JOSÉ
PASSINI
jose.passini@gmail.com
Juiz de
Fora, MG
(Brasil)
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O
Evangelho
como
Código
Divino
O
Espiritismo,
ao
trazer
de volta
o
Evangelho
de Jesus
na sua
simplicidade
e
alcance
originais,
no-lo
mostra
como um
vade
mecum
para a
vida, e
não como
se
ensinava
até
então:
um livro
sagrado
para ser
lido no
interior
dos
templos,
braços
cruzados
sobre o
peito,
em
atitude
de
reverência.
Pelo
contrário,
é o
livro
guia de
todas as
horas.
Seus
ensinamentos
são para
a vida
diária e
não
apenas
para os
momentos
de
culto.
Constitui
o
Evangelho
de Jesus
um
verdadeiro
código
de
evolução
para a
Humanidade,
um
verdadeiro
manual
para a
angelização
do
homem.
Jesus, o
Mestre
mais
perfeito
que a
Terra
conheceu,
por
basear
seus
ensinamentos
na
pedagogia
do
exemplo,
não
ficava
recolhido
em
santuários,
em
mosteiros,
em
atitude
contemplativa.
Não há
um só
ensinamento
dele que
tenha
ficado
sem a
sua
exemplificação
pessoal
na vida
prática.
Prevendo
a
tendência
muito
humana
da
criação
de
grupos
religiosos
isolados,
onde
viveriam
apartados
do
convívio
social
aqueles
que se
quisessem
santificar,
deixou
recomendação,
registrada
por dois
evangelistas:
“Eis que
vos
mando
como
ovelhas
no meio
de
lobos”.
(Mt, 10:
16 e Lc,
10: 3.)
Allan
Kardec
demonstra
isso à
saciedade
ao
elaborar
a Parte
Terceira
de “O
Livro
dos
Espíritos”,
intitulando-a
“Das
Leis
Morais”,
onde
publica
os
diálogos
que teve
com os
Espíritos
Superiores
a
respeito
da
aplicação
dos
postulados
evangélicos
na vida
diária.
Pela
primeira
vez, na
história
do
Cristianismo,
os
ensinamentos
de Jesus
foram
tirados
para
fora dos
templos
e
entraram
como
código
ético-moral
na
discussão
de temas
sociais.
Foi
verdadeiramente
uma
volta às
origens
da
mensagem
cristã,
nos
moldes
dos
ensinamentos
e
exemplos
de
Jesus,
que
fundia
as duas
realidades:
a
religiosa
e a
profana,
tornando-as
indissociáveis
no viver
cotidiano.
No
capítulo
intitulado
“Da Lei
do
Trabalho”,
Kardec
dialoga
com os
Espíritos,
propondo-lhes
questões
de alta
relevância
para o
aperfeiçoamento
da
relação
entre
capital
e
trabalho,
obtendo
respostas
que se
constituíram
em
verdadeiro
libelo
do
Evangelho
contra a
exploração
do
trabalhador.
As
ideias
moralizadoras
do
relacionamento
entre o
capital
e o
trabalho
não
foram
estribadas
nas
imperfeitas
leis
terrenas,
elaboradas,
quase
sempre,
no
interesse
dos
poderosos.
Não,
Kardec
conseguiu
dos
Espíritos
Superiores,
e deu,
ele
próprio,
sua
valiosa
colaboração
nesse
assunto,
no
sentido
de se
estabelecer
uma
diretriz
mais
humana,
mas com
base no
Evangelho.
Pela
primeira
vez, na
Europa
dita
cristã,
uma voz
se
levanta
e sai de
dentro
do
contexto
religioso
a
orientar
o homem
na vida
fora dos
templos,
numa
demonstração
de que o
amor ao
próximo
que se
aprende
no
Evangelho
é para
ser
aplicado
na vida
comum e
não
apenas
ouvido
emocionadamente
no
interior
dos
santuários.
O
Codifica-dor,
mediante
sábias e
humanas
perguntas,
obtém
dos
Espíritos
Superiores,
respostas
lapidares
como
estas,
registradas
em “O
Livro
dos
Espíritos”:
“(...)
Todo
homem
que tem
o poder
de
mandar é
responsável
pelo
excesso
de
trabalho
que
impõe a
seus
inferiores,
porque
transgride
a lei de
Deus”
(684).
“O forte
deve
trabalhar
pelo
fraco.
Na falta
da
família,
a
sociedade
deve
tomar o
seu
lugar; é
a lei da
caridade.”
(685-a)
Kardec,
inaugurando
uma
verdadeira
sociologia
cristã,
dialoga
com os
Espíritos
Superiores
a
respeito
de temas
como:
liberdade
de
pensar,
direitos
da
mulher,
escravidão,
pena de
morte,
laços de
família
e tantos
e tantos
outros
temas
que eram
deixados
de lado
pelos
teólogos,
ocupados
que
estavam
em criar
teorias
salvacionistas,
na
pretensa
condição
de
depositários
únicos
da
Mensagem
de
Jesus.
E ao
Espiritismo
coube a
primazia
de
reviver
esses
ensinos
na sua
pureza,
objetividade
e
pujança
originais,
reinserindo
a
vivência
das
verdades
do
Evangelho
na vida
diária.
É
verdade
histórica:
não pode
ser
contestada.