Amor e sabedoria
Na época de Moisés,
quando vigorava o olho
por olho, dente por
dente, o grande
missionário recebeu do
Mundo Espiritual os Dez
Mandamentos, que pediam
ao homem da época o amor
a Deus sobre todas as
coisas. Moisés também
criou as leis civis e
disciplinares, para
conduzir o seu povo.
Séculos depois, Jesus
nos traz os seus
ensinamentos e,
complementando as leis
recebidas por Moisés,
pede-nos que amemos a
Deus e ao próximo. E as
leis civis e
disciplinares criadas
por Moisés baseadas no
olho por olho e no dente
por dente, Jesus
transformou em leis
baseadas na caridade, na
humildade e no amor ao
próximo.
Os séculos se passaram.
E veio o Espiritismo. No
capítulo VI (O Cristo
Consolador) de O
Evangelho segundo o
Espiritismo, a
mensagem do Espírito de
Verdade diz:
“Espíritas! Amai-vos,
este o primeiro
ensinamento;
instruí-vos, este o
segundo. No Cristianismo
encontram-se todas as
verdades; são de origem
humana os erros que nele
se enraizaram. Eis que
do além-túmulo, que
julgáveis o nada, vozes
vos clamam: ‘Irmãos,
nada perece. Jesus
Cristo é o vencedor do
mal, sede os vencedores
da impiedade’”.
O amor e a sabedoria são
as duas asas do
Espírito. O ideal seria
que marchassem juntas.
Porém, a evolução do
homem se faz de maneira
muito lenta. Por isso, o
progresso científico e
intelectual do homem
está sempre à frente, e
o progresso moral bem
atrás.
Castro Alves, através da
psicografia de Jorge
Rizzini, diz, no poema
A Criação Divina:
(...)
“Povo escravo não tem
pausa,
No trabalho à luz do
archote;
E monumentos, impérios,
São erguidos com o
chicote!
Cresce a cultura
Imortal,
Mas pouco avança a
Moral,
- E da lei, o pedestal,
É a força, a cruz, o
garrote!”.
(...)
A Doutrina Espírita tudo
explica à luz da razão.
Seus ensinamentos
recebidos dos Espíritos
Superiores e codificados
por Allan Kardec em O
Livro dos Espíritos, O
Livro dos Médiuns, O
Evangelho segundo o
Espiritismo, O Céu e o
Inferno e A Gênese,
são verdades eternas e,
para serem bem
compreendidas, é
necessário que não
apenas as estudemos, mas
as compreendamos.
Para tanto, é preciso
não somente ler, mas
apreender realmente o
conteúdo da leitura.
Isso demanda tempo,
paciência, horas de
dedicação. O verdadeiro
espírita tem a obrigação
de ter um mínimo de
conhecimento da Doutrina
Espírita. É o que se
espera do adepto de
qualquer religião.
A literatura espírita é
uma das mais vastas,
mais completas, com
informações seguras e
abalizadas. Por isso o
sucesso do livro
espírita, que não só
mata a sede de
conhecimentos e de
saber, como também
suprime a penúria moral.
Na obra Na Escola do
Mestre – Edições
FEESP, Vinícius diz que
“Educar é tirar do
interior” e que “a
diferença entre o sábio
e o ignorante, o justo e
o ímpio, o bom e o mau
procede de uns serem
educados, outros não. O
sábio se tornou tal,
exercitando com
perseverança os seus
poderes intelectuais. O
Justo alcançou
santidade, cultivando
com desvelo e carinho
sua capacidade de
sentir. Foi de si
próprios que eles
desentranharam e
desdobraram, pondo em
evidência aquelas
propriedades, de acordo
com a sentença que o
Divino Artífice
insculpiu em suas obras:
Crescei e
multiplicai”.
Por outro lado, o
espírita, verdadeiro
privilegiado pela
obtenção de tantos
conhecimentos, não deve
guardá-los somente para
si, mas levá-lo até o
semelhante. E deve
colocar em prática esses
ensinamentos, cujo teor
moral nos conduz ao
exercício da caridade e
do amor ao próximo. “A
fé sem obras é igual às
obras sem fé”; ou: “a fé
sem obras é morta”; ou,
como advertiu Paulo, “se
falarmos as línguas dos
homens e dos anjos, se
tivermos o dom da
profecia, se tivermos
toda a fé e não tivermos
caridade, seremos como o
metal que soa e o sino
que tine”.
A caridade é a ponte que
une a criatura ao
Criador. Como diz André
Luiz, no capítulo 19 do
livro Ação e Reação
(FEB), através da
psicografia de Francisco
Cândido Xavier, “a
evolução para Deus pode
ser comparada a uma
viagem divina. O bem
constitui sinal de
passagem livre aos cimos
da Vida superior,
enquanto o mal significa
sentença de interdição,
constrangendo-nos a
paradas mais ou menos
difíceis de reajuste”.