ROGÉRIO MIGUEZ
rogmig55@gmail.com
São José dos Campos, SP
(Brasil)
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Sucessos
e insucessos nas
reencarnações
É da lei que
obrigatoriamente todo
Espírito,
individualização do
princípio espiritual,
passe vários períodos de
sua existência ocupando
corpos materiais em
diversos mundos do
Universo. Enfatizamos
ser uma imposição,
ninguém se eximirá
destas experiências.
Esta necessidade se
justifica pelo fato dos
Espíritos, ou seja, nós
mesmos, de modo a
progredir totalmente
conforme também
determina a lei divina,
devermos estar em
contato com a matéria,
contudo, para manipular
a matéria, usando-a em
benefício próprio, só
através de uma estrutura
também material: o corpo
humano. Caso o Espírito
permaneça apenas no
plano etéreo, sem
reencarnar, ou seja, na
chamada erraticidade,
estacionaria, pois há um
limite de evolução a ser
alcançada na
espiritualidade.
Desta forma, o objetivo
maior proporcionado
pelas reencarnações
seria conduzir os
Espíritos à perfeição
relativa prevista e
desejada por Deus, para
todas as Suas criaturas,
indistintamente, isto é,
tornarem-se Espíritos
puros, tal qual Jesus.
Entretanto, poderíamos
perguntar: Para que
alcançar a pureza de
Espírito?
–
Para adquirir a condição
de suportar a parte que
nos toca na obra da
criação. Todo Espírito,
independente do momento
de sua criação, sem
distinção, irá trabalhar
para Deus e com Deus,
pela eternidade afora.
Assim, o processo de
encarnar se repetirá até
a condição de pureza ser
alcançada, desta hora em
diante, o Espírito só
volta a ocupar um novo
corpo em um mundo
material se assim
deliberar nas chamadas
relevantes missões, tal
qual fez Jesus.
O número de
reencarnações
necessárias para se
atingir a plenitude da
evolução depende do
esforço do Espírito em
cada uma delas, soa
bastante razoável. Deus
em sua sabedoria
proporciona condições
para que nós atinjamos a
meta final. Seria um
absurdo a Divindade
determinar este
progresso e não nos
oferecer meios para
alcançá-lo.
À vista disso, devemos
nos empenhar para bem
aproveitar as vidas
futuras e principalmente
a atual, pois quanto
mais demorarmos a
atingir o progresso
possível, mais
reencarnações teremos,
tantas quantas forem
precisas.
Cabe aqui uma pequena
nota: há quem diga ser a
evolução infinita, quer
dizer, não haverá fim
neste progresso,
contudo, basta uma
rápida visita à pedra
fundamental da Doutrina,
O Livro dos Espíritos,
para esclarecer: 1
“169.
É invariável o número
das encarnações para
todos os Espíritos?
– Não; aquele que
caminha depressa, a
muitas provas se forra.
Todavia, as encarnações
sucessivas são sempre
muito numerosas,
porquanto o progresso é
quase infinito”.
No estágio atual, quando
encarnados, estaremos
sujeitos a três
condições:
1.
Passamos por expiações
e/ou;
2.
Somos submetidos a
provas e/ou;
3.
Desempenhamos missão.
Esta tríade de
possibilidades acompanha
basicamente todos nós,
pois ainda somos
Espíritos de elevação
mediana, se assim não
fosse, em princípio, não
estaríamos em um mundo
de Provas e Expiações,
categoria atualmente
ocupada pelo planeta
Terra.
Aquelas encarnações, às
quais o Espírito vence
os seus desafios e,
melhor ainda, vence a si
mesmo, ou seja:
1.
Expia sem
reclamar;
2. Obtém
sucesso em suas provas;
3. Cumpre
a sua missão;
podem ser consideradas
encarnações vitoriosas,
entretanto, são escassos
os completistas
nos dizeres de André
Luiz em Missionários
da luz2:
Completista é o título
que designa os raros
irmãos que aproveitam
todas as oportunidades
construtivas que o corpo
terrestre lhes oferece,
e, na qualidade de
trabalhador leal e
produtivo, pode
escolher, à vontade, o
corpo futuro, quando lhe
apraz o regresso à
Crosta em missões de
amor e iluminação, ou
recebe veículo
enobrecido para o
prosseguimento de suas
tarefas, a caminho de
círculos mais elevados
de trabalho.
Por outro lado, aqueles
que passam por suas
expiações com revolta,
rebeldia, insatisfeitos,
a reclamar de Deus;
enxergam as provas por
eles mesmos escolhidas
como testes impossíveis
de serem vencidos e as
abandonam; e,
finalmente, não
compreendem a sua
missão, descumprindo-a,
experimentaram uma
reencarnação fracassada.
Certamente, considerando
este cenário, surge a
questão: Qual seria a
minha particular missão?
Como posso identificá-la
de modo à bem cumpri-la?
Não poderíamos elencar
as muitas missões
possíveis de nos serem
atribuídas ou por nós
solicitadas, mas pelo
menos uma delas
destaca-se sempre: a
missão em relação aos
filhos. Para todos os
que se perguntam o que
Deus lhes reservou como
missão, devem se
conscientizar de que os
filhos são empréstimos,
não nos pertencem,
contas serão pedidas aos
pais detendo
provisoriamente a guarda
de um ou mais Espíritos,
pertencentes a Deus, são
criaturas Dele. Se, como
pais, formos vitoriosos
em bem prepará-los para
a vida, seguramente
teremos cumprido esta
básica missão
relacionada à
maternidade e à
paternidade.
Voltemos a nossa atenção
para aqueles que
fracassaram total ou
parcialmente em suas
vidas. Para estes a
misericórdia e bondade
de Deus se expressam
sempre através de outras
oportunidades de vida,
tantas quantas forem
necessárias até que
exista a retificação dos
equívocos, “recuperando”
o tempo perdido. De
fato, não é possível
trazer o tempo de volta,
porém, bem vivendo,
preparamos um bom futuro
para nós mesmos. Por
consequência, quando há
o cumprimento parcial
das tarefas de uma vida,
complementa-se
naturalmente em outras,
pois sempre há novas
chances, outras
oportunidades, assim
deseja nosso Amantíssimo
Pai.
É interessante destacar
que mesmo diante do
quadro de expiações,
provas e pequenas
missões enfrentadas por
todos nós, há alguns
ainda fazendo mais, por
esforço e dedicação
acentuados, como
exemplo, durante o sono,
encontram-se com seus
guias e Espíritos
protetores e pedem mais
desafios e em muitos
casos são concedidos.
A título de
exemplificação
quantitativa do sucesso
e do insucesso, total ou
parcial, em
reencarnações, podemos
usar informação contida
em outra obra de André
Luiz3: em 82
anos de existência do
instituto “Almas Irmãs”,
um
hospital-escola
do plano espiritual para
candidatos à
reencarnação que haviam
falhado em questões de
natureza afetiva, muitos
registros dos que dali
partiram rumo a Terra
foram acumulados. Àquela
época, abrigava uma
população oscilante
entre cinco e seis mil
Espíritos. E a
estatística informa: de
cada cem estudantes
retornando à experiência
corpórea, dezoito saem
vitoriosos, vinte e dois
melhorados, vinte e seis
muito imperfeitamente
melhorados e trinta e
quatro onerados por
dívidas lamentáveis e
dolorosas.
Observando
estes dados coletados de
exemplos reais,
destaca-se serem de
Espíritos previamente
educados antes de
reingressarem na esfera
terrena. Sabemos, no
entanto, existirem
reencarnações
compulsórias para muitos
Espíritos, em função de
sequer apresentarem as
condições mínimas para
serem reeducados nos
diversos
hospitais-escolas
existentes nas colônias
do plano etéreo.
Certamente, nesta massa
de Espíritos,
que não deve ser
pequena, as estatísticas
devam ser mais
desanimadoras, com
números mais relevantes
de insucessos.
Aproveitemos! Não
esmoreçamos! A vida
atual nos pede esforço,
disciplina, dedicação,
paciência, estudo e
muito exercício da
virtude ainda
pouquíssimo cultivada: o
amor. Vivamos com Jesus!
Com estas providências
aumentaremos as nossas
chances de daqui nos
retirarmos, mais cedo ou
mais tarde, pois a
“morte” é certa para
todos, quem sabe também
com a honrosa e distinta
posição de mais um
completista.
Referências:
1
KARDEC, Allan. O
Livro dos Espíritos.
Trad. Guillon Ribeiro.
69. ed. Rio de Janeiro:
FEB Editora, 1987. q.
169.
2
XAVIER, Francisco C.
Missionários da luz.
Pelo Espírito André
Luiz. 20. ed. Rio de
Janeiro: FEB Editora,
1987 - cap. 12 –
Preparando experiências.
3
XAVIER, Francisco C.;
VEIRA, Waldo. Sexo e
destino. Pelo
Espírito André Luiz. 32.
ed. Rio de Janeiro: FEB
Editora, 2007. 2ª parte,
cap. 9.