoras”.
Deve, portanto, o leitor
que nos escreveu buscar apoio numa Casa
Espírita de sua cidade, onde
a orientação adequada, as
preces, os passes, a água
fluidificada e o trabalho desobsessivo em benefício da
entidade perturbadora
produzirão, com certeza, o
resultado esperado.
Sobre o assunto, sugerimos
também que leia, se puder, os textos a
seguir indicados, todos
disponíveis na Web:
A obsessão em crianças e a
questão dos ovoides:
http://www.oconsolador.com.br/ano3/125/esde.html
As diversas faces da
obsessão infantil:
http://clodomiro.xpg.uol.com.br/e059.html
Obsessão infantil - o que
fazer?
http://waniafacure.blogspot.com.br/2011/02/obsessao-infantil-o-que-fazer.html
Obsessão na infância e na
adolescência:
goo.gl/JuUPzF
A criança obsidiada: como
proceder?
goo.gl/HU6ZJW
|
Para
esclarecer
suas
dúvidas,
preencha
e
envie
o
formulário
abaixo. |
|
Sua
pergunta
será
respondida
em
uma
de
nossas
futuras
edições. |
|
|
|