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Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 490 - 6 de Novembro de 2016

FELINTO ELÍZIO DUARTE CAMPELO
felintoelizio@gmail.com
 
Maceió, Alagoas (Brasil)

 


A cobra e o vaga-lume


Naquela manhã de primavera, Jandiara, a cidadezinha encantada, despertara exuberante. A natureza oferecia um magnífico espetáculo numa explosão de luz, cores, aromas e sons.

Na praça central e nas principais ruas, caprichosamente arborizadas e ajardinadas, canoros passarinhos saudavam o amanhecer com seus suaves gorjeios, qual sinfonia celestial, entoando um hino de louvor ao Pai; flores desabrochavam numa profusão de nuanças e, tangidas pela brisa matinal, espargiam o olor só conhecido nos édens; o astro-rei, derramando-se em cascatas de raios doirados, beijava o chão ainda umedecido pelo orvalho que caíra na madrugada.

Em Jandiara, a vida retornava ao seu curso normal. O Prefeito adentrava o gabinete de trabalho vivamente interessado em conseguir mais verbas federais para iniciar novas obras no município; o Juiz, o Promotor e o Tabelião retomavam suas atividades no Fórum local; o comércio reabria suas portas na esperança de bons negócios; a garotada, esbanjando alegria, chegava à escola onde a professora Tequinha os aguardava com um largo sorriso de felicidade para mais um dia de labuta escolar.

Quando faltavam quinze minutos para o encerramento da aula, Tequinha, ante a grande expectativa das crianças, falou com sua habitual serenidade:

Ficou combinado que, a cada segunda-feira, um aluno apresentará e comentará uma estória contada por alguém, uma fábula copiada de um livro ou alguma coisa de sua própria imaginação. Hoje, cabe à menina Idália o primeiro trabalho dessa nova modalidade de estudo. Vamos, comece a ler o que preparou e, depois, faça a interpretação do texto.

Segura de si, sem nenhuma inibição, Idália iniciou sua apresentação.

- Trouxe a fábula “A COBRA E O VAGA-LUME” colhida por meu pai na Internet.

“Uma cobra passou a perseguir ferozmente um vaga-lume que fugiu rápido com medo da feroz predadora... mas a cobra não desistiu.

Um dia, já sem forças, o vaga-lume parou e disse: - Posso fazer três perguntas?

A cobra assentiu e ele continuou... - Pertenço à sua cadeia alimentar?

- Não.

- Fiz-lhe algum mal?

- Não.

- Então, por que quer me comer?

- Porque não suporto ver você brilhar...”

- Parabéns, Idália, você foi muito feliz na escolha - comentou a professora - agora, diga qual a lição que tirou da fábula.

Entendo que a cobra era uma grande invejosa e que a inveja pode levar um ser à loucura.

Muito bem, sua afirmação está perfeita. A cobra, movida pelo negativo sentimento da inveja, sentiu-se ferida em seu orgulho, teve açulada sua vaidade, não aceitou ver-se obscura a rastejar enquanto o pequeno vaga-lume pairava luminoso no ar. Buscou destruí-lo para não ser ofuscada por seu brilho.

- Quer dizer, professora - interveio Júlio - que a cobra virou uma assassina porque era invejosa, orgulhosa e vaidosa?

- Sem dúvida. A cobra deixou-se dominar por três sentimentos inferiores e descambou para o crime.

- O que são e que mal podem fazer a inveja, o orgulho e a vaidade - perguntou o Bruno cheio de interesse.

- A inveja é o sentimento de desgosto pelo bem alheio, é a vontade doentia de possuir ou destruir o que pertence a outro, é uma barreira à evolução da alma do invejoso e, muitas vezes, também prejudica o invejado; o orgulho é um exagerado amor-próprio, é um conceito muito alto que alguém faz de si mesmo. O orgulhoso não suporta ver nada que lhe seja superior e é capaz de adulterar a verdade para não se sentir inferiorizado; a vaidade é uma perigosa doença das almas despreparadas para a realidade da vida, é um entrave ao aperfeiçoamento, é um estorvo à evolução espiritual; a vaidade associada à inveja e ao orgulho é como um polvo traiçoeiro cujos tentáculos envolvem, apertam, abafam e toldam a razão. Por vaidade, orgulho e incontida inveja, a cobra cometeu um assassinato.

- E o que acontece a quem guarda no coração esses sentimentos grosseiros? Vai para o inferno?  Quis saber a Sílvia.

- Não. O inferno e as penas eternas não existem. Deus é justo, misericordioso e bom, ama seus filhos, não os condena, dá-lhes, sim, oportunidades de renovação. Jesus, o governador do planeta Terra, asseverou que nenhuma de suas ovelhas se perderá. Esses irmãos infelizes que se entregam à delinquência passarão séculos para se purificarem, experimentarão em repetidas reencarnações purgatórias as dolorosas consequências dos seus desregramentos até que, depurados e redimidos, adquiram luz própria e possam alçar voo a planos melhores. É a lei.

Guardando respeitoso silêncio, a meninada ouviu a breve oração de agradecimento de Maria Tereza que, aureolada por suave luz, mostrava-se mais bela e resplandecente.


 

 


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