A fogueira das vaidades
O homem vive, na Terra,
uma luta inglória, na
tentativa de quem, entre
eles, é o maior, o
melhor, o mais poderoso.
Como Narciso, ele se
contempla diariamente no
espelho e, no seu
orgulho, surge a
pergunta: "Existe alguém
mais bonito, mais
perfeito, do que eu?"
O amor a nós mesmos é um
tema estudado no
Espiritismo. É este amor
que nos leva a superar
todos os obstáculos,
para atingir os nossos
ideais; é este amor que
nos leva ao trabalho, ao
estudo, ao aprendizado,
enfim, a tudo aquilo que
nos coloque sempre na
melhor posição possível,
com relação aos
semelhantes.
Este é o amor a si mesmo
do Ser consciente, que
exemplifica diariamente
a lição de Jesus na
Parábola dos Talentos;
daquele que procura
administrar da melhor
maneira o aproveitamento
dos talentos, sempre em
benefício dos outros.
Pois a finalidade maior
da nossa encarnação na
Terra é servir.
Já o amor do orgulhoso é
bem diferente. Ele se
acha o máximo, o
insuperável, o que não
divide nada com ninguém,
porque acredita que tudo
no mundo foi feito
somente para ele ou para
a quem a ele se
assemelhe e tenha o
mesmo grau de soberba e
sovinice.
Sócrates disse que "tudo
o que eu sei é que nada
sei". Esta
conscientização só o
humilde possui. Jamais o
orgulhoso admitirá que,
por mais que ele saiba,
saberá pouco; que, em
relação à verdade
universal, nosso
conhecimento é relativo,
diante do conhecimento
absoluto.
Por isso Jesus, diante
do entusiasmo dos
discípulos na divulgação
da Boa Nova, deu graças
a Deus por ter revelado
tanta grandiosidade aos
pequeninos da Terra,
ocultando aos
orgulhosos, sábios e
potentados.
Em Reflexões
Doutrinárias - Lúmen
Editorial -, diz Antônio
Fernandes Rodrigues que
"o homem simples (...),
não estando prisioneiro
das regras ortodoxas da
ciência acadêmica,
acredita naquilo que não
vê, mas aceita porque é
coerente, lógico,
imprescindível. Ele
sente a presença de Deus
nas coisas materiais; no
vegetal que cresce; na
flor que desabrocha; no
fruto que alimenta; na
chuva que proporciona
condições para que o
verde cubra o solo,
dando alimento a toda
criação animal. (...)".
Quando o avanço do
progresso intelectual
não é acompanhado pelo
avanço do progresso
moral, o orgulho passa a
dominar os
sentidos. Contudo, Deus
não tira a liberdade de
ninguém e aguarda que
cada um amadureça,
quando então aceitará as
leis divinas, que
funcionam
harmonicamente, sem
desequilíbrios.