Sexo e Obsessão
Manoel Philomeno
de Miranda
(Parte 12)
Damos sequência
ao estudo metódico
e sequencial do
livro Sexo e Obsessão,
obra de
autoria de
Manoel Philomeno
de Miranda,
psicografada por
Divaldo P.
Franco
e publicada originalmente em 2002.
Questões
preliminares
A. Como era o
ambiente
espiritual na
residência da
diretora do
Educandário?
No lar da
diretora tudo
transpirava paz
e bem-estar, em
uma psicosfera
de harmonia,
algo que é,
segundo Manoel
Philomeno de
Miranda,
bastante raro
nas famílias
contemporâneas.
Enriquecida por
uma família bem
constituída, mãe
devotada de duas
crianças com
idades entre 8 e
10 anos, uma
linda garota e
um simpático
varão, o esposo
era homem sério,
voltado para as
questões
espirituais da
religião que
ambos
professavam.
Tratava-se de um
lar construído
em bases
cristãs, sem as
excentricidades
dos
comportamentos
mundanos da
atualidade, onde
o vazio
existencial e a
vulgaridade têm
primazia nos
relacionamentos
que deveriam ser
afetivos.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 7:
Programações
abençoadas.)
B. Na presença
do Espírito de
Mauro, a
diretora pôde
inteirar-se dos
problemas
enfrentados pelo
padre e também
dos abusos que
ele cometera
contra crianças
de sua paróquia?
Sim. O Mentor,
falando
diretamente à
diretora do
Educandário, que
ali estava em
Espírito,
relatou-lhe os
problemas e suas
causas,
explicando-lhe
também que, sem
diminuir-lhe a
responsabilidade
pelo gravame,
era justo
considerar que o
padre se
encontrava fora
do equilíbrio
emocional e
racional,
vitimado por
conflitos
hórridos e sob a
injunção de
forças
desconexas do
mundo espiritual
inferior, que o
aturdiam e
comandavam
mentalmente.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 7:
Programações
abençoadas.)
C. Que proposta
o Mentor
espiritual fez à
diretora do
Educandário?
Anacleto
disse-lhe o
seguinte: “A
melhor solução
para este
momento não
deverá ter um
caráter punitivo
ao infrator, que
está doente, mas
um objetivo
reeducador, a
fim de que,
consciente da
severa situação,
modifique por
completo a
existência,
dando novo rumo
aos passos que
devem seguir na
direção da
felicidade
pessoal e da de
todos com quem
conviva. Assim,
sugiro que a
gentil
professora entre
em contato com a
autoridade
religiosa
superior, que
pode estudar a
solução ideal
para a
ocorrência,
narrando os
fatos com
serenidade e
exigindo a
transferência do
sacerdote, sem
comentários
escabrosos, que
sempre fecham a
porta à
solvência de
quaisquer
problemas.
Acredito que o
senhor Bispo,
notificado a
respeito da
gravidade do
comportamento do
seu subalterno,
saberá como
encaminhar a
questão a
instância
superior, se for
o caso, ou o
equacionará
conforme sejam
as instruções
que tenha do
Alto Clero”.
Dito isso, ele
explicou: “Não
estamos
escamoteando o
erro nem agindo
de forma
conivente com o
descalabro moral
do paciente. A
enfermidade
necessita de
tratamento e não
de escarcéu,
sempre do bom
gosto dos
insensatos. O
afastamento do
infrator do
convívio
infantil,
impedindo novos
contatos com
vítimas em
potencial, é uma
terapia
eficiente e de
grande efeito
moral. Assim,
confiamos na
prudência e nos
bons ofícios da
nossa
esclarecida
mestra”.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 7:
Programações
abençoadas.)
Texto para
leitura
57. Um lar
construído em
bases cristãs
– Concluídos os
trabalhos
mediúnicos e
afastados os
membros
encarnados do
grupo da
Instituição,
rumando aos seus
lares, os
benfeitores
continuaram em
febril atividade
espiritual junto
àqueles que
haviam sido
atendidos, mas
cuja terapia
deveria ser mais
acurada. Alguns
seriam
transferidos
para o plano
espiritual,
outros ficariam
alojados nas
instalações da
Casa e diversos
seriam
liberados, a fim
de elegerem o
melhor caminho a
seguir,
respeitando-se a
liberdade de
escolha de cada
qual.
Experimentaram a
claridade que
deslumbra, agora
seria necessário
deixar-se
penetrar pela
luz de modo a
beneficiar-se
largamente dos
seus recursos
preciosos. Aos
primeiros
minutos da
madrugada, o
irmão Anacleto
convidou Miranda
e Dilermando
para irem à Casa
paroquial, a fim
de trazer Mauro
a reflexões
através do
desdobramento
pelo sono, o que
não foi muito
difícil. O seu
estado de ânimo
em
quebrantamento
facilitou-lhes o
recurso
especializado e,
adormecido,
conduziram-no ao
recinto onde se
operara a
reunião
mediúnica. De
imediato,
seguiram na
direção do lar
da Profa.
Eutímia, a nobre
diretora do
Educandário onde
Mauro lecionava.
A senhora
permanecia
acabrunhada, com
a mente em
torvelinho.
Àquela hora,
embora houvesse
tomado um
medicamento
calmante, sem
haver dito nada
ao marido,
evitando
precipitação de
conduta, não
conseguia o sono
reparador.
Despertava
assustada com
frequência,
recorrendo à
ajuda da oração,
conforme os
padrões dos seus
conceitos
religiosos.
Enriquecida por
uma família bem
constituída, mãe
devotada de duas
crianças com
idades entre 8 e
10 anos, uma
linda garota e
um simpático
varão, o esposo
era homem sério,
voltado para as
questões
espirituais da
religião que
ambos
professavam.
Tratava-se de um
lar construído
em bases
cristãs, sem as
excentricidades
dos
comportamentos
mundanos da
atualidade, onde
o vazio
existencial e a
vulgaridade têm
primazia nos
relacionamentos
que deveriam ser
afetivos.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 7:
Programações
abençoadas.)
58. O
Mentor fala à
diretora do
Educandário
– O grupo
socorrista
adentrou o lar e
encontrou ali
alguns Espíritos
amigos que
também se
domiciliavam na
casa, face às
vinculações
afetuosas com a
família. Tudo
transpirava paz
e bem-estar,
numa psicosfera
de harmonia, o
que é, de certo
modo, bastante
raro nas
famílias
contemporâneas e
nos seus ninhos
domésticos.
Conduzida à Casa
espírita onde
deveriam ter
continuidade os
labores de
renovação das
almas, ela foi
colocada
gentilmente
sobre um leito
improvisado e
continuou
adormecida. No
recinto também
estavam Mauro e
sua genitora, a
nobre senhora
Martina, D.
Eutímia e
Jean-Michel,
que, de quando
em quando,
vivenciando uma
forma de
pesadelo em
espírito,
agitava-se. O
Mentor convidou
os companheiros
ao recolhimento
pela prece,
igualmente
assistido pela
diretora
espiritual do
Núcleo que os
acolhia. Após
sentida oração,
o benfeitor
Anacleto
acercou-se da
nobre mestra e
convidou-a ao
despertamento,
enquanto os
outros faziam o
mesmo com o
padre Mauro e
Jean-Michel.
Como se
estivesse no
corpo físico, ao
amanhecer de um
dia feliz, a
senhora acordou
tranquila,
jovial, e
surpreendeu-se
com o grupo que
a rodeava. Antes
de apresentar
alguma
interrogação, o
Mentor
explicou-lhe:
“Estamos
reunidos em nome
de Jesus, a quem
todos amamos e
devemos
carinhoso
respeito, a fim
de estudarmos o
drama da manhã
passada,
envolvendo o
nosso sacerdote
Mauro. Não
estranhe este
acontecimento,
que é mais comum
do que pode
parecer, em
razão dos
fenômenos da
vida terem sua
causa em
programações
aqui, na Esfera
da realidade.
Todos estamos
envolvidos pelo
acontecimento
infeliz, cujas
consequências
puderam ser
diminuídas
graças à
intervenção da
misericórdia
divina”. Nesse
momento, mais
lúcida, D.
Eutímia
identificou
Mauro e teve uma
reação
previsível de
receio. O
Instrutor
vigilante
asserenou-a,
informando que
tudo estava sob
controle e ela
não teria por
que temer ou
afligir-se. Por
sua vez, o jovem
sacerdote não se
pôde furtar ao
constrangimento
imposto pela
consciência de
culpa diante
daqueles cuja
confiança
defraudara.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 7:
Programações
abençoadas.)
