Divaldo Franco:
“A vida
é uma experiência do
processo evolutivo”
O
conhecido orador
retornou a Buenos Aires,
Argentina,
onde falou
pela primeira vez ao
público portenho
no
longínquo ano de 1962
Após extensa agenda de
compromissos pelo estado
de São Paulo, no período
de 16 a 21 de novembro,
Divaldo seguiu sem
intervalo para a
Argentina, onde
desenvolveu atividades
doutrinárias nos dias
22, 23 e 24 de novembro,
retornando mais um vez à
bela Buenos Aires,
relembrando as décadas
de 50 e 60 do século
passado.
No ano de 1958, durante
um encontro da Juventude
Espírita, no Piauí, o
então jovem Juan Antonio
Durante (1928-2011)
conheceu Divaldo Pereira
Franco, quando convidou
o jovem palestrante para
falar no seu país, a
Argentina. Juan Antonio
Durante, antes de
retornar à Pátria
Espiritual, traduziu
mais de trinta obras
espíritas de diversos
espíritos para o
espanhol.
Em 1962 Divaldo falou
pela primeira vez em
Buenos Aires, atendendo
ao convite do novo
amigo, na sede da CEA -
Confederación
Espiritista Argentina,
falando também, na mesma
ocasião, em mais dois
centros espíritas: o
Centro Espírita
Constância, fundado em
1877, e o Centro
Espírita La Fraternidad,
fundado em 1880. Naquela
oportunidade Divaldo
Franco psicografou o
Poema da Gratidão,
ditado pelo amado
espírito Amélia
Rodrigues.
Os dignos e operosos
trabalhadores da SE
Joanna de Ângelis - o
primeiro centro espírita
fundado por Divaldo fora
do Brasil, no distante
ano de 1965 - já
traduziram mais de 50
obras espíritas para o
espanhol. Desta feita,
repetindo o encontro de
corações, Divaldo
promoveu momentos de
muita beleza entre
amigos e irmãos da
instituição acima,
discorrendo sobre a
filosofia, caminho para
entender a criatura
humana. Segundo
pesquisadores da psique
humana, o problema da
criatura humana é a
própria criatura humana.
Em contundente
abordagem, destacou que
o homem contemporâneo
perdeu o endereço de si
mesmo, encontra-se
cercado de conforto, de
tecnologia de ponta, no
entanto carente de
sentido existencial.
Apresentando o
pensamento de Viktor
Frankl (1905-1997),
psiquiatra austríaco,
salientou ser necessário
ao homem possuir uma
meta transcendental para
a vida, que prossegue
além da matéria. Que
fazer então? Ele
indagou, e no mesmo
passo respondeu,
sugerindo que a criatura
faça uma viagem para
dentro de si mesma.
Narrando vivências
próprias, e aditando os
ensinamentos da
veneranda mentora Joanna
de Ângelis, sublinhou a
necessidade da
valorização da vida, de
resgatar os irmãos
desafortunados, - os
invisíveis -,
emocionando os
presentes, mostrando
quão importante é
trabalhar para a
modificação íntima,
melhorando-se pouco a
pouco, transformando-se
em cartas vivas do
Cristo de Deus.
Amar é terapêutico –
esse é o conceito atual
Na noite de 23 de
novembro de 2016,
quarta-feira, Divaldo
Franco realizou uma
conferência na sede da
Confederación
Espiritista Argen-tina
(foto),
para o atento público
que lotou o auditório.
Discorrendo sobre a
evolução do ser humano,
que ainda transita dos
instintos à razão, o
tribuno espírita
brasileiro destacou que
o homem desenvolveu,
nessa trajetória, o
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medo,
sua
primeira
emoção.
Em
seguida
experimentou
a ira.
Somente
mais
tarde,
decorrido
largo
período,
passou a
experienciar
algo
diferenciado,
observando
os
animais
que
lambiam
seus
filhotes
recém-nascidos,
passou a
desabrochar,
então, o
amor,
abrindo
caminhos
à
ternura,
à
gratidão,
ao
carinho.
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Abordando a felicidade,
Divaldo questionou: o
que é a vida? O que
podemos fazer para
diminuir os sofrimentos?
Para responder apoiou-se
no conhecimento
desenvolvido por
notáveis pensadores,
como Fiódor
Mikhailovitch
Dostoiévski (1821-1881),
escritor russo, e sua
obra "O Idiota"; Carl
Gustav Jung (1875-1961),
psiquiatra suíço,
abordando os arquétipos
e o pensamento; e também
Allan Kardec
(1804-1869), que
apresentou para a
humanidade a Doutrina
Espírita, que vem para
resgatar a ética dos
ensinamentos de Jesus.
