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Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 494 - 4 de Dezembro de 2016

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, MG (Brasil)

 


Empecilhos & autossuperação

O verdadeiro amor não se desarvora nem debanda

“(...) a ascensão se apoia nos degraus vencidos, que se transformam em alicerces de segurança a fim de ser alcançada a cumeada.”
-
Joanna de Ângelis[1]

Na mente inquieta de Simão Pedro, o velho pescador, as interrogações aflitas se sucediam...  Mesclando dor e desencanto ante as vicissitudes e dificuldades que enfrentava para conciliar os Sublimes Ensinamentos com a sua prática na vida de relação, inquiriu, algo ansioso, ao Divino Amigo, conforme narrativa de Amélia Rodrigues[2]:

“(...) Senhor! A convivência com os recém-curados e os novos enfermos que chegam de toda parte cansa-me... As tricas e disputas que já se estabelecem exaurem­-me... Os comentários, apaixonados uns e outros receosos, desencantam-me... Os ódios já estalam e as maledicências visam à diminuição dos valores reais de alguns companheiros para o banquete competitivo da insensatez, fazendo-me recear...

– Não aguento mais, Senhor!... A multidão cansa-me, as opiniões variadas perturbam-me, as lutas de paixões deperecem-me. Sequer demos início à revolução do amor e sinto-me combalido, desanimado... Que fazer, Senhor?!

Compreendendo a amargura do companheiro frágil, o Divino Amigo inquiriu:

– Simão, quando a terra cansada se nega a produzir em abundância, que faz o agricultor?

– Aduba-a com fertilizantes – respondeu, seguro, o devotado colaborador.

– Quando as redes se rompem, ameaçando a coleta de peixes, como age o pescador?

– Repara-as, atentamente.

– Quando o vaso precioso se parte, como procede o seu possuidor?

– Conserta-o com carinho.

– Se o camelo rebelde se nega à condução correta, que faz o almocreve?

– Domestica-o com insistência – concluiu o discípulo sem saber aonde Ele queria chegar...

Disseste bem, Simão – redarguiu Jesus. Aquele que ama e necessita do amor ante a terra exaurida, as redes rotas, o vaso quebrado e o animal rebelde não se entrega ao desalento ou à deserção. Reúne as energias e habilidades procurando revitalizar, reparar, recompor, refazer...

Assim deve ser em relação à criatura humana. O verdadeiro amor não se desarvora nem debanda. Ninguém espere compreensão alheia, reconhecimento da massa, afeição das criaturas... Até hoje o Pai nos dá o exemplo: Ele Trabalha como eu também trabalho”.

Nas ambiências planetárias caracterizadas ainda pelo patamar das “provas e expiações”, é evidente que, existindo o mal em maior proporção que o Bem, as dificuldades serão também enormes para quem se alinha nas hostes do Bem com Jesus. Mas para os que já despertamos para a realidade espiritual desvelada pela Doutrina Espírita, não pode haver descoroçoamentos, uma vez que o futuro nos acena com primícias de luz e paz.  Estamos, portanto, diante de dois caminhos: o da desistência ou o das lutas redentoras. 

TINHA UMA PEDRA NO MEIO DO CAMINHO

O confrade Joamar Zanolini Nazareth[3] nos dá algumas indicações importantes para os enfrentamentos das dificuldades da caminhada. 

Sigamos seu raciocínio: “amigos, qual atitude será mais fácil: chutar o balde – como se diz na gíria – diante dos obstáculos e pedras do caminho e a demora em alcançarmos determinados objetivos, ou insistir em nossos planos, mesmo que levando muito tempo e árduas experiências que nos fazem suar e chorar por vezes? No sentido de esforço, logicamente será mais fácil abandonar os desafios da existência, todavia, tais atitudes atestam nossa fraqueza e falta de fibra para enfrentar a vida. Quantos empreendimentos são abandonados no meio do caminho porque seus resultados estão demorando, ou as resistências são muito grandes, ou mesmo porque se pensou que seria mais simples... Não cansa­remos de repetir que as grandes realizações são aquelas que custam o amor, a fé, a confiança, a perseverança, o ideal, a persistência e a convicção dos que buscam sinceramente. Quem luta e trabalha sempre alcançará efeitos de nobreza, felicidade e satisfação. Os grandes personagens da história sofreram dificuldades por anos a fio até alcançarem a obra de suas vidas, que fizeram deles vencedores. Quando Deus nos coloca uma pedra no meio do caminho, não o faz para ferir-nos os pés, mas sim para nos fornecer o material para construção do alicerce de nossa vitória.  A vitória jamais poderia repousar na fragilidade das facilidades e jamais seria profunda se surgisse após poucas tentativas. As árvores mais fortes são as que enfrentam as agruras da Natureza e deitam raízes bem profundas na luta pelos elementos vitais. E são elas as que mais resistem aos vendavais”.

