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Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 493 - 27 de Novembro de 2016

CLÁUDIO BUENO DA SILVA
Klardec1857@yahoo.com.br
Osasco, SP (Brasil)

 

 

Álbum de família


Em meio às fotos que revejo, encontro uma de que não me lembrava. Alice aparece no canto direito, em pose bem natural, sorrindo como sempre. Há várias pessoas no retrato, mas nada chama tanto a atenção quanto a figura expressiva de Alice.

Curioso como ela conseguia catalisar a estima de todos, sem esforço, já no primeiro contato! Sua beleza física era comum, a alma é que era bonita. Há pessoas assim, bonitas por dentro – como se diz; têm qualidades, mas não as impõem e todos querem estar perto delas. Mas não são tão comuns...

Fixo mais o olhar, olho bem para Alice, fico admirando, sinto saudade. A dor seria maior se eu não soubesse que ela nos espera onde está, com certeza, feliz.

Poxa! Alice partiu cedo, ninguém esperava por isso. E quando me lembro dos lances finais da sua estada aqui, tenho a impressão de que ela intuía algo, assim como quem sabe que precisa fazer uma viagem.

Muitos não compreendem como se pode partir assim tão cedo, sem concretizar os planos, sem realizar os sonhos comuns a todas as pessoas. Externam certa insatisfação, até uma revolta mesmo, contra o destino. Mas o tempo vai diluindo essa incompreensão e acabam dobrando-se à vontade de Deus. A própria Alice – lembro-me perfeitamente da sua partida – mostrava um semblante tão sereno, tão convincente que, tenho certeza, não concordaria com qualquer sentimento de inconformação.

Alice tinha bem o perfil da pessoa moralmente adiantada. As injustiças a faziam sofrer e afirmava que o pior dos deslizes morais é a ingratidão para com Deus. Ouvi-a dizer, mais de uma vez, que Deus faz tudo certo e que não devemos dar margem a dúvidas quanto às Soberanas Decisões. Dava tão pouca importância às coisas materiais que chegava a confundir mesmo os que a adoravam.

Alice tinha convicções pouco habituais à maioria e talvez estivesse aí o que lhe dava encanto espiritual. Entender e argumentar que a vida continua após a morte, que há relações de causa e efeito interagindo nas múltiplas existências que se tem, convenhamos, não é pensamento frequente entre jovens. Alice pensava assim, e as pessoas riam sem maldade quando ela falava sobre esses assuntos. E ela ria, por sua vez, não querendo impor aos outros as próprias certezas. E ninguém se zangava com ninguém, porque não havia como não querê-la bem, e dela também não partiria qualquer afronta.

Abro os olhos úmidos e volto a fixar a fotografia. Alice lá estava, sem saber que ali se despedia. Por certo, devia compreender por que pessoas partem tão cedo do nosso convívio, machucando tanto. Provavelmente tem a ver com a Lei de Ação e Reação, sobre a qual sempre falava.

Alice deixou saudade. Olho a foto mais uma vez e, em meio a tantas pessoas, vejo-a como se estivesse só, rindo, rindo tão confiante!




 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita