Seja Feliz Hoje
foi o tema do Encontro
Fraterno com
Divaldo
Franco
O evento reuniu este ano
656 participantes que
lotaram o Salão
de Convenções Amaralina,
no complexo Iberostar,
na
Praia do Forte (BA)
No período de 3 a 6 de
novembro de 2016 foi
realizado mais um
Encontro Fraterno com
Divaldo Franco, com tema
central: Seja Feliz
Hoje. O evento
aconteceu no complexo
hoteleiro Iberostar
Praia do Forte. Desde o
período matinal, e se
prolongando pela tarde,
Divaldo Franco,
anfitrião do evento,
recebeu pessoalmente os
participantes. A grande
maioria chegou
transportada por ônibus
disponibilizados pela
organização. Vinham de
outros Estados, da
capital soteropolitana,
de cidades do interior
da Bahia e do Exterior,
outros chegam por meios
próprios,
independentemente, todos
foram carinhosamente
recebidos.
Os organizadores do
evento e os funcionários
do hotel não mediram
esforços em propiciar
bem-estar aos
participantes, que se
traduziu em conforto e
tranquilidade,
saudando-os com carinho.
Havia um clima de
confraternização, de
reencontros para muitos,
participantes de even-
|
|
tos
anteriores,
e de
encontros
para
outros
que ali
se
encontravam
pela
primeira
vez. São
dedicados
amigos
da
Mansão
do
Caminho,
presentes
para
aprender,
mas
também,
benfeitores
em apoio
às obras
assistenciais
da
veneranda
instituição
baiana. |
Abertura
3 de novembro – noite
O Encontro Fraterno com
Divaldo Franco está
completando doze
edições. Inicialmente
foram realizados dois
encontros, um em 1997 e
outro em 1999. Mais
tarde, a partir do ano
de 2007, o evento vem
sendo realizado
anualmente. Este ano
reuniu 656 participantes
que lotaram o Salão de
Convenções Amaralina, no
complexo Iberostar.
Na abertura do evento,
conduzida por Telma
Sarraf, foi prestada uma
homenagem ao 8º
Congresso Espírita
Mundial, levado a efeito
em Lisboa, Portugal, no
mês de outubro passado,
reproduzindo-se o vídeo
de encerramento daquele
magnífico encontro que
visou despertar
reflexões profundas
reverenciando a vida.
No início de todas as
atividades foi reservado
um espaço para o momento
artístico, harmonizando
os participantes e o
ambiente. Os
protagonistas, que
encantaram e
sensibilizaram corações,
foram o barítono
Maurício Virgens, o
pianista Flávio Benedito
e a soprano Vanda Otero.
Suas belas vozes e
magistrais
interpretações fizeram
com que o público,
tomado de emoção, se
levantasse aplaudindo-os
demoradamente.
Como habitual nesses
encontros, foi realizado
o estudo do Evangelho,
conduzido por Divaldo
Franco, que, para
dinamizar o estudo,
convidou três
participantes para
tecerem comentários
sobre o texto
evangélico: João Rabelo,
Ana Beira e Francisco
Ferraz.
Divaldo, referindo-se ao
evento, disse que é um
reencontro com os
corações amigos e que
objetiva despertar a
criatura para modificar
a criança psicológica
que ainda é. Passando à
leitura do capítulo V,
itens 1 a 3, de O
Evangelho segundo o
Espiritismo, com
ênfase nos registros
evangélicos de Mateus
11:28 a 30, e de João
14:15 a 17 e 26, e os
judiciosos comentários
de Allan Kardec, Divaldo
convidou João Rabelo
para apresentar suas
considerações.
Após informar que cerca
de quatro mil Espíritos
estão sendo enviados ao
Brasil para que recebam
a elucidação sobre a
mensagem do Cristo,
consolando-os, Rabelo
disse que esse é o
momento para que a
criatura se volte para
dentro de si e faça com
que o amor desabroche e
contribua para que a
humanidade encontre
Jesus e sua paz.
Francisco de Assis e
Joanna de Ângelis,
informou, convidam para
que o homem viva
momentos de
introspecção,
despertando o sentimento
do amor. O convite do
consolador é para agora,
fazendo ao próximo o que
Jesus ensinou: amá-lo.
Finalizando enalteceu a
manutenção do ânimo, da
esperança, do exercício
da consolação.
Ana Beira, com sua suave
e doce voz, destacou
inúmeras aflições que
assolam a humanidade
atual: a falta de paz,
as guerras, as migrações
forçadas, as
enfermidades, a fome. Em
contrapartida, frisou
que muitos se dedicam a
minorar as aflições, as
enfermidades e todo o
tipo de dores e
sofrimentos. São os
enviados do Cristo
consolando. Lembrou que
o convite de Jesus é
para os que sofrem,
porque deseja
aliviar-lhes a dor,
ofertando a Sua
amorosidade, ensinando
que o coração deve ser
puro, que a humildade
seja conquistada. O
mundo necessita ter
Jesus de volta, torná-Lo
presente na vida
hodierna, amando. O
mundo de paz e de amor
será construído com
Jesus, vivenciando os
Seus ensinamentos,
amando
incondicionalmente as
criaturas de Deus.
Na continuidade,
Francisco Ferraz,
eloquente e profundo
conhecedor da vida de
Paulo de Tarso, narrou
belíssima passagem do
apóstolo dos gentios,
destacando os ingentes
esforços que os cristãos
dos primeiros tempos
realizaram, dando
testemunhos de sua fé,
da abnegação, aceitando
as dores, que se
traduziam em
perseguições, lapidações
e crucificações. Há
necessidade, frisou, que
cada um olhe para dentro
de si e lembre-se de
encontrar Jesus. É Ele
que promove, ampara e
consola os homens. As
bem-aventuranças são
hinos de amor e
consolação que se
destinam a amparar os
aflitos de toda ordem.
Divaldo Franco,
retomando a palavra,
destacou que o Cristo
Consolador alenta,
informa e ampara todos
os homens. O Consolador
prometido veio para
permanecer com a
humanidade, restaurando
os ensinamentos do
Cristo em linguagem
compreensível. Esse
consolador foi
apresentado aos homens
através de vários
pensadores, de
diferentes épocas,
culminando com o advento
da Doutrina Espírita. As
ciências humanas
avançaram em
conhecimento de forma
vertiginosa, facilitando
a vida, porém as
existências da criatura
encontram-se vazias, sem
a identificação clara de
um sentido para a vida.
Jesus é para todos,
ricos e pobres, Sua
mensagem visa fazer com
que a criatura desperte
para o amor.
Traçando os objetivos do
Encontro Fraterno,
Divaldo salientou que
ele se destina a
propiciar o
renascimento, o
descobrimento do sentido
psicológico da vida, a
paz, estimulando que
cada um possa tomar a si
a tarefa de minorar o
sofrimento alheio.
Seja Feliz Hoje
4 de novembro - manhã
Radiante, como quase
todos os dias na Bahia,
o 4 de novembro se
apresentou para que o
desfrutássemos sob as
orientações de Divaldo
Franco, ícone do
movimento espírita
nacional e
internacional. Suas
lúcidas palavras
produzem envolvimento
emocional, despertando a
criatura que ainda dorme
em si.
Nessa oportunidade foram
lançados dois novos
títulos da LEAL. O
primeiro foi o livro
infantil escrito e
ilustrado por Luís Hu
Rivas, intitulado
Minha Amiga Joanna de
Ângelis. As
ilustrações são no
estilo cartoon. O
segundo, de autoria de
Joanna de Ângelis e
psicografado por Divaldo
Franco, tem por título
Seja Feliz Hoje.
Marcando o lançamento do
livro infantil, Luís Hu
entregou para Divaldo
dois quadros, também
pintados no estilo
cartoon. Um
representa a Joanna de
Ângelis baby, o
outro, de igual estilo,
estampa Francisco e
Clara de Assis.
Divaldo, em sua verve
aclarada, estimulou os
participantes a manterem
o bom ânimo, a alegria e
o perdão. Dando ao
encontro um caráter
terapêutico, e
utilizando-se também da
técnica da risoterapia,
deu introdução ao tema:
A Criança Ferida.
Apresentando a
classificação do ser
humano sob a ótica de
Carl Gustav Jung, o
médium e conferencista
de Feira de Santana
discorreu sobre as
características do ser
introvertido e do
extrovertido, salientado
que o ser humano é a
soma de suas
experiências passadas,
conforme o psicólogo
Emilio Mira y Lopes.
Descrevendo o quadro
evolutivo dos seres
sobre a face do planeta,
Divaldo deixou claro o
esforço em superar os
obstáculos e sublimar
ações, endereçando as
criaturas para o
Criador, destacando a
importância da educação
nesse processo,
corrigindo os instintos,
desenvolvendo a
generosidade a ponto de
amar o próximo. Todo ser
imaturo é considerado
por Jung como uma
criança ferida. Ela está
sempre desconfiada,
magoada, solitária e
crê-se infeliz.
Ilustrando o tema,
Divaldo apresentou e
comentou sobre o Mito de
Narciso, deixando claro
que cada um apresenta em
suas atitudes um pouco
desse mito. Possuir um
certo encantamento por
si é natural, isso se
constitui em autoamor.
Com o auxílio de
diversos ensinamentos de
Joanna de Ângelis,
contidos em suas obras,
o ilustre orador
destacou a importância
da educação desde a
infância, desenvolvendo
a autenticidade, as
potencialidades,
adquirindo equilíbrio
emocional e físico. Os
conflitos, os medos
devem ser examinados,
descobertos e
trabalhados com carinho
e coragem.
Resgatando a criança que
existe em nós
4 de novembro – tarde
Nenhuma criatura humana
se encontra na Terra sem
atravessar, vez que
outra, a noite escura da
alma.
(Divaldo Franco/Joanna
de Ângelis – Atitudes
Renovadas – capítulo 7)
No período da tarde o
casal Cláudio e Íris
Sinoti, psicoterapeutas,
realizaram um estudo
sobre a obra O
Pequeno Príncipe, de
Antoine de Saint-Exupéry.
Iniciando a atividade,
Cláudio destacou que a
obra visa contribuir
para que cada um resgate
a criança que existe
dentro de si, com
encanto, ética e beleza.
A história, disse,
começa com uma pane,
assim, de que forma o
ser humano trabalha as
suas crises?
No passado, alguns
personagens históricos
retiraram-se para o
deserto visando alcançar
a plenificação,
encontrando o oásis da
sabedoria. O homem na
crise adentra-se pelo
deserto da sua
intimidade, alguns
infelicitam-se,
negando-se a encontrar a
fonte, outros
desenvolvem habilidades
que os capacitam viajar
na direção da fonte do
saber, encontrando a
harmonia e a paz.
Em algum momento da
jornada evolutiva o
vínculo com a vida foi
ferido. Encontrar-se com
a criança interior é
viver com capacidade de
formar vínculos,
responsabilidades,
autoconstruindo-se.
Quando a gente anda
sempre em frente não
pode mesmo ir longe.
(Antoine de
Saint-Exupéry).
Visitando os personagens
e situações que compõem
a obra de Saint-Exupéry,
Cláudio foi conduzindo
os presentes para uma
autoanálise, propiciando
a autoidentificação,
propondo alternativas
para o convívio sem
conflitos com a criança
interior através da
reflexão, da análise
sobre o cotidiano,
renovando-se.
As sombras, destacou,
quando não são cuidadas,
trabalhadas, voltam-se
contra a criatura.
Sombra e luz se misturam
na intimidade do ser e
devem ser cuidadas
diariamente, dando
atenção às ações e que
necessitam cuidados,
aclaradas. É preciso
resgatar a beleza que
existe no mundo, pois
que a beleza significa o
lugar onde Deus se
encontra, desenvolvendo
a capacidade de olhar
para todos os lados,
identificando pontos
positivos ou negativos.
Na medida em que o homem
amadurece psiquicamente
vai desenvolvendo
condições de identificar
a sua estrutura
psicológica,
experienciando
situações, emoções e
sentimentos, descobrindo
a beleza da vida. Nessa
busca do equilíbrio,
quase sempre, por
imaturidade, e por não
poder controlar-se a si
mesmo, procura exercer o
controle sobre o outro,
esquecendo-se que o amor
e o poder se encontram
em pratos opostos da
balança.