“A vida é uma
experiência do processo
evolutivo, que não
começa e não acaba na
Terra”, afirmou o
palestrante.
Manifestando-se sobre o
amor, Divaldo Franco
explicou que, nos
primórdios, amar era uma
proposta ideológica,
depois foi vinculada às
questões da libido, com
Sigmund Freud
(1856-1939), médico
neurologista austríaco;
e atualmente, com a
Teoria do Todo, tende a
explicar o processo da
evolução. Concluiu que
este processo de amar
não é mais religioso,
nem psicológico. O
conceito atual é o de
que Amar é Terapêutico,
produzindo e ajudando a
manter a saúde, o
equilíbrio e a paz.
Buscando desenvolver a
emotividade Divaldo
narrou a tocante
história de Ugolin,
jovem francês, tocando
os corações com a
trajetória do personagem
contida na obra
publicada em 1939
intitulada “Estes Dias
Tumultuosos” do
escritor, jornalista
holandês-canadense
Pierre van Paassen
(1895-1968),
evidenciando que a
humanidade prega o amor,
no entanto é cruel com
aqueles que se encontram
à margem, os
"invisíveis", isto é,
aqueles que, estando em
condições de miséria
física ou moral, são
desprezados ou
ignorados.
Magistral, finalizou
abordando a reencarnação
e a lei de causa e
efeito, auxiliando a
compreender por que os
indivíduos experimentam
o sofrimento e a dor, as
aparentes anomalias,
para entender que a lei
maior é a lei do amor,
que impulsiona a
criatura à evolução.
Concluiu afirmando que
nesse momento de crise,
onde o ser humano se
sente descartável, é
necessário retornar ao
amor, à solidariedade.
Teremos sempre muitas
janelas abertas
No dia 24, retornando à
sede da Confederación
Espiritista Argentina e
concluindo sua passagem
pela Argentina, Divaldo
foi aguardado com
ansiedade pelos amigos,
ávidos de conhecimento,
que lotaram as
dependências da
entidade, entusiasmados
num clima de verdadeira
fraternidade que a todos
envolvia.
Divaldo iniciou fazendo
a narrativa da
experiência
autobiográfica de Ruth
Stout (1884-1980),
escritora
norte-americana que aos
4 anos presenciou seus
irmãos chorando pela
morte do cachorrinho
querido. Compadecida,
ela se lhes associou no
pranto, ao que seu avô
atento, levando-a pela
mão, apresentou-lhe uma
janela que permitia
visualizar belíssimo
roseiral florido que a
fez de pronto sorrir,
dizendo-lhe: “Ruth, em
nossas vidas sempre
teremos muitas janelas
abertas, tanto para a
dor e o sofrimento,
quanto para a alegria, o
amor, a amizade”.
Assim, sempre que
estivermos diante de uma
janela da vida,
lembremo-nos de que
atrás de nós existe mais
uma centena de janelas
aguardando serem
contempladas. Por isso a
verdadeira felicidade
consiste em saber se
deslocar de uma para
outra janela, cientes de
que pelo esforço próprio
sempre poderemos
mergulhar em nosso mundo
interior e buscar uma
janela que nos renove
para a beleza da vida.
Divaldo lembrou a todos
que o sentido
existencial da criatura
na Terra é a busca pela
plenitude. Citando o
médico sueco Axel Martin
Fredrik Munthe
(1857-1949), e também
Jean-Martin Charcot
(1825-1893),
fisiologista francês,
destacou os avanços
científicos sobre os
aspectos neurológicos
dos seres humanos e as
experiências com o
inconsciente coletivo e
individual.
Trabalhando os
sentimentos, Divaldo
narrou, como só ele
consegue, com maestria,
a história de Flopete,
um ser que experimentou
inumeráveis insucessos e
sofrimentos,
sensibilizando o
público, criando um
clima de grande emoção.
A plateia parecia estar
hipnotizada pela beleza
do conteúdo habilmente
apresentado.
Encaminhando-se para a
conclusão, Divaldo
narrou de forma alegre e
jovial as suas próprias
experiências com a
mediunidade, desde a sua
infância, de maneira
muito simples, como
simples é a Doutrina
Espírita em sua essência
e os ensinamentos de
Jesus.
Ao final, ele foi
efusivamente aplaudido.
Era visível a alegria e
a gratidão estampadas na
face dos presentes que
pareciam não desejar
dali sair, certamente
envolvidos pelas
dúlcidas vibrações que
pairavam no ambiente.
Foi uma noite de
júbilos.
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