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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda

Ano 10 - N° 493 - 27 de Novembro de 2016

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

 

Sexo e Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 14)

Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro Sexo e Obsessão, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada originalmente em 2002.

Questões preliminares 

A. A diretora do Educandário concordou com a programação que o Instrutor Anacleto apresentou para a recuperação do padre Mauro?  

Sim. D. Eutímia, a diretora do Educandário, anuiu completamente, apresentando-se serena e quase feliz, ante a longa explanação que Anacleto fez com relação ao futuro do padre e de Jean-Michel, vítima e agora principal algoz do sacerdote. (Sexo e Obsessão, capítulo 7: Programações abençoadas.) 

B. Em sua futura existência na carne, que dificuldades Jean-Michel deveria enfrentar?  

O Instrutor Anacleto, ao convidá-lo para uma nova reencarnação, explicou-lhe diretamente o que o esperaria: “Renascerás na carne, oportunamente, chagado e aflito, com os estigmas que cravaste nos tecidos sutis do Espírito, através do teu corpo intermediário, hoje deformado e em dilacerações. Já imprimiste no teu futuro uma infância limitada por anomalias mentais e físicas de vária natureza, na qual te demorarás por mais ou menos uma dezena de anos tormentosos, visitado, vez que outra, pelos teus companheiros do antro de depravação, que te explorarão as energias, mais afligindo-te... Nesse exílio libertador terás como benfeitor e companheiro, pela senda de espinhos, o nosso Mauro que te recolherá na Casa da Caridade que erguerá oportunamente em distante recanto do Brasil, em cuja oportunidade vos amareis, ajudando-vos reciprocamente”. (Sexo e Obsessão, capítulo 7: Programações abençoadas.) 

C. O padre Mauro, assim como ocorreu com a diretora do Educandário, também se recordava dos acontecimentos oníricos vividos naquela madrugada? 

Sim. Ele os recordava com muita nitidez, mas, sobressaltado pelos efeitos danosos dos seus atos, receava as consequências que deveriam advir de sua conduta. O Instrutor Anacleto, então, envolvendo-o em prece, exortou-o ao trabalho: “Levanta-te e segue no rumo da oração, entregando-te a Deus, que fará o que seja de melhor para ti”. Ante a ordem enérgica, que lhe repercutiu nos refolhos do pensamento, Mauro levantou-se, tomou do Evangelho e seguiu à Igreja. Tremia, emocionado, pois se recordava dos episódios espirituais da madrugada, mas agora se fazia mais confiante, ante o psiquismo de Anacleto que o dirigia mentalmente. (Sexo e Obsessão, capítulo 8: Atendimento fraterno.) 

Texto para leitura 

65. A diretora do Educandário anuiu ao programa – Anacleto, após ligeira pausa, concluindo suas informações a respeito da programação que trazia em mente sob os auspícios de venerandos Mensageiros da Luz, concluiu: “Chegará o dia em que a perversidade desaparecerá da Terra e a escabrosidade das almas será substituída pela compaixão e pelos sentimentos de amor com respeito pela vida. Nesse dia, que certamente não será imediato, as ocorrências abomináveis estarão nas páginas da História como pertencentes ao período de brutalidade e primitivismo da criatura humana, qual ocorre com inúmeros fenômenos do passado... Até chegar esse momento, a todos nos cabem as atitudes de ajuda e de compreensão, de energia e de bondade, reeducando os calcetas e atendendo às vítimas, de forma que o equilíbrio moral predomine nos arraiais da sociedade terrestre”. Referindo-se ao padre Mauro, explicou: "Nosso irmão enfermo transitará um longo percurso de recuperação e de reconquista de si mesmo. Ajudemo-lo, antes que o destruamos, considerando que a vida são bênçãos e que todo aquele que estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra". Todos ali se encontravam emocionados. A lógica, a temperança, a sabedoria do Benfeitor levavam-nos a reflexões interiores muito profundas. D. Eutímia, a diretora do Educandário, anuiu completamente, apresentando-se serena e quase feliz. Então, nesse momento, o Benfeitor dirigiu-se a Jean-Michel, que se apresentava aturdido ante o que acabara de ouvir. Desde quando perdera o discernimento e tombara no abismo do ódio, da perversão moral e da criminalidade, não tivera ensejo de reflexionar em torno da vida e da sua grandeza, dos objetivos essenciais ao crescimento para Deus, que é inevitável. Dava-se conta, nesse momento, do engodo que se permitia e da ilusão que buscara transformar em realidade eterna, ludibriando os Códigos Divinos. (Sexo e Obsessão, capítulo 7: Programações abençoadas.)  

