CLAUDIO VIANA
SILVEIRA
cvs1909@hotmail.com
Pelotas, RS
(Brasil)
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Usufrutuários ou
usurários?
Certa feita
Jesus, em longa
discussão com os
fariseus,
narrada em João,
Cap. IX,
questiona-os:
“Por que não
compreendeis
minha
linguagem?”
Não lhes dando
chance de
resposta, Ele
próprio
redarguiria:
“É porque não
podeis ouvir a
minha palavra”.
*
Os que conviviam
com Jesus à sua
época – e ainda
hoje –
dividimo-nos em
duas espécies de
indivíduos: os
que nos dizemos
cristãos e disso
desfrutamos – os
usufrutuários do
Cristo – e os
que até nos
intitulamos
cristãos, mas
ainda estamos
muito vinculados
à usura, à
avareza, à
agiotagem – os
que somos,
ainda,
usurários.
É possível
que ainda
estejamos na
contramão do
Cristo, ligados
à cobiça terrena
e que tal
situação nos
impeça de “ouvir
e entender a sua
palavra”.
Compreendamos
que na época do
Cristo
encarnado, os
indivíduos
também estavam
divididos nessas
duas categorias:
enquanto que os
usufrutuários
eram
representados
pelos
discípulos, os
fariseus eram a
imagem da usura
da cobiça, da
pilantragem, do
extorquismo. Os
primeiros,
abertos à Boa
Nova; os outros,
algemados às
exterioridades.
Paramos por aí?
Não! Enquanto no
Planeta Terra o
mal – a usura, a
rapinagem – se
sobrepuser ao
bem – o usufruto
sadio –,
viveremos esse
duelo entre os
usufrutuários e
os usurários.
Tem jeito? Sim!
Com a melhoria
dos homens, e a
já
“possibilidade
de ouvirem”, o
Planeta também
avançará.
Porém, enquanto
perdurarem tais
desencontros:
·
Aos usurários, a
oratória, os
feitos –
principalmente
os
misericordiosos
– e as máximas
do Rabi se
mostrarão como
indecifráveis
ou estranhos;
aos seus
usufrutuários
serão roteiro e
estímulo nas
diversas
estações de suas
viagens;
·
Os que o
desfrutam
procurarão fazer
todo o bem
possível;
aos usurários,
não só o mal,
mas todas as
suas apologias;
·
Usufrutuários
colaborarão,
emprestarão,
solucionarão,
participarão...
Os avaros tudo
negociarão;
trapacearão e
estabelecerão
cotas de lucros;
·
Os usufrutuários
do Mestre
amarão,
desculparão
e ajudarão;
usurários
odiarão a tudo e
a todos em
qualquer
dimensão; farão
da maledicência
o prato
principal e a
sobremesa;
·
Os usurários
somente
escutarão a
Boa Nova; os
usufrutuários a
ouvirão, já que
há um abismo
imenso entre
escutar e
realmente
ouvir... E
·
A posse
será o objeto de
desejo do
usurário, pois
nisso empregará
sua força
mental;
os usufrutuários
sabem que
somente
gerenciarão os
bens que lhe
foram
emprestados;
suas mentes têm
emprego
principal nos
bens duradouros.
*
Quanto mais
entulhados
nossos corações
da usura e da
avareza, menos
neles caberá a
“linguagem”
do Mestre!
Enquanto que os
usufrutuários
já
conseguem
entender a
“linguagem”
do Mestre, na
expressão da
questão feita
aos fariseus há
1983 anos, os
usurários,
ou novos
fariseus, ainda
“não podem
ouvir a sua
palavra”;
somente a
escutam...
... Ou ‘nós’
somente a
escutamos?!
(Em sintonia com
Xavier,
Francisco
Cândido, ditado
por Emmanuel,
Fonte viva,
Cap. 48,
Diante do
Senhor, 1ª
edição da FEB) –
(Inverno de
2016).