Íris Sinoti, dando
continuidade e mantendo
a mesma base de análise,
disse que a criança
interior deve ser
resgatada e levada para
rever a vida e dar-lhe
um significado, sob pena
de enlouquecer,
alojando-se na
depressão. Por estar
desconectado do que é
importante para a vida,
ajusta-se, subordina-se
sem questionamentos a um
mestre ou líder
qualquer. Por outro
lado, afirma Antoine
de Saint-Exupéry,
libertá-lo para que
aprenda a ser mestre de
si mesmo é uma
empreitada muito mais
difícil.
O homem, em geral,
conhece tudo sobre os
outros e ignora a si
mesmo, como ensina James
Hollis, psicólogo
americano: ...mesmo
enquanto o mundo
exterior continua a
reclamar nossos
esforços, precisamos nos
voltar para dentro de
nós. Assim, para que
cada um pudesse
reflexionar sobre a sua
própria conjuntura, Íris
questionou: qual o papel
do ser humano no planeta
Terra, e o seu em
particular?
Apoiando-se em conceitos
formulados por Joanna de
Ângelis, por Eva
Pierrakos, James Hollis
e Carl Gustav Jung,
Íris, a exemplo de
Cláudio, foi conduzindo
os presentes para o
desenvolvimento da
autorreflexão,
oferecendo ferramentas
para o aprimoramento
psicológico. Finalizando
esclareceu que cativar
significa formar
vínculos, desfazer
barreiras, romper
muralhas, e que o
essencial é invisível
aos olhos, mas que
quando se utiliza o
coração se pode ver bem
a beleza que nos cerca e
a vida que possuímos.
A Criança Ferida
4 de novembro - noite
“O autoconhecimento se
torna uma necessidade
prioritária na
programática existencial
da criatura. Quem
posterga, não se realiza
satisfatoriamente,
porque permanece perdido
em um espaço escuro,
ignorado dentro de si
mesmo.”
(Divaldo Franco/Joanna
de Ângelis – O Ser
Consciente – página 9)
No período noturno
Divaldo se apresentou
para dar continuidade ao
tema que iniciara pela
manhã: A Criança
Ferida. Em seu
magnífico trabalho, foi
dissecando a educação da
criança em termos de
ideal, e que se encontra
alicerçado nos mais
judiciosos conceitos
formulados por renomados
pensadores,
principalmente os de
Joanna de Ângelis, como
o seguinte, encontrado
na obra Constelação
Familiar, capítulo
10, psicografado por
Divaldo Franco: “Ao
invés de coibir-se a
criança nas suas
manifestações no lar, em
nome da educação,
deve-se estimulá-la a
ser autêntica,
evitando-se a
dissimulação e a
hipocrisia, por cujos
mecanismos psicológicos
agrada adultos,
ocultando a sua
realidade, a sua
sensibilidade.”
Carl Gustav Jung, em
Desenvolvimento da
Personalidade,
informa: “A criança se
encontra de tal modo
ligada e unida à atitude
psíquica dos pais, que
não é de causar espanto
se a maioria das
perturbações nervosas
verificadas na infância
devam sua origem a algo
de perturbado na
atmosfera psíquica dos
pais.”
Elucidando os conceitos
abordados através de
histórias e vivências, e
exaltando os bons
exemplos, o intimorato
conferencista espírita
foi despertando o
desabrochar de ideias,
colocando cada um frente
a uma circunstância da
vida, propiciando
reflexões sobre atitudes
próprias ou alheias,
favorecendo o
amadurecimento
psicológico, a formação
da personalidade.
É conhecido e aceito que
é no período infantil
que se instalam os
pródromos dos futuros
conflitos que aturdem a
criatura humana ao longo
do seu desenvolvimento,
caso falte a verdadeira
afetividade e respeito
pelo ser em formação.
Toda criança tem a
necessidade de ser
amada, protegida,
nutrida e orientada; com
isso poderá desenvolver
os sentimentos da
afetividade, da
harmonia, da saúde, do
discernimento, conforme
ensina Joanna de Ângelis
em Autodescobrimento.
Finalizando após uma
narrativa emocionante de
superação de conflitos,
causada pelo desamor,
Divaldo destacou que o
amor deve ser
desenvolvido e
fortalecido na presença
dos que são
indiferentes, desamados
e conflitados, pois que
é o bálsamo que
cicatriza as feridas da
alma, luarizando ao que
ama e ao que é amado.
