Chico concluiu o primário em
1923, após repetir a quarta
série. A repetência não foi
provocada por falta de
estudo, mas de saúde. O
menino enfrentava problemas
respiratórios. Seu pulmão
sofria com a poeira do
algodão na fábrica de
tecidos. A professora se
apegou tanto a ele que,
quando foi transferida para
Belo Horizonte, pediu a João
Cândido para levar o garoto
com ela. O pai não
autorizou. Precisava do
salário de Chico.
No ano seguinte, por
recomendação médica, o
garoto trocou a tecelagem
pelo Bar do Dove, de
Claudomiro Rocha. Varria o
chão, lavava a louça,
cozinhava e continuava
mal-assombrado.
Quando já tinha quinze anos,
pediu socorro ao padre
Scarzello. Em meio a uma
crise de choro, Chico se
queixou do assédio
incessante de um espírito
sofredor. O padre,
impressionado com a devoção
do rapaz a Jesus, lhe disse
para não se desesperar com
as vozes e visões:
- Se elas vieram da parte de
Deus, ele irá te abençoar e
te dar forças para fazer o
que deve ser feito.
Após o discurso, saiu com o
garoto da igreja e lhe
comprou um par de sapatos.
Chico deixou de andar
descalço!
Do livro As Vidas de
Chico Xavier, de Marcel
Souto Maior.
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