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Ano 10 - N° 491 - 13 de Novembro de 2016

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, MG (Brasil)

 
 

Rogério Coelho

Espiritismo & Evolução

O grande objetivo da evolução é ascender espiritualmente

“O Espiritismo nos leva a aprender a viver as dimensões humanas com equilíbrio e segurança, sem conflitos com a consciência de nossa natureza espiritual.”-  Adenáuer Novaes[1]

A vivência lúcida do Espiritismo nos induz a desembocar no delta do autoconhecimento, que, por sua vez, enseja a ação que alavanca a nossa evolução, como se fosse uma reação em cadeia...

Para que possamos demonstrar, e mais bem compreender esta questão, compulsemos as páginas finais do livro “Psicologia e Espiritualidade”, onde o confrade Adenáuer Novaes desenvolve o tema com muita propriedade:

(...) O ser humano deve cada vez mais tornar holístico o seu conhecimento sobre a vida, isto é, procurar ampliar sua visão sobre o mundo, acumulando o saber já alcançado. A cada dia deve perceber cada vez mais como as leis espirituais se processam, com o intuito de viver bem em sociedade...

O grande objetivo da evolução é ascender espiritualmente e isso se dá pelas aquisições dos paradigmas das Leis de Deus e da capacidade de distinguir emoções em si mesmo, quando estas ocorrem.  Esse conhecimento implica em saber e em vivenciar, em conhecer e praticar as Leis de Deus, através do amor à vida. Conhecem-se as leis pela convivência e participação social, mas conhecer não é saber, tanto quanto gostar de alguém não é amar. É preciso aprender a usar as Leis de Deus, como também a distinguir sentimentos.

O impacto de uma nova encarnação, o contato com o mesmo ou um novo grupo familiar, a constituição de novas relações, a reconstrução de uma nova identidade social, as transformações sociais, as pressões internas das memórias de vidas passadas, os desafios das provas e expiações, bem como a necessidade de progredir, levam o Espírito à tomada de atitudes e a comportamentos cada vez mais complexos, estabelecendo-se, no seu somatório, o que chamamos de personalidade integral.   Ela é o conjunto constituído de sua essência individual e das reações a essas motivações.   Por uma delas apenas não se pode reconhecer o nível de evolução em que se encontra o Espírito.    

O Espiritismo nos permite conhecer as Leis de Deus 

Um comportamento não é suficiente para revelar uma personalidade. A cada encarnação ele vai aprendendo algo mais acerca das leis de Deus, sendo-lhe sempre uma surpresa voltar ao corpo físico, e seu passado reencarnatório, então inconsciente, será como um propulsor latente, lembrando-lhe a todo o momento seu potencial já acumulado. Viverá movido por ele, pelos estímulos externos, pelo progresso inevitável e por sua vontade interna.  As provas e expiações por que tenha de passar estarão presentes a dinamizarem sua vida, não lhe permitindo ultrapassar uma fronteira sem o devido saber.

(...) Quando afirmamos que o Espiritismo nos permite conhecer as Leis de Deus, é preciso que entendamos que lei é um processo pelo qual o que é desconhecido se realiza, isto é, tudo que ocorre se dá dentro dos limites de leis. As leis de Deus, ou leis espirituais, dão sentido à vida. Leis são processos de criação e de materialização da própria vida.  Podemos dizer que as Leis de Deus, longe de serem apenas morais, são leis gerais ou espirituais, num sentido mais amplo, nas quais a vida acontece.

(...) O Espiritismo não é uma camisa de força para o comportamento humano. Por ser um saber que liberta, deve levar à felicidade e não ao degredo. Proibições não pertencem aos seus princípios, porém, assumir conscientemente responsabilidades pelos próprios atos representa norma de conduta espírita. O ser humano, em sua caminhada evolutiva, deve ter direito a escolhas, devendo buscar aquilo que lhe convém de acordo com seu momento de vida. As diretrizes básicas podem ser encontradas no Evangelho do Cristo.

(...) Conhecer-se é um processo que tem o limite da capacidade da consciência em reter o conteúdo a ser conhecido. A consciência é limitada, pois exclui, divide, discrimina, concentra e focaliza... Nossa vida consciente não é capaz de tudo perceber a respeito do Espírito. Mesmo o desencarnado, pertencente ou não a um plano espiritual mais elevado que o nosso, possui limitações quanto ao que sabe sobre si mesmo e sobre o universo do qual faz parte.  

Se o Espiritismo vale para o além, valerá também para o aquém? 

Chegará o momento em que a consciência que já se expandiu ao limite de sua capacidade, precisará transcender e buscar mudanças e transformações fundamentais para o próprio desenvolvimento psíquico. Ainda não conhecemos o funcionamento psíquico o suficiente para entender os processos quando o Espírito está liberto do corpo e em níveis evolutivos superiores, porém, é preciso entender que por julgarmos a partir do paradigma encarnado, sem similaridade para a necessária compreensão real, não conseguimos penetrar em sua totalidade.

Nossas escolhas na vida são também, e principalmente, consequência da visão de mundo que temos. Quanto mais ampliamos nossa percepção da realidade, mais opções de aprendizado vislumbramos. O desconhecimento da personalidade integral, do Espírito em sua totalidade, acarreta dificuldades no processo evolutivo, criando barreiras, provocando o prolongamento de situações repetitivas e, às vezes dolorosas...