Curando feridas, mágoas
e ressentimentos
5 de novembro - manhã
A felicidade se
estabelece quando os
dois níveis – físico e
mental – harmonizam-se,
ensejando o prazer
emocional e transpessoal.
(Joanna de Ângelis/Divaldo
Franco)
Em simetria com a bela
manhã, que se fez um
belo presente, a
apresentação do tema –
Curando feridas,
mágoas e ressentimentos
-, se constituiu em
momento rico de bênçãos
e conhecimento.
Atendendo ao escopo do
Encontro, o de ser
terapêutico, Divaldo
Franco propôs uma
pergunta: Se você não
soubesse a idade que
tem, que idade gostaria
de ter? Ficando a
resposta para ser
construída por cada um
ao longo do dia, o
dinâmico e sereno
conferencista apresentou
algumas observações
sobre a providência
divina, nem sempre
aceita ou compreendida
pelos homens,
principalmente pelos que
são os seus
protagonistas. Porém, ao
olhar-se, distanciados
dos fatos, aqueles que
forem atentos
observadores concluirão
que tudo transcorreu
dentro de uma lógica e
dos propósitos de
evolução.
Trabalhando os Quatro
Gigantes da Alma
propostos por Emilio
Mira y Lopes
(1896-1964), sociólogo,
médico psiquiatra e
psicólogo, autor da obra
de mesmo nome, Divaldo
Franco foi descortinando
esses gigantes,
apresentando-lhes os
nomes, discorrendo sobre
o seu surgimento e os
efeitos na alma humana.
São eles: o medo, a ira,
o amor e o dever.
Apoiando-se
principalmente nos
estudos e nas análises
do Professor Mira y
Lopes, o Embaixador
da Paz no Mundo falou
sobre as fases pelas
quais passou a
manifestação do
pensamento. A primeira,
o pensamento arcaico,
depois segue-se o
período pré-mítico, e a
do egotismo, e por
último a da razão, da
lógica.
Ao despertar para o
amor, o homem se faz
benevolente, desdobra-se
para propiciar paz e
harmonia aos seus
semelhantes, onde a
abnegação é constante, e
por conseguinte viver a
fase do dever, torna-se
um prazer, mesmo que aos
olhos dos observadores
externos possa parecer
penoso. O exemplo maior
é Jesus, cujos ensinos
levam as criaturas a
receber o Cristo na
intimidade do ser. Neste
ponto, e para estes que
possuem o Cristo
interno, o amor se
universaliza. Paulo de
Tarso, ao cair em si,
assim se expressou: “Já
não sou eu que vivo, mas
é o Cristo que vive em
mim”. Assim, o apóstolo
integrou-se com o
pensamento de Jesus e,
por consequência, de
Deus.
Joanna de Ângelis,
estudiosa do
comportamento humano,
propõe que as palavras
culpa e pecado, com seus
significados
psicológicos e
teológicos da
atualidade, sejam
substituídos pelo
vocábulo
responsabilidade,
entendendo que
responsável é todo
aquele que já possui
condições de reparar o
prejuízo ou o dano moral
ao semelhante.
Traçando o caminho que o
homem palmilhou através
de sua história, Divaldo
desvela, com muita
lógica, as fases da
autoconstrução do homem
na Terra, evoluindo
material, espiritual,
social e
psicologicamente.
Incansável, Divaldo
Franco passou a
discorrer sobre as
quatro estradas
psicológicas que levarão
a humanidade a alcançar
a prática do amor
incondicional, atendendo
à Lei Divina. Fazendo
uso dos pontos cardeais,
para configurar Israel,
Divaldo situou ao norte
a cidade de Damasco,
onde Saulo
transformou-se em Paulo,
o Apóstolo dos Gentios.
Damasco, então,
simboliza a conversão.
Ao sul está situada
Jerusalém, cujo
significado é o
testemunho, sustentado
através da inteireza
moral. Viajando para o
leste, a cidade símbolo
é Jericó, caracterizada
pela solidariedade. Indo
na direção oposta,
saindo de Jerusalém,
para o oeste, a estrada
conduzirá para Emaús,
quando um peregrino
especial – Jesus -
acompanha na caminhada
dois viajantes. O
peregrino é então
convidado a pernoitar,
fazendo companhia aos
dois, aceitando,
depreende-se que o
significado não pode ser
outro a não ser o do
acompanhamento.
