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Ano 10 - N° 493 - 27 de Novembro de 2016
 
 

 
 

É preciso repensar os
centros espíritas

 

Antonio Cesar Perri de Carvalho, ex-presidente da FEB, faz uma reflexão sobre o Centro Espírita no artigo Repensar os centros espíritas. De Paulo à atualidade, matéria especial desta edição, cujos apontamentos merecem ser meditados.

“O ensino moral contido nas Epístolas e a simplicidade dos primitivos cristãos podem colaborar para as necessárias reflexões que devem ser feitas nos centros e no movimento espírita.” (Perri de Carvalho)

Emmanuel sempre nos lembra que o Espiritismo revive a primitiva experiência do Cristianismo, em toda a sua simplicidade e sem nenhuma pretensão, por isso é chamado Cristianismo Redivivo.

“Assim, não propomos estruturas organizacionais e atividades que poderiam ser caracterizadas como típicas de uma organização administrativa e doutrinária mais complexa. Temos pleno conhecimento de que boa parte dos centros não dispõem dos chamados ‘departamentos’ e nem teriam condições de recursos humanos para montá-los.” (Perri de Carvalho)

A formalização dos trabalhos na casa espírita, e sua consequente burocratização, contribui para a estagnação dos serviços. “Não extingais o Espírito” (Tessalonicenses, 5:19). É, pois, nos ambientes simples, escoimados de qualquer sofisticação, que há mais espontâneas comunicações dos Espíritos mensageiros.

“Os centros espíritas, sendo menos formais e mais voltados à solidariedade fraterna, devem ter preocupações a começar do ambiente dentro da equipe de trabalho e a recepção aos iniciantes e interessados.” (Perri de Carvalho)

A harmonia entre os membros do centro espírita é fundamental para receber a assistência dos Bons Espíritos, que passam a proteger e orientar os trabalhos da casa. Por isso, a solidariedade entre os trabalhadores do centro e a acolhida fraternal de todos os assistidos formam um grupo coeso no amor mútuo.

“O imprescindível é que se abram espaços para ‘treinamentos em serviço’ e para ações de integração dos colaboradores, contando-se com uma visão de conjunto do próprio Centro Espírita.” (Perri de Carvalho)

Como ocorre em grande parte dos centros espíritas, a acolhida de voluntários poderia ser feita a partir do serviço comum, integrando novos colaboradores na prática da assistência espiritual e material aos assistidos na casa espírita. Infelizmente, algumas casas exigem a formalização burocrática, como, por exemplo, que os novos adeptos cursem vários anos de estudo antes que possam prestar algum serviço no centro espírita, mesmo que seja a simples distribuição de água magnetizada.

 “A bandeira que desfraldamos bem alto é a do Espiritismo cristão e humanitário, em torno da qual já temos a ventura de ver, em todas as partes do globo, congregados tantos homens, por compreenderem que aí é que está a âncora de salvação, a salvaguarda da ordem pública, o sinal de uma era nova para a humanidade.” (Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, item 350, citado por Perri de Carvalho)

Kardec é bem claro: os centros espíritas cumprem o papel de células de luz para divulgação da verdade e também para reunir homens de boa vontade para acolher, como âncora de salvação, todos aqueles que sofrem e, por esse motivo, os buscam.

O Espiritismo tem por mister a renovação do homem para que os homens renovem a sociedade.

A insígnia desses novos combatentes do Senhor é o Espiritismo cristão e humanitário, e sua divisa é fora da caridade não há salvação, um preceito essencial na edificação de uma nova era para a Humanidade que habita o orbe em que vivemos. 



 
 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita