O notável guia
comportamental
espírita-cristão!
Cada homem tem
um foro especial
e próprio em que
é
julgado: é o
foro da sua
consciência
Fernando
de Lacerda
(Espírito)
Filho da minha
alma!...
Primeiro do que
tudo: – que a
tua vida seja um
templo de
cristal em que a
tua alma sempre
em festa pense
em Deus, ame-O e
sirva-O!
Pensa n'Ele
quando
trabalhes,
quando gozes,
quando sofras,
visto que
pensando n'Ele,
conseguirás ter
a vida limpa de
sentimentos
maus, e de
desejos impuros.
Não te deixes
fazer
instrumento da
maldade. Não
malsines, não
blasfemes, não
desejes mal, não
faças mal. Não
sejas orgulhoso,
vaidoso,
vingativo,
rancoroso,
odiento, ladrão,
mentirosa nem
venal. Não
conserves
reserva contra
ninguém. Sê
moderado na
ambição, modesto
na posse,
simples no
poderio. Não
cobices os
haveres nem as
mulheres dos
outros. Não
aparentes nunca
o que não fores.
Não ostentes
posição que te
não pertença,
nem sentimentos
que não possuas.
Repele a
hipocrisia em
ti, e afasta-te
prudentemente
dela, nos
outros.
Sê sempre grato,
mas não esperes
a gratidão de
ninguém.
Se puderes fazer
benefício, fá-lo
sem olhares a
quem, e dá-te
por
generosamente
pago com a mercê
que Deus te
outorgou de o
poderes fazer.
Detesta a
intriga e a
maledicência.
Afasta-te delas
como de coisas
piores que a
peste. A peste
mata o corpo; a
intriga e a
maledicência
matam a honra
própria e a
alheia e
enegrecem a
alma...
Sê tolerante e
perdoador. Não
julgues nunca os
atos dos outros,
para não
invadires as
consciências de
quem os pratica
nem os atributos
de Deus. Cada
homem tem um
foro especial e
próprio em que é
julgado: é o da
sua consciência.
Aí, absolvido,
será absolvido
por Deus; aí
condenado, só
para Deus terá
apelação.
Norteia todos os
atos da tua vida
pela bondade,
pela lealdade,
pela verdade,
pela correção e
pela franqueza.
Não trates
ninguém com
aspereza ou
sobranceria.
Sê austero sem
demasiada
severidade; sê
respeitador,
para que sejas
respeitável e
respeitado.
Aceita parecer e
conselho de
todos, mas segue
só o que o teu
juízo te
indicar. Nem os
exemplos nem os
conselhos dos
outros te
absolvem ou
atenuam
responsabilidades,
pois que Deus te
deu o critério e
o raciocínio
para julgares e
escolheres.
Sê sempre sereno
e persistente. A
serenidade e a
persistência são
as duas maiores
forças do homem,
quando apoiadas
na razão e na
justiça. Baseia
na justiça o teu
direito, e na
razão a tua
autoridade.
Ama e serve a
caridade.
Servi-la não é
só dar a esmola
dinheirosa. É,
principalmente
dar a esmola do
conforto, do
exemplo, do
conselho, do
perdão, do
incitamento
útil. Se
confortar um
estômago que tem
fome é bom,
consolar um
coração que
sofre é santo.
Ama a todos: – o
teu amigo e o
teu inimigo. O
amor é a lei
universal que
deve unir ao
nosso coração,
no mesmo liame
indestrutível, o
nosso adversário
e o nosso
protetor. Sê
grato a ambos,
que ambos te
fazem mercê, e,
quantas vezes,
mais estimável e
frutuosa a do
que pensa
fazer-te o mal.
Não esqueças a
ofensa: procura,
antes, não a
considerares. Se
tiveres que
conhecê-la e
considerá-la,
perdoa-a...
Esquecida, pode
surgir lembrada;
desconhecida ou
perdoada, não
renascerá.
Afasta de ti o
ressentimento,
pois ele é mau
conselheiro e
pior
companheiro: só
incita a atos e
a pensamentos
condenáveis e
maus.
Não aceites a
adulação...
Repele-a, como
ao pior dos
males. A
adulação é a
baixa lisonja.
Morde como
víbora; envenena
a alma. A
adulação, como a
mentira, são
cancros do nosso
espírito.
Cultua e exerce
sempre a
virtude. Sê
abnegado. Pensa
no que de melhor
desejares para
ti e emprega
esforços para o
conseguires para
outrem.
Ama a paz
espiritual como
principal bem da
alma; a paz
material como a
mais fecunda e
poderosa fonte
do progresso
humano.
Ama e cultiva o
progresso. Como
o progresso
material é o
evolucionar
constante do
mundo e da
sociedade, o
progresso
espiritual é o
evolucionar
constante,
ininterrupto, da
alma humana...
Aspira a que
cada minuto que
passe, deixe tua
alma enriquecida
com uma parcela
mais de bondade,
de luz, de
educação, de
ilustração; com
mais uma ação
boa, com a
prática de mais
um ato virtuoso.
Há virtudes
absolutas e
virtudes
relativas. As
absolutas vêm de
Deus; as
relativas partem
das convenções
sociais, dos
preceitos
rígidos que os
homens
estabelecem para
a boa moral. As
absolutas
volteiam em
torno destes
princípios: -
amarás a Deus e
ao próximo; não
blasfemarás; não
matarás; não
roubarás; não
mentirás; não
dirás mal; não
invejarás...
Não mates a
outrem, e a ti
menos que a
outrem. A pior
ofensa a Deus é
roubar-lhe o
direito que Ele
tem à vida que
nos deu para
nosso
aperfeiçoamento.
Deixa-te morrer
de fome, de
podridão, de
dores, de
vilipêndio, mas
não procures
jamais, nem em
pensamentos,
fugir àquilo de
que o nosso Pai
te julga digno,
porque não
fugirás e antes
aumentarás
enormemente o
tormento a que
quiseres fugir.
Se pecares
contra Deus, ou
contra os
homens,
arrepende-te. Se
precisares,
pede; se te
pedirem, dá se
puderes. Aprende
a falar, mas
aprende melhor a
calar.
Escuta muito e
fala pouco.
Ensina o que
souberes, e
aprende o que
puderes.
Diligencia
conhecer o que
há de mau e o
que há de bom: -
o mau, para dele
te afastares; o
bom, para o
adotares e
seguires.
Nunca ajuízes
mal de ninguém.
Considera todos
os homens bons,
até ao momento
em que
reconheceres que
não o são. Serás
mais vezes
enganado, mas
serás menos
vezes injusto.
Não exageres em
coisa alguma na
tua vida, nem
mesmo na oração.
E quando orares,
abre a tua alma
de par em par
para Deus, para
que Ele veja, na
tua ação, o
propósito de a
trazeres branca
e pura perante a
Sua vista... Não
rebusques
palavras para
orar. Que elas
saiam simples e
espontâneas; e,
se não vierem, o
pensamento e a
intenção as
suprirão
vantajosamente.
Deus não se
ilude com
discursos.
Quando a tua
alma se dirigir
a Deus ou aos
entes queridos
que vivem pelo
Universo,
concentra
amoravelmente
toda a tua
energia no que
quiseres
exprimir. Assim
o teu pensamento
caminhará
consoante a tua
vontade, na
direção em que o
enviares.
Antes de te
dirigires a
Deus, clareia a
tua alma.
Limpa-a de todos
os sentimentos
maus. Lembra-te
que, ao
dirigires-te a
Ele, o convidas
a mergulhar o
Seu olhar sobre
ti, e se não
devemos convidar
alguém para
entrar em nossa
casa suja, não
podemos
solicitar a Deus
que entre na
nossa alma suja.
Para a limparmos
de atos maus,
basta o nosso
sincero
arrependimento
deles, e a
vontade formal
da sua repulsa.
Se, porém, o não
puderes fazer
com inteira
contrição, nem
por isso deixes
de apelar
humildemente
para Ele.
Deus é Pai de
todos e nem só
aos puros e aos
bons ouve. Ouve
e atende,
igualmente, aos
infelizes e aos
que tenham a
vida manchada de
faltas A todos
consagra amor,
misericórdia e
proteção...
Encaminha a tua
vida de modo que
tua boca nunca
tenha de calar,
teus olhos de
baixarem, tua
cabeça de
curvar-se, tua
alma de ocultar.
Não olvides
jamais que se
podes enganar os
que te cercam,
aparentando
virtudes que não
possuis,
sentimentos que
não tens, não
enganarás Deus,
os espíritos que
te veem e
seguem, nem a
tua consciência,
que és tu
próprio.
Nunca cometas
ato reprovável,
ainda que te
pareça que
ninguém sabe.
Sabê-lo-á tu, e
basta! E, além
de ti, que o
gravas para
sempre na tua
memória para por
ele responderes
oportunamente
sabem-no também
os Espíritos
amigos que te
protegem e a
quem ofendes, ou
magoas, com ele.
Sê correto e
rigoroso no
cumprimento dos
teus deveres.
Preza a verdade
a quem ta disser
ou mostrar.
Não afirmes ou
negues coisa de
que não tenhas a
certeza. Não
emitas opinião
em assunto que
desconheças. Sê
tolerante para
com as opiniões
e para com as
faltas alheias,
e severo para
com as tuas.
Disciplina a tua
vontade e
metodiza a tua
ação e
triunfarás
sempre.
Educa o teu
gosto e o teu
espírito no
culto simples do
amor ao Bem, ao
Belo e ao Ideal.
Ama a Ciência e
a Arte como
principais
elementos com
que o gênio
humano busca a
verdade; e a
Sabedoria, como
expoente final
da verdade
encontrada.
Nunca hostilizes
uma ideia que
surja, pois ela
pode ser um
farol a mais que
se acende. Se
não for boa,
morrerá por si.
Não aceites nem
repilas coisa
que não
conheças.
Estuda, medita,
e procura não
confundir a
verdade com a
impostura, a
moral verdadeira
e eterna com
muitas coisas
fúteis e banais
que o
convencionalismo
engendra. Há
coisas que uma
falsa honra
aplaude e que
Deus não aprova;
outras, que os
estritos
preceitos dos
interesses
terrenos
estabelecem e
que a infinita
magnanimidade de
Deus não
considera.
Nos momentos de
dor, sê
resignado e
pacífico
Recorda-te que
só terás o que
mereces. Não te
impacientes nem
desalentes
nunca. Os calmos
e os confiados
são os fortes.
Que a boa-fé
sobredoure
sempre os
motivos da tua
opinião, e
oriente os teus
atos, de modo
que eles só
representem
intenções boas e
puras.
Nunca deixes de
ter presente que
a bondade ou a
maldade de cada
ato existe só
para o efeito da
responsabilidade
por ele, na
intenção com que
se pratica e não
no resultado que
ele dá. Se a
intenção é boa,
ainda que dele
resulte mal,
como bom será
tido. Se a
intenção que o
originou for má,
como mau será
contado, ainda
que dele tenha
surgido o maior
dos bens.
Nas coisas de
ordem
espiritual, sê
humilde. É
necessário mais
valor para
conquistar-se a
humildade digna
e nobre, do que
para se manter o
orgulho e a
altanaria. Custa
mais ser santo
do que ser
herói...
Repele todas as
paixões, ainda
as que te
pareçam mais
santas. Na tua
vida social,
procura sempre
ser uma criatura
digna.
Diligencia ter a
prudência da
sabedoria e a
energia
inquebrantável
dos prudentes.
Desenvolve em ti
o espírito de
iniciativa.
Combate a
timidez e a
hesitação, se as
tiveres, e
cultiva a
audácia para a
execução de tudo
o que a tua
consciência te
indicar como
bom.
Procura ter
caráter,
dando-lhe como
base essencial e
insuprível a
energia, a
bondade, a
honradez, a
seriedade, e
ponderado
espírito de
justiça e de
equidade.
Procura ser
exemplar como
homem e como
cidadão. Ama e
pratica o
trabalho, para
seres útil a ti
e à
coletividade. Sê
brando e simples
com os teus
inferiores,
respeitador e
digno com os
teus superiores.
Procura
conservar a
saúde do teu
corpo, para
manteres a saúde
do teu espírito.
Repele os
hábitos
viciosos, ainda
que se te
afigurem
inofensivos
divertimentos,
porque te
poderão conduzir
à
degenerescência
de caráter e de
saúde,
imprimindo-te
estigmas que
pesarão como
maldições sobre
ti e sobre a tua
descendência.
Detesta a
ociosidade, a
mesquinhice e a
soberba; e
norteia,
finalmente, a
tua vida de modo
a poderes
preparar por ti
próprio a
grandeza suprema
da tua vida
futura. Serás
obra da tua
obra!
O que te digo,
resume-se em
pouco: - que
sejas bom. Um
bom será querido
de Deus e dos
homens, ainda
que
aparentemente
não seja
apreciado com
justiça nem
bafejado pela
felicidade.
Lembra-te que só
é feliz quem se
considera feliz.
Será tarefa
fácil, tarefa
deliciosa à tua
bela, à tua
primorosa alma a
execução de tudo
quanto te
aconselha a
minha
experiência
dolorosa.
Do livro
Mistérios de
Além-Túmulo,
de autoria de
Manuela
Vasconcelos,
publicado pela
Federação
Espírita
Portuguesa.