A fim de vencermos os empecilhos externos da caminhada, aos quais se somam nossas limitações em conluios de sabotagens de vária ordem, enfraquecendo-nos para a luta, devemos ter em conta que a Mensagem de Jesus é rica de esperança, de vitórias sobre a dor, o infortúnio, os insucessos e também sobre a morte, o que, segundo a nobre Mentora Joanna de Ângelis1, “(...) constitui valioso contributo para a vigência da alegria e razão primacial para a luta”.

A adoção de novos posicionamentos e novos ângulos de visão ante as dificuldades não deve ser negligenciada. E para a consolidação de nosso fortalecimento sustentável, para fazer frente às lutas acerbas, há que se valorizar o deus interno, que reside em cada um de nós. 

Assim, aduz de forma bastante conselheira a Mentora1: “(...) a alteração da conduta mental faz-se imprescindível e imediata, de forma que o pensamento altere a onda de manifestação, passando a expressar saúde e bem-estar, en­quanto cria condições operacionais nos equipamentos psicofísicos. De acordo com as ideias cultivadas, vive-se em harmonia ou em desconserto, já que a vida mental precede à orgânica, conduzindo-a conforme as diretrizes que exte­rioriza. Tudo quanto de nobre e de bom deva ser conquistado tem início no pensamento otimista e na sua irradiação positiva.  Gerado esse hábito, a vontade se desenvolve e se faz forte, direcionada com segurança para o melhor e mais próprio para a evolução.

Certamente há um limite entre pensar bem e sonhar acordado sob o açodar leviano de aspirações injustificáveis. A autoestima conclama à liberação dos hábitos doentios, arraigados, que cedem espaço a novas conquistas de autovalorização, mediante as quais se podem descobrir recursos que jazem adormecidos, aguardando o despertar da consciência para atender aos apelos da mente e dos sentimentos superiores.

Representando o Pai, Jesus proclamou que era a luz do mundo, a porta das ovelhas, o caminho, a verdade, a vida, demonstrando a autoconsciência de que era portador, e em momento algum subestimou-Se em tomar-Se pessimista em relação à providencial misericórdia de Deus e ao êxito da Sua missão na Terra.

Testado, criticado, espezinhado, submetido a dúvidas sistemáticas, manteve-Se sereno, certo dos objetivos que Lhe caracterizavam o ministério.

Informando que o Seu reino não é deste mundo, de maneira alguma desdenhou a Terra e as suas oferendas, utilizando-Se dos seus recursos maravilhosos para compor Suas parábolas e lições que se eternizaram na memória dos tem­pos e da humanidade.

Autoafirmou-Se Filho de Deus, porque O era, sem pejo nem modéstia piegas, mas perfeitamente identificado com o Psiquismo do Criador. Homenageou os puros de coração, os humildes, os famintos da verdade, os pobres de espírito, demonstrando compreensão e amor para com todos, porém exaltando aqueles que lutam pela conquista de si mesmos e do Reino de Deus.

Assim, considera esta oportunidade feliz que desfrutas e programa novas conquistas que podes conseguir, cultivando desde já o pensamento nobre que emana das altas esferas, deixando-te arrastar pelo otimismo. Naturalmente tens muitas imperfeições que te perturbam, criando embaraços contra os teus planos de superação, mas elas serão atenuadas lentamente, à medida que insistires no bom combate. Autoafirma-te Filho da Luz e deixa-te banhar pela claridade da esperança da vitória e pelo êxito da paz”.    


 

[1] - FRANCO, Divaldo. Sendas luminosas. 2.ed.Votuporanga: DIDIER, 2002, cap. 15, p. 96-99.

[2] - FRANCO, Divaldo. Há flores no caminho. Salvador: LEAL, 1982, cap. 18, p. 118-120.

[3] - Artigo publicado na RIE (Revista Internacional do Espiritismo), de julho de 2005, p. 298.




 


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