JORGE HESSEN
jorgehessen@gmail.com
Brasília,
DF
(Brasil)
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Bases da ventura
real
A felicidade é
uma atraente
sensação que
experimentamos
de euforia, uma
percepção vivaz,
todavia ela não
ocorre em
condições
contínuas e
permanentes,
porquanto
felicidade não é
o mesmo que
euforia. Alguns
procuram estados
eufóricos sob
efeito dos
fármacos
psicoativos. Em
verdade, se a
felicidade não
for simples, se
ela for ornada
em excesso,
inchada de
coisas inúteis,
nesse caso a
felicidade não é
felicidade, é
apenas ilusão.
Nossa felicidade
não se constrói
com o aumento do
salário, com o
ganhar na
loteria, com
algum bem caro
que possamos
adquirir. Porém,
muitos nos
iludimos achando
que a felicidade
mora no ter, no
possuir, no
aparentar, no
exibir. Todavia,
a felicidade
verdadeira e
perene é simples
e modesta.
Há pessoas que
creem que a
felicidade é a
posse de bens
materiais.
Dinheiro,
realmente produz
uma certa
euforia, porém,
muito rápida,
muito
momentânea,
muito episódica,
muito veloz. O
endinheirado
entra em
processo
obsessivo de
imaginar que a
consumolatria
e a posse
contínua de bens
é que vão
deixá-lo feliz.
Porém, o que
ocorre
normalmente é
que ela vai
ficar em estado
de vazio
existencial e de
pungentes
ansiedades.
A felicidade é
simples e advém
daquilo que é
essencial e o
essencial na
vida é a
amizade, a
fraternidade, a
lealdade, a
sexualidade
(sadia), a
religiosidade.
Muita gente
confunde o
essencial com o
fundamental. Em
realidade o
fundamental é o
que nos ajuda a
chegar ao
essencial.
Observemos que
dinheiro não é
essencial mas é
fundamental,
pois sem ele
teremos
problemas
materiais. Mas
dinheiro em si
não nos traz
felicidade, até
porque não se
compra amor com
dinheiro, se
compra sexo
(dissoluto). Não
se compra
amizade com
dinheiro, se
compra
interesse. Não
se compra
fidelidade com
dinheiro, mas se
compra
reciprocidade
(toma lá, dá
cá).
É bem verdade
que dinheiro em
si não é
desprezível, mas
ele em si não é
suficiente para
realização
pessoal. O
equívoco está
quando se
procura a
felicidade
naquilo que é
secundário, em
vez de
procurá-la na
sua fonte
primária, que é
o que de fato
nos dá
autenticidade
para usufruir a
felicidade. Os
Benfeitores
espirituais
afirmam que
ainda não
podemos
desfrutar de
completa felicidade na Terra. Por
isso é que a
vida nos foi
dada
como prova ou expiação.
De cada um de
nós, porém,
depende a
suavização dos
próprios males e
o ser tão
felizes quanto
possível na
Terra.
Ponderemos que a
felicidade é uma
obra de
construção
progressiva no
tempo. Somos quase
sempre obreiros
da
própria infelicidade.
Mas, praticando
a lei de Deus, a
muitos males
evitaremos e
assentaremos em
nós mesmos
uma felicidade tão
grande quanto o
comporte a nossa
rude existência.
Nos paradoxos da
vida muitos
fogem de casa
para serem
felizes, porém
outros retornam
para casa em
busca da mesma
felicidade. Uns
se casam, outros
se divorciam,
com o mesmo
intuito de
felicidade. Uns
desejam viver
sozinhos, outros
desejam possuir
uma grande
família a fim de
serem felizes. Uns
desejam ser
profissionais
liberais para
comandar a sua
própria vida e
poder gozar de
felicidade.
Outros desejam
apenas ter um
emprego para
ganhar o salário
no final do mês
e, assim, serem
felizes.
A
felicidade terrestre
é relativa à
posição de cada
um. O que basta
para
a felicidade de
um constitui a
desventura de
outro. Nenhuma
sociedade é
perfeitamente
feliz e o que
julgamos ser
a felicidade quase
sempre camufla
penosos
desgostos.
O sofrimento está
em todos os
lugares. As
amarguras são
numerosas,
porque a Terra é
lugar
de expiação.
Quando a houver
transformado em
morada do bem e
de Espíritos
bons, deixaremos
de
ser infelizes,
assim, enquanto
houver um gemido
na paisagem em
que nos
movimentamos,
não será lícito
cogitar de
felicidade isolada
para nós mesmos.
Tal como
concebemos
a felicidade não
pode existir,
até agora, na
face do orbe,
porque quase
sempre nos
encontramos
endividados e
não sabemos
contemplar a
grandeza das
paisagens
exteriores que
nos cercam no
planeta. Apesar
disso, importa
lembrar que é na
Terra que
edificaremos as
bases da ventura
real,
pelo trabalho e
pelo sacrifício,
a caminho das
mais sublimes
aquisições para
o mundo divino
de nossa
consciência.
Portanto, quando
o céu estiver em
cinza, a
derramar-se em
chuva, meditemos
na colheita
farta que
chegará do campo
e na beleza das
flores que
surgirão no
jardim.
A nossa
felicidade será
naturalmente
proporcional em
relação à
felicidade que
fizermos para os
outros. Sim, a
felicidade
consiste na
satisfação com o
que temos e com
o que não temos.
Poucas coisas
são necessárias
para fazer o
homem sábio
feliz, ao mesmo
tempo em que
nenhuma fortuna
satisfaz a um
inconformado.
Tenhamos
certeza: a única
fonte de
felicidade está
dentro de nós, e
deve ser
repartida.