59. O
problema de
Mauro é relatado
pelo Mentor
– Antes que
Jean-Michel
pudesse intervir
ou ser convidado
a reflexões, o
irmão Anacleto,
elucidou,
dirigindo-se
diretamente à
diretora do
Educandário: “O
grave assédio de
Mauro à criança
constitui um
crime hediondo,
considerando-se
os fatores e
circunstâncias,
os valores e
compromissos que
se encontram em
jogo. Sem
diminuir-lhe a
responsabilidade
pelo gravame, é
justo
considerarmos
que ele se
encontra fora do
equilíbrio
emocional e
racional,
vitimado por
conflitos
hórridos e sob a
injunção de
forças
desconexas do
mundo espiritual
inferior, que o
aturdem e
comandam-no
mentalmente.
Açodado na
libido pelo
vício mental e
pela ação
nefasta de um
perseguidor
espiritual,
planejava abusar
da inocência da
criança.
Felizmente,
porém, não teve
tempo de
consumar o
infeliz
programa,
encontrando-se
agora
terrivelmente
ferido no
sentimento e
aturdido na
razão, ao
considerar a
gravidade
daquele infame
instante que o
alucina”. O
mentor fez uma
pausa oportuna
no
esclarecimento,
a fim de que a
senhora melhor
compreendesse o
que se passava,
logo
prosseguindo:
“Aqui nos
reunimos com o
objetivo de
evitar maiores
danos à criança
ingênua,
qualquer
situação de
prejuízo moral
para a Escola,
assim como para
encontrarmos a
melhor solução
para atender
também ao
infrator... Todo
erro pode ser
reparado,
especialmente
antes que se
transforme em
tragédia. O
nosso amigo já
dilacerou os
sentimentos de
algumas
crianças, que
soube atrair ao
regaço com
sagacidade e
astúcia,
objetivando os
seus fins
ignóbeis. Chega
o momento de
ser-lhe dada uma
oportunidade de
reparação,
através da qual
se liberte
igualmente do
tormento que o
vem assediando
há muitos anos
desde antes do
berço, tendo-se
em vista o local
de onde procedeu
no rumo da
reencarnação...
As heranças que
trouxe embutidas
nos sentimentos
são odientas, e
os laços que o
vinculam aos
sítios que
habitava são
vigorosos. Nada,
porém, que não
se possa
modificar ante o
esforço pessoal
bem direcionado
e a entrega
interior ao Pai
Criador.
Certamente, o
problema a que
nos estamos
referindo deve
tomar um rumo de
segurança, para
que suste
futuras
consequências
mais lamentáveis
e perversas”.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 7:
Programações
abençoadas.)
60.
Anacleto
apresenta sua
proposta à
diretora
– Todos que ali
estavam
acompanhavam o
raciocínio de
Anacleto com
empatia e
agrado. A
senhora Eutímia,
a pouco e pouco,
fixou-se nos
comentários do
Mentor e pareceu
aliviar-se
lentamente da
tensão que a
mantinha em
aflição. Dando
prosseguimento,
o sábio amigo
expôs: “A melhor
solução para
este momento não
deverá ter um
caráter punitivo
ao infrator, que
está doente, mas
um objetivo
reeducador, a
fim de que,
consciente da
severa situação,
modifique por
completo a
existência,
dando novo rumo
aos passos que
devem seguir na
direção da
felicidade
pessoal e da de
todos com quem
conviva. Assim,
sugiro que a
gentil
professora entre
em contato com a
autoridade
religiosa
superior, que
pode estudar a
solução ideal
para a
ocorrência,
narrando os
fatos com
serenidade e
exigindo a
transferência do
sacerdote, sem
comentários
escabrosos, que
sempre fecham a
porta à
solvência de
quaisquer
problemas.
Acredito que o
senhor Bispo,
notificado a
respeito da
gravidade do
comportamento do
seu subalterno,
saberá como
encaminhar a
questão a
instância
superior, se for
o caso, ou o
equacionará
conforme sejam
as instruções
que tenha do
Alto Clero”.
Facultando tempo
para que pudesse
ser entendido
pela mestra e
por todos os
circunstantes,
aludiu com
habilidade e
prudência: “Não
estamos
escamoteando o
erro nem agindo
de forma
conivente com o
descalabro moral
do paciente. A
enfermidade
necessita de
tratamento e não
de escarcéu,
sempre do bom
gosto dos
insensatos. O
afastamento do
infrator do
convívio
infantil,
impedindo novos
contatos com
vítimas em
potencial, é uma
terapia
eficiente e de
grande efeito
moral. Assim,
confiamos na
prudência e nos
bons ofícios da
nossa
esclarecida
mestra”.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 7:
Programações
abençoadas.)
(Continua no
próximo número.)