(...) Embora o Espiritismo seja uma doutrina eminentemente consoladora de alcance moral, cabe-lhe também o caráter de implementadora da felicidade do ser humano, não só na vida futura, como Espírito desencarnado, como também ainda encarnado. Falar em felicidade na Terra não exclui a consciência de sua relatividade e da pequenez da vida material em relação à espiritual.  Mas, se o Espiritismo vale para o além, deve valer também para o aquém.

Vivenciar o Espiritismo não se trata apenas de exercitar práticas doutrinárias, muito embora possam elas ser imprescindíveis. Esse exercício serve como profilaxia e como aprendizagem, porém é necessário incorporar Verdades eternas que devem ser utilizadas na convivência social, nos diversos papéis da vida.

Nem sempre é clara ao Espírita a percepção de seu verdadeiro caminho. Muitas vezes ele confunde o seu com o de missionários, espíritos de escol, que trilham seu próprio destino, vivendo um processo pessoal que não deve ser imitado. Imitar o caminho do outro é distanciar-se do seu próprio. 

Somos embriões do amor de Deus... 

Certamente que o Espiritismo conseguirá levar o ser humano ao estado de felicidade que ele almeja, não apenas após a morte, mas ainda quando encarnado, por intermédio das transformações libertadoras que enseja. Esse talvez seja o grande trunfo para uma doutrina que se propõe à regeneração da humanidade.

O Espiritismo nos ensina a cultivar a semente do Bem em nós mesmos e no nosso próximo, não apenas como norma de conduta religiosa, mas como princípio de vida.   A vida nos apresenta processos que podem fortalecer esse princípio interno. Ensina-nos a doar energia à vida; a doar com desapego as coisas: um objeto, uma palavra ou uma oração; a sermos sempre agradecidos, primeiro às pessoas e depois à própria vida. Dessa forma crescemos e fazemos os outros crescerem. Mostra-nos que ser agradecido não implica apenas no gesto de manifestar retribuição, mas ser grato também sem que o outro o saiba. Leva-nos à descoberta da importância da empatia e da amorosidade para com as pessoas.

Somos embriões do amor de Deus, criados para desenvolver nossas potencialidades e para, conhecendo Suas Leis, ampliá-las e construir um mundo melhor. O Espiritismo vivenciado possibilita que, um dia, alcancemos isso.  Ele nos enseja o conhecimento e a descoberta da natureza essencial, singular, única e indecifrável do Espírito. Com ele começamos a penetrar nos intricados mecanismos da “psiquê” humana e da essência divina que se constitui o Espírito. Ele abre caminho para as ciências da Alma e para a decifração dos códigos que estruturam a vida; ele permite que nossa mente se liberte da casca do corpo físico, fazendo aparecer o fruto espiritual, livrando-nos dos preconceitos e medos que atrasam nossa marcha ascensional.

O Espiritismo é uma espécie de luneta com a qual se pode observar além das nuvens do corpo, a vida verdadeira e exuberante do Espírito. Ele nos possibilita alcançarmos a condição de seres evoluídos e preparados para o nosso futuro e eleva o ser humano da categoria de simples animal dotado de razão para a condição de Espírito, senhor das emoções.  

O Espiritismo permite que nos conheçamos como Espíritos Imortais  

O ser humano evoluído é aquele que descobriu sua singularidade e trabalha em favor dos objetivos de Deus.

(...) Bem compreendido, o Espiritismo nos permite sair da fantasia de que a transformação pessoal é mágica ou deverá ser proporcionada instantaneamente por uma Entidade espiritual.  Retira-nos da condição de crianças imaturas para adultos conscientes de nossas responsabilidades para conosco e para com o mundo. Ele nos ensina a não nos tornarmos simples seguidores de líderes carismáticos e alienados do processo pessoal de crescimento espiritual. Não se apoia em pessoas, ídolos, ou em ideias cuja autoridade não se confirma pela Universalidade. É uma doutrina dinâmica que se permite releitura a cada época da humanidade [sem prejuízo de sua estrutura doutrinária, cujos pontos básicos estão monoliticamente firmados no Pentateuco Kardequiano].

Ensina-nos a nos humanizarmos antes ou ao mesmo tempo em que buscamos nos espiritualizar, para que não venhamos a dar passos tão largos que nossas pernas não possam alcançar; coloca-nos em condições de poder identificar nossos erros com seriedade e responsabilidade e a transcender a dialética maniqueísta bem/mal, alcançando a consciência das próprias ações com equilíbrio, assumindo as consequências naturais dela decorrentes. Auxilia a eliminar as culpas conscientizando-nos do valor pessoal de crescer com o próprio passado sem nos prendermos às suas amarras, porém assumindo os equívocos cometidos”.

Enfim, o Espiritismo permite que nos conheçamos – holisticamente – como Espíritos Imortais que somos e revela a Verdade cujo conhecimento nos liberta da cela estanque da ignorância e do egoísmo, onde vivemos por séculos incontáveis, e segundo Emmanuel, lá continuaríamos a viver se a misericórdia divina não nos tivesse enviado Jesus e Kardec para resgatar-nos.                                


 

[1] - NOVAES, Adenáuer Marcos F. de. Psicologia e Espiritualidade. 3ed.  Salvador: Lar Harmonia, 2003. p. 152-176.


 


 
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