Nesse traçado geográfico
nota-se a figura da
cruz, um símbolo que se
tornou ponte entre a
terra e o céu, ligando
os homens a Deus.
Conversão, testemunho,
solidariedade e
acompanhamento, eis os
caminhos para o
desenvolvimento do amor
incondicional.
Concluindo o módulo,
Divaldo foi efusivamente
aplaudido de pé.
A Saga do Ciúme
5 de novembro - tarde
Retomando as atividades
no período da tarde,
Cristiane Beira
desenvolveu o tema A
Saga do Ciúme.
Ciúme, disse a
psicoterapeuta, é uma
das exteriorizações da
criança ferida, ínsita
no psiquismo da criatura
humana, e que não se
relaciona de forma
saudável. Fazendo um
percurso pela expressão
psíquica, Cristiane
discorreu sobre as
intenções que movem a
criatura a buscar o que
lhe desperta a atenção,
satisfazendo desejos,
procurando conhecer o
outro, principalmente os
aspectos exteriores,
esquecendo-se de
identificar a essência
do ser que se observa,
os seus valores humanos,
morais, éticos,
espirituais e a saúde
emocional.
No desenvolvimento e na
aquisição de atitudes
equilibradas será
necessário que se
desvende o universo que
se chama homem,
reconhecendo e
acolhendo, por exemplo,
a criança interna,
realizando o
autocontrole, alcançando
a individuação, quando
então, os diversos EU se
condensam, fundindo-se
na integralidade,
passando a ser um, ser
quem se é e não uma
representação ou
projeção, tornando-se
inteiro, integral.
Enquanto não alcançar
essa integralidade, nele
permanecerá a criança
maltratada, ferida,
magoada, ciumenta a lhe
requerer atenção.
A individuação, em
geral, é o processo de
desenvolvimento de um
modelo de pessoa
autêntica, com
moralidade, íntegra
consigo e com o próximo.
Para amar o próximo é
fundamental que a
criatura se ame, que
desenvolva o autoamor,
podendo assim dar de si
o que já adquiriu,
atendendo ao ensinamento
de Jesus. É necessário
saber amar-se, antes de
amar o outro.
Compreender que o outro
não existe é importante
passo para o
amadurecimento
psicológico, passando a
responsabilizar-se,
integralmente, pelo que
faz ou pelo que não fez,
podendo ter feito. O
outro é a projeção de
quem analisa, observa.
As relações de
submissão, de dominação
se complicam pela
existência de falta de
afeto, de carências,
falta de amor,
dependência emocional,
falta de consciência
sobre as necessidades do
outro. O ciúme é o
cárcere da emoção e é de
natureza ancestral. O
ciúme distorce a
realidade. Cada um,
vivendo na intensidade
que lhe é própria,
percebe o outro de forma
diferente, a seu modo.
Ciúme e insegurança
estão em estreito
relacionamento.
Cada indivíduo deve
esforçar-se para assumir
o EU feliz, pleno,
acolhendo a criança
ferida, acalentando-a,
recuperando-a,
estabelecendo uma
relação saudável consigo
mesmo, evitando dar
guarida ao ciúme.
Na sequência foram
respondidas várias
perguntas, oportunidade
em que Divaldo Franco,
Cristiane Beira e o
casal Iris e Cláudio
Sinoti abordaram pontos
específicos, atendendo
às necessidades de
esclarecimentos pessoais
de forma anônima,
aprofundando o tema do
Encontro.
Divaldo coordenou e
interpretou as respostas
anônimas à pergunta
inicial desse excelente
encontro: O que a
criança que fui diria do
adulto que me tornei?
Vencida essa fase,
onde a diversidade de
respostas se constituiu
de rico momento devido à
profundidade em que
foram apresentadas,
propiciou uma bela
panorâmica sobre o
estado de consciência,
bem como de entendimento
do conteúdo apresentado
pelos expositores.
Ato contínuo, Divaldo,
como mestre
experimentado, conduziu
a visualização
terapêutica dirigida,
uma viagem em busca do
autoconhecimento.
Finalizado o exercício,
Divaldo solicitou que um
dos presentes, de
preferência que ele não
o conhecesse, se
apresentasse para expor
as suas impressões. A
cada fase da
visualização exposta
pelo convidado, Divaldo
foi interpretando,
traçando um perfil
psicológico segundo as
percepções do
voluntário. Essa
amostragem teve por
objetivo, também,
responder de forma
genérica às percepções
que cada um alcançou na
visualização.
Libertando a criança
interior
6 de novembro - manhã
A criatura não é o que
se apresenta, nem como
se encontra. Esse estado
impermanente é trânsito
para o que será. Em
prazer ou em sofrimento,
não se é isso, mas se
está isso,
conscientizando-se do
continuum no qual se
encontra mergulhado.
(Divaldo Franco/Joanna
de Ângelis – O Ser
Consciente – capítulo 9)
O evento, que se
encerrou no final da
manhã do dia 6 de
novembro, coroado de
sucesso, foi acessado
por 680 cidades de 49
países, somando cerca de
32.000 acessos.
Estiveram representados,
com números diversos de
participantes, 22
Estados, o Distrito
Federal e mais 6 países.
O tema para o dia foi:
Libertando a criança
interior.
Inicialmente Divaldo
Franco externou a sua
alegria e disse que o
encontro é motivo de
gáudio, afirmando que a
expectativa tornou-se
realidade, acreditando
que todos se sentiam
felizes, pois que a
felicidade é possível,
e, por fim, demonstrando
sua gratidão aos
presentes. Sentia-se,
também, gratificado em
parabenizar a equipe de
voluntários pelo esforço
realizado ao longo de
mais de nove meses de
preparativos do
Encontro, que se
traduziu em um alto
padrão de organização e
atendimento ao público.
Dando seguimento ao tema
do encontro, Divaldo
Franco analisou o
desenvolvimento do ser
humano, seja no campo
físico, seja no
espiritual, afirmando
que os tempos mudaram e
lentamente o ser humano
vai abandonando as
cavernas sombrias da
alma, caminhando em
direção à luz,
tornando-se lúcido, haja
vista que,
conscientizando-se sobre
sua condição de
perfectibilidade,
esforça-se em não mais
permanecer nessas
sombras do psiquismo,
elegendo como prioridade
alcançar a
autoiluminação,
combatendo as feras
interiores com as armas
da sabedoria, sendo
feliz agora, porque
compreende que nasceu
para ser feliz.
O amor predomina em o
ser humano, substituindo
o medo e a ira,
abandonando a persona
para tornar-se um ser
integral, numinoso. O
indivíduo consciente,
embora viva em meio a
conflitos diversos,
procura, tanto quanto
possível, manter-se
tranquilo, buscando
Jesus, viajando em
direção ao Mestre,
evitando permanecer na
tristeza, construindo a
felicidade. As ilusões
do ego devem ser
diluídas pelo sol da
realidade, tornando-se,
a criatura, rica de paz,
de afetividade e de
esperança, fazendo
exteriorizar a beleza da
alma, a alegria de
viver, suavizando as
imperfeições com os
óleos do amor, vivendo
sob as bênçãos de Deus.
Continuando a responder
à proposição inicial do
Encontro Fraterno - O
que a criança que fui
diria do adulto que me
tornei? -, a equipe
de psicoterapeutas
formada pelo casal
Cláudio e Íris Sinoti e
Cristiane Beira,
juntamente com Divaldo
Franco, selecionaram
algumas das respostas,
fazendo interpretações
perante o público, à luz
da psicologia e da
Doutrina Espírita. Como
seria impossível
analisar ao vivo todas
as respostas, foi
entregue na entrada do
salão de eventos um
envelope contendo
sentenças retiradas de
diversas obras e
autores, analisando,
assim, a resposta que
cada um formulou.
Sob intensos aplausos, o
evento, que já é
lembrado com saudade,
foi encerrado com muitos
abraços, sorrisos e
sentimento de esperança
de dias melhores, de paz
e plenitude, justamente
pela certeza que cada um
passou a nutrir,
reformulando o seu modo
de ver e viver a vida
com responsabilidade
sobre os seus próprios
atos e o esforço em ser
melhor ao tornar-se
humilde, caridoso e
fraterno com todos,
amigos ou não.
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Participantes
e
voluntários
do
evento |
Nota do autor:
As fotos desta
reportagem são de
autoria de Jorge Moehlecke.
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