Jesus no lar
É provável que muitos,
na correria cotidiana,
enfim se perguntem, no
momento do repouso
noturno, o que
orientaria Jesus, hoje,
frente aos múltiplos
impasses atuais. Afinal,
os tempos são outros.
Dois milênios decorreram
desde as reuniões
acalentadoras na
residência humilde de
Simão Pedro, e, no
entanto, evidencia-se
que os dilemas morais
enfrentados pelos
homens, na totalidade
nas nações, permanecem
os mesmos, senão
agravados.
O desenvolvimento
tecnológico, o conforto
material, o avanço da
ciência, em
significativa medida,
não foram suficientes
para remover o craveiro
da infelicidade humana.
Muitos sofrem,
sobretudo, em razão da
indigência no território
ainda árido do amor -
considerado na
atualidade conceito
diáfano, sem aplicação
prática, restrito à
infinidade intrincada e
não concludente dos
debates filosóficos ou,
quando muito,
teológicos.
No entanto, o rumo
seguro da realização
verdadeira, duradoura,
não pode prescindir da
compreensão do que
constitui a nossa
essência eterna. E esta
não se nutre, em
absoluto, das roupagens
brilhantes do universo
da materialidade
transitória. Antes, e
mais exatamente, da
intenção de que se
reveste cada pequenina
atitude diária, durante
o convívio com os nossos
semelhantes.
Assim, no contexto,
importante comentar o
valor do hábito
disciplinado do culto do
Evangelho no Lar; e, na
oportunidade, sugerir
uma leitura que, dentre
todas as demais do
grande cardápio de
qualidade Espírita, deva
estar entre as mais
proveitosas: o livro
Jesus no Lar,
do Espírito Neio Lúcio e
psicografia do querido
Chico Xavier. Justo por
nos proporcionar o que
aludimos no começo deste
artigo: trazer para a
intimidade doméstica e
familiar a encantadora
aura das reuniões
apostólicas dos
primeiros tempos,
quando, na casa de Simão
Pedro, o Mestre se
reunia com o seu grupo
de amigos, discípulos e
aprendizes para deitar a
fonte viva do alimento
espiritual do qual,
ainda agora, mais de
dois milênios depois,
nos vemos tão
necessitados!
No contato com esta joia
da literatura mediúnica
espírita, na qual Neio
Lúcio reproduz os
diálogos fraternos do
Mestre com o seu círculo
mais íntimo, encontramos
a oportunidade real de
mitigar todas as dúvidas
sobre as nossas
angústias e desafios,
dos mais simples aos
mais complexos, ao
“ouvir” de Jesus suas
prédicas cheias de
doçura, mas também da
sabedoria divina que
adivinhamos a mais exata
para a solução sábia de
todos os problemas.
Trabalhamos, sobretudo,
o nosso íntimo para
reajustar atitudes,
sentimentos, pensamentos
e conceitos; e assim,
reavaliarmos cada
situação de uma ótica
mais eficiente, se o que
se pretende de fato é um
estado de felicidade
real, não apenas para
nós mesmos, mas para o
mundo. A começar do
ambiente dos lares, onde
se consolida o exercício
mais importante de
melhoria íntima e
coletiva – para, daí, se
irradiar ao convívio com
o próximo nos vários
ambientes onde somos
chamados constantemente
a interagir.
A leitura da noite, ou
da manhã, conforme o
horário reservado para
este carinhoso diálogo
com o Mestre, fora de
dúvida será direta,
proveitosa. Feita a
mentalização de ordem
elevada, com que é
solicitado o favor da
presença benfeitora de
nossos mentores para o
momento de reflexão e
cura, sentiremos, sem
falha de uma só vez, a
Presença benfeitora. E
Ele nos inspirará e
indicará o conteúdo de
estudo mais apropriado
para cada momento dos
presentes, ou mesmo de
um único componente
sincero, porque este que
assim se dedica
beneficia, com a prática
semanal, não apenas a
si, mas o local, seja
qual for, onde reside.
Atrai as influências
benéficas de guias,
familiares e assistentes
das dimensões
espirituais, que
comparecem de boa
vontade, e trabalham com
diligência em favor de
onde são convidados a
auxiliar na melhoria de
mais um agrupamento
humano, seja qual for, e
onde se situe.
Como nos ensina Jesus,
justo ao capítulo 24 da
aludida *obra luminosa,
“ao acaso” selecionado
para o desfecho deste
artigo:
“(...) O mais
poderoso não será o mais
desapiedado, e sim o que
mais ame.
O mais eloquente não
será o dono do mais belo
discurso, mas sim o que
aliar as palavras
santificantes aos
próprios atos, elevando
o padrão da vida, no
lugar onde estiver.
O mais respeitável não
será o dispensador de
ouro e poder armado, e
sim o de melhor coração.
O mais sábio não será o
possuidor de mais livros
e teorias, mas
justamente aquele que,
embora saiba pouco,
procura acender uma luz
nas sombras que ainda
envolvem o irmão mais
próximo...
Quando o arado
substituir o carro
suntuoso dos
triunfadores, nas
exibições públicas de
grandeza coletiva;
quando o livro
edificante absorver o
lugar da espada no
espírito do povo; quando
a bondade e a sabedoria
presidirem às
competições das
criaturas para que os
bons sejam venerados;
quando o sacrifício
pessoal em proveito de
todos constituir a honra
legítima da
individualidade, a fim
de que a paz e o amor
não se percam, dentro da
vida – então uma nova
Humanidade estará no
berço luminoso do Divino
Reino”.