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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda

Ano 10 - N° 491 - 13 de Novembro de 2016

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

 

Sexo e Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 12)

Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro Sexo e Obsessão, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada originalmente em 2002.

Questões preliminares 

A. Como era o ambiente espiritual na residência da diretora do Educandário?  

No lar da diretora tudo transpirava paz e bem-estar, em uma psicosfera de harmonia, algo que é, segundo Manoel Philomeno de Miranda, bastante raro nas famílias contemporâneas. Enriquecida por uma família bem constituída, mãe devotada de duas crianças com idades entre 8 e 10 anos, uma linda garota e um simpático varão, o esposo era homem sério, voltado para as questões espirituais da religião que ambos professavam. Tratava-se de um lar construído em bases cristãs, sem as excentricidades dos comportamentos mundanos da atualidade, onde o vazio existencial e a vulgaridade têm primazia nos relacionamentos que deveriam ser afetivos. (Sexo e Obsessão, capítulo 7: Programações abençoadas.) 

B. Na presença do Espírito de Mauro, a diretora pôde inteirar-se dos problemas enfrentados pelo padre e também dos abusos que ele cometera contra crianças de sua paróquia? 

Sim. O Mentor, falando diretamente à diretora do Educandário, que ali estava em Espírito,  relatou-lhe os problemas e suas causas, explicando-lhe também que, sem diminuir-lhe a responsabilidade pelo gravame, era justo considerar que o padre se encontrava fora do equilíbrio emocional e racional, vitimado por conflitos hórridos e sob a injunção de forças desconexas do mundo espiritual inferior, que o aturdiam e comandavam mentalmente. (Sexo e Obsessão, capítulo 7: Programações abençoadas.) 

C. Que proposta o Mentor espiritual fez à diretora do Educandário? 

Anacleto disse-lhe o seguinte: “A melhor solução para este momento não deverá ter um caráter punitivo ao infrator, que está doente, mas um objetivo reeducador, a fim de que, consciente da severa situação, modifique por completo a existência, dando novo rumo aos passos que devem seguir na direção da felicidade pessoal e da de todos com quem conviva. Assim, sugiro que a gentil professora entre em contato com a autoridade religiosa superior, que pode estudar a solução ideal para a ocorrência, narrando os fatos com serenidade e exigindo a transferência do sacerdote, sem comentários escabrosos, que sempre fecham a porta à solvência de quaisquer problemas. Acredito que o senhor Bispo, notificado a respeito da gravidade do comportamento do seu subalterno, saberá como encaminhar a questão a instância superior, se for o caso, ou o equacionará conforme sejam as instruções que tenha do Alto Clero”. Dito isso, ele explicou: “Não estamos escamoteando o erro nem agindo de forma conivente com o descalabro moral do paciente. A enfermidade necessita de tratamento e não de escarcéu, sempre do bom gosto dos insensatos. O afastamento do infrator do convívio infantil, impedindo novos contatos com vítimas em potencial, é uma terapia eficiente e de grande efeito moral. Assim, confiamos na prudência e nos bons ofícios da nossa esclarecida mestra”. (Sexo e Obsessão, capítulo 7: Programações abençoadas.) 

Texto para leitura 

57. Um lar construído em bases cristãs – Concluídos os trabalhos mediúnicos e afastados os membros encarnados do grupo da Instituição, rumando aos seus lares, os benfeitores continuaram em febril atividade espiritual junto àqueles que haviam sido atendidos, mas cuja terapia deveria ser mais acurada. Alguns seriam transferidos para o plano espiritual, outros ficariam alojados nas instalações da Casa e diversos seriam liberados, a fim de elegerem o melhor caminho a seguir, respeitando-se a liberdade de escolha de cada qual. Experimentaram a claridade que deslumbra, agora seria necessário deixar-se penetrar pela luz de modo a beneficiar-se largamente dos seus recursos preciosos. Aos primeiros minutos da madrugada, o irmão Anacleto convidou Miranda e Dilermando para irem à Casa paroquial, a fim de trazer Mauro a reflexões através do desdobramento pelo sono, o que não foi muito difícil. O seu estado de ânimo em quebrantamento facilitou-lhes o recurso especializado e, adormecido, conduziram-no ao recinto onde se operara a reunião mediúnica. De imediato, seguiram na direção do lar da Profa. Eutímia, a nobre diretora do Educandário onde Mauro lecionava. A senhora permanecia acabrunhada, com a mente em torvelinho. Àquela hora, embora houvesse tomado um medicamento calmante, sem haver dito nada ao marido, evitando precipitação de conduta, não conseguia o sono reparador. Despertava assustada com frequência, recorrendo à ajuda da oração, conforme os padrões dos seus conceitos religiosos. Enriquecida por uma família bem constituída, mãe devotada de duas crianças com idades entre 8 e 10 anos, uma linda garota e um simpático varão, o esposo era homem sério, voltado para as questões espirituais da religião que ambos professavam. Tratava-se de um lar construído em bases cristãs, sem as excentricidades dos comportamentos mundanos da atualidade, onde o vazio existencial e a vulgaridade têm primazia nos relacionamentos que deveriam ser afetivos. (Sexo e Obsessão, capítulo 7: Programações abençoadas.) 

58. O Mentor fala à diretora do Educandário – O grupo socorrista adentrou o lar e encontrou ali alguns Espíritos amigos que também se domiciliavam na casa, face às vinculações afetuosas com a família. Tudo transpirava paz e bem-estar, numa psicosfera de harmonia, o que é, de certo modo, bastante raro nas famílias contemporâneas e nos seus ninhos domésticos. Conduzida à Casa espírita onde deveriam ter continuidade os labores de renovação das almas, ela foi colocada gentilmente sobre um leito improvisado e continuou adormecida. No recinto também estavam Mauro e sua genitora, a nobre senhora Martina, D. Eutímia e Jean-Michel, que, de quando em quando, vivenciando uma forma de pesadelo em espírito, agitava-se. O Mentor convidou os companheiros ao recolhimento pela prece, igualmente assistido pela diretora espiritual do Núcleo que os acolhia. Após sentida oração, o benfeitor Anacleto acercou-se da nobre mestra e convidou-a ao despertamento, enquanto os outros faziam o mesmo com o padre Mauro e Jean-Michel. Como se estivesse no corpo físico, ao amanhecer de um dia feliz, a senhora acordou tranquila, jovial, e surpreendeu-se com o grupo que a rodeava. Antes de apresentar alguma interrogação, o Mentor explicou-lhe: “Estamos reunidos em nome de Jesus, a quem todos amamos e devemos carinhoso respeito, a fim de estudarmos o drama da manhã passada, envolvendo o nosso sacerdote Mauro. Não estranhe este acontecimento, que é mais comum do que pode parecer, em razão dos fenômenos da vida terem sua causa em programações aqui, na Esfera da realidade. Todos estamos envolvidos pelo acontecimento infeliz, cujas consequências puderam ser diminuídas graças à intervenção da misericórdia divina”. Nesse momento, mais lúcida, D. Eutímia identificou Mauro e teve uma reação previsível de receio. O Instrutor vigilante asserenou-a, informando que tudo estava sob controle e ela não teria por que temer ou afligir-se. Por sua vez, o jovem sacerdote não se pôde furtar ao constrangimento imposto pela consciência de culpa diante daqueles cuja confiança defraudara. (Sexo e Obsessão, capítulo 7: Programações abençoadas.) 