66. Jean-Michel volverá à carne – Quase atoleimado, Jean-Michel o irmão Anacleto falar-lhe: “Quanto a ti, irmão querido, o amanhã sorri mil dádivas de felicidade. Chegou o momento de te libertares também da canga odienta do sofrimento bestial, que em nada te ajuda, antes mais te alucina. Da situação de vítima da hediondez, te tornaste comparsa e fomentador de novas misérias contra a Humanidade. Hipnotizado pelo prazer selvagem, já perdeste o rumo dos teus nefandos objetivos, que eram de perseguição, tombando nas malhas da rede de misérias que teceste, tornando-te vítima de ti mesmo e dos teus planos diabólicos. Agora despertas para vida nova, para novos compromissos. Ouve: Jesus te chama para a felicidade e não te podes negar ao ensejo especial. Renascerás na carne, oportunamente, chagado e aflito, com os estigmas que cravaste nos tecidos sutis do Espírito, através do teu corpo intermediário, hoje deformado e em dilacerações. Já imprimiste no teu futuro uma infância limitada por anomalias mentais e físicas de vária natureza, na qual te demorarás por mais ou menos uma dezena de anos tormentosos, visitado, vez que outra, pelos teus companheiros do antro de depravação, que te explorarão as energias, mais afligindo-te... Nesse exílio libertador terás como benfeitor e companheiro, pela senda de espinhos, o nosso Mauro que te recolherá na Casa da Caridade que erguerá oportunamente em distante recanto do Brasil, em cuja oportunidade vos amareis, ajudando-vos reciprocamente... Confia em Deus, que é teu Pai como o é nosso, e liberta-te de ti mesmo, desse comportamento infeliz que te desnaturou. Quanto possível estaremos contigo e outros benfeitores nunca se te apartarão, ajudando-te na desincumbência do dever”. (Sexo e Obsessão, capítulo 7: Programações abençoadas.) 

67. O padre e o obsessor se reconciliam – O infeliz encolheu-se como se desejasse ocultar as formas degeneradas e prorrompeu em pranto volumoso, desesperador, quase convulsionando. Foi então que Mauro, reassumindo a personalidade de Madame X, a antiga dama lasciva e pervertida nos dias do império napoleônico, levantou-se e, telementalizada pelo guia Anacleto, abraçou o sofredor, dizendo-lhe em lágrimas: “Ajuda-me com o teu perdão, a fim de que eu te possa ajudar com a minha compaixão, e juntos possamos reabilitar-nos de todo o mal que fizemos através do bem que possamos fazer. Somos duas aves feridas que tememos voar, receando o tombo no abismo. Deus nos dará forças, ajudar-nos-á a recuperar nossas plumas, para que planemos acima do pantanal que nos retém afogando-nos. Perdoa-me, por Deus! Eu estava louca e venho continuando em alucinação...” O padre não pôde prosseguir, porque o verbo ficou estrangulado na garganta túrgida. O abraço, porém, que a sua vítima não pôde evitar, naquele momento selava compromissos de acerbas dores para o futuro, mas abria a via redentora de libertação. Tartamudeando, o Espírito infeliz redarguiu: “Que Deus nos perdoe a ambos, desditosos que somos!” Cessados esses momentos de forte emoção, o irmão Anacleto concluiu: “Retornai aos vossos corpos e recordai-vos deste abençoado sonho no país da Realidade, dando-vos oportunidades para a conquista da paz”. E, tomado de profundo sentimento de gratidão, o nobre Benfeitor orou, exteriorizando aos Céus o reconhecimento profundo de todos os que ali estavam. De imediato, os participantes do encontro espiritual foram reconduzidos aos seus lares, à exceção de Jean-Michel, que seria deslocado para outro lugar, onde seria preparado para a futura reencarnação, mediante a qual daria início a uma nova etapa da sua vida. (Sexo e Obsessão, capítulo 7: Programações abençoadas.) 

68. A diretora recorda-se integralmente dos fatos – Ao despertar, a diretora do Educandário se apresentava eufórica e otimista. Sentia que a sombra do receio havia sido diluída. Ainda no leito, começou a recordar-se do sonho que se apresentava como uma realidade de tal monta, que não pôde sopitar as emoções e, quando o marido acordou, solicitou-lhe um pouco de atenção, pois que necessitava falar-lhe. Ali se encontravam o Instrutor Anacleto, Dilermando e Philomeno. O Benfeitor havia pensado em assisti-la naquele momento, a fim de que a sua memória não sofresse qualquer tipo de bloqueio que lhe impedisse a claridade do pensamento. Assim, após os primeiros atendimentos higiênicos, sentaram-se ambos, e, tranquilamente, inspirada pelo Orientador, narrou com naturalidade os acontecimentos da véspera, que a haviam excruciado, e o sonho de que fora objeto. “Temia – disse ela ao esposo colhido de surpresa – que explodisse um escândalo sem precedentes em nossa Escola. A partir do momento em que surpreendera o sacerdote em atitude indecorosa havia perdido minha paz. Não quis perturbar-te antes de asserenar-me suficientemente, o que agora consegui. Havendo orado muito, fui conduzida ao mundo dos sonhos, onde me deparei com Mauro, outras pessoas, um anjo misericordioso e um demônio de aspecto repelente e perverso.” Depois de relatar os fatos que presenciara, ela revelou ao esposo o desejo de manter uma entrevista com o senhor Bispo da Comunidade, assim resolvendo por definitivo a questão e desincumbindo-se do dever, como lhe impunha a consciência pessoal, social e religiosa. O marido, que era homem probo e austero, passado o choque inicial em torno do acontecimento, anuiu de boamente em acompanhá-la no domingo seguinte à residência episcopal. (Sexo e Obsessão, capítulo 8: Atendimento fraterno.) 

69. Padre Mauro receia os efeitos de seus atos – Dali, o grupo socorrista foi até a Casa Paroquial, onde Mauro estava desperto, absorto em profundo cismar. Ele recordava-se do acontecimento onírico com muita nitidez, mas, sobressaltado pelos efeitos danosos dos seus atos, receava as consequências que deveriam advir de sua conduta. Resolvera não voltar ao Educandário, ficando em casa, a fim de mais meditar e aguardar o que viesse a acontecer. O amigo Anacleto acercou-se-lhe, e após saudar a mãezinha que permanecia de plantão, a fim de evitar a interferência de algum Espírito mistificador ou ocioso que por ali se encontrasse, falou mentalmente ao aflito sacerdote, enquanto o envolvia em fluidos salutares: “Recolhe-te em oração. Busca Jesus através do Evangelho e detém-te nos Seus momentos finais na Terra, quando, no Horto, enquanto todos dormiam, Ele sofria, apesar de estar em oração... Ele, que não tinha qualquer culpa, não recusou o cálice de amarguras. Assim, não penses em fugir dos calamitosos efeitos dos teus desmandos, procurando mecanismos de justificação ou precipitando-te em abismos de sombras demoradas. Levanta-te e segue no rumo da oração, entregando-te a Deus, que fará o que seja de melhor para ti. Ante a ordem enérgica, que lhe repercutiu nos refolhos do pensamento, Mauro levantou-se, tomou do Evangelho e seguiu à Igreja. Tremia, emocionado, pois se recordava dos episódios espirituais da madrugada, agora mais lúcido, ante o psiquismo de Anacleto que o dirigia mentalmente. (Sexo e Obsessão, capítulo 8: Atendimento fraterno.) (Continua no próximo número.)



 


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