59. O problema de Mauro é relatado pelo Mentor – Antes que Jean-Michel pudesse intervir ou ser convidado a reflexões, o irmão Anacleto, elucidou, dirigindo-se diretamente à diretora do Educandário: “O grave assédio de Mauro à criança constitui um crime hediondo, considerando-se os fatores e circunstâncias, os valores e compromissos que se encontram em jogo. Sem diminuir-lhe a responsabilidade pelo gravame, é justo considerarmos que ele se encontra fora do equilíbrio emocional e racional, vitimado por conflitos hórridos e sob a injunção de forças desconexas do mundo espiritual inferior, que o aturdem e comandam-no mentalmente. Açodado na libido pelo vício mental e pela ação nefasta de um perseguidor espiritual, planejava abusar da inocência da criança. Felizmente, porém, não teve tempo de consumar o infeliz programa, encontrando-se agora terrivelmente ferido no sentimento e aturdido na razão, ao considerar a gravidade daquele infame instante que o alucina”. O mentor fez uma pausa oportuna no esclarecimento, a fim de que a senhora melhor compreendesse o que se passava, logo prosseguindo: “Aqui nos reunimos com o objetivo de evitar maiores danos à criança ingênua, qualquer situação de prejuízo moral para a Escola, assim como para encontrarmos a melhor solução para atender também ao infrator... Todo erro pode ser reparado, especialmente antes que se transforme em tragédia. O nosso amigo já dilacerou os sentimentos de algumas crianças, que soube atrair ao regaço com sagacidade e astúcia, objetivando os seus fins ignóbeis. Chega o momento de ser-lhe dada uma oportunidade de reparação, através da qual se liberte igualmente do tormento que o vem assediando há muitos anos desde antes do berço, tendo-se em vista o local de onde procedeu no rumo da reencarnação... As heranças que trouxe embutidas nos sentimentos são odientas, e os laços que o vinculam aos sítios que habitava são vigorosos. Nada, porém, que não se possa modificar ante o esforço pessoal bem direcionado e a entrega interior ao Pai Criador. Certamente, o problema a que nos estamos referindo deve tomar um rumo de segurança, para que suste futuras consequências mais lamentáveis e perversas”. (Sexo e Obsessão, capítulo 7: Programações abençoadas.) 

60. Anacleto apresenta sua proposta à diretora – Todos que ali estavam acompanhavam o raciocínio de Anacleto com empatia e agrado. A senhora Eutímia, a pouco e pouco, fixou-se nos comentários do Mentor e pareceu aliviar-se lentamente da tensão que a mantinha em aflição. Dando prosseguimento, o sábio amigo expôs: “A melhor solução para este momento não deverá ter um caráter punitivo ao infrator, que está doente, mas um objetivo reeducador, a fim de que, consciente da severa situação, modifique por completo a existência, dando novo rumo aos passos que devem seguir na direção da felicidade pessoal e da de todos com quem conviva. Assim, sugiro que a gentil professora entre em contato com a autoridade religiosa superior, que pode estudar a solução ideal para a ocorrência, narrando os fatos com serenidade e exigindo a transferência do sacerdote, sem comentários escabrosos, que sempre fecham a porta à solvência de quaisquer problemas. Acredito que o senhor Bispo, notificado a respeito da gravidade do comportamento do seu subalterno, saberá como encaminhar a questão a instância superior, se for o caso, ou o equacionará conforme sejam as instruções que tenha do Alto Clero”. Facultando tempo para que pudesse ser entendido pela mestra e por todos os circunstantes, aludiu com habilidade e prudência: “Não estamos escamoteando o erro nem agindo de forma conivente com o descalabro moral do paciente. A enfermidade necessita de tratamento e não de escarcéu, sempre do bom gosto dos insensatos. O afastamento do infrator do convívio infantil, impedindo novos contatos com vítimas em potencial, é uma terapia eficiente e de grande efeito moral. Assim, confiamos na prudência e nos bons ofícios da nossa esclarecida mestra”. (Sexo e Obsessão, capítulo 7: Programações abençoadas.) (Continua no próximo número.)



 


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