Visualização projetiva
Foi em estado de deleite
espiritual que
participei da utilização
da prática da
visualização projetiva,
meses atrás, por ocasião
da sessão de final de
semana em que se
realizaram as preces, e
a leitura e comentários
das passagens de O
Evangelho segundo o
Espiritismo, em intenção
dos desencarnados do
mês. Isso foi em meados
do ano passado, por
ocasião da desencarnação
de minha última avó
ainda viva, deixando-nos
aos cento e dois anos de
idade.
Isso porque, orientada
por meus mentores
desencarnados, já de há
tempos utilizava o
recurso de forma
particular, combinado à
musicoterapia;
ferramentas estas que, a
partir das dimensões
espirituais, ao que se
percebe, trabalhadores
dedicados operam para a
sua maior disseminação
nos ambientes de serviço
espírita ou
espiritualista na
materialidade, visando à
eficácia particular
observável no socorro e
no amparo aos
desencarnados.
Naquela ocasião, não
sabia que a Casa
atualmente empregava o
recurso. Todavia,
habituada aos seus
efeitos, antecipei as
etapas seguintes quando,
reunidos no grande salão
iluminado por repousante
luz azul ao som dos
clássicos ligeiros,
fomos convidados a
fechar os olhos para o
dito exercício
projetivo.
Foi então que pensei:
vamos visitar minha avó
para entregar-lhe flores!
Na certa, advertida, a
meu turno, por meu
mentor do plano
invisível, presente
conosco naquele instante
para compor e reforçar a
profilática corrente
magnética do
significativo grupo
silencioso, reunido em
atitude de prece.
E, para meu encanto, nos
minutos seguintes,
confirmando a
advertência carinhosa de
meu mentor, as palavras
da médium em ofício
ecoaram, compelindo
todos ao exercício
aparentemente
“imaginativo”: que
visualizássemos um lindo
jardim florido, em local
silencioso e ensolarado,
onde caminhávamos e
recolhíamos algumas
flores de nossa
preferência. Para após,
continuando o passeio em
direção a algum lugar,
cujos contornos
conseguíssemos definir
do melhor modo em nossas
mentes, encontrarmos,
ali, e à nossa espera,
os nossos queridos que
haviam partido.
Devidamente amparados
por seus guias e amigos
das dimensões
invisíveis, nos
receberiam, felizes com
a nossa visita. E então,
entregaríamos nossas
flores, com sentimentos
de amor e de carinho.
Lembro que, na
antecipação de segundos
para cada sugestão, fui
visualizando a cena, com
embevecimento.
Completamente
transportada para um
lugar incógnito onde,
saindo de um caminho
perfumado pela vegetação
de alguns arbustos
floridos, encontrava
minha avó, acomodada num
banquinho convidativo,
sorriso no rosto.
Remoçada, estava
acompanhada por algumas
pessoas desconhecidas
para mim; e eu ia até
ela, e lhe entregava,
emocionada, com um
abraço, as flores!
Que sensação
indescritível foi a de
ter confirmado aquele
transporte, instantes
antes da médium
pronunciar as palavras
que definiriam qual
seria a atividade em
andamento no recinto
acolhedor do Centro!
Depois, fiquei a
imaginar a felicidade de
minha avó, ao ver os
parentes reunidos, todos
os que compareceram
àquela sessão,
visitando-a para
oferecer-lhe carinho,
saudades e flores!
De fato, não há palavras
do vocabulário terrestre
que definam com exatidão
as vivências bem
conduzidas aos planos
espirituais, enquanto
ainda estamos
reencarnados!
Sem dúvidas, essas
experiências recorrentes
nos confirmam a
prioridade para a qual
elas são empregadas
pelos trabalhadores das
esferas invisíveis. E a
frequência dos
exercícios bem
realizados nos
demonstram que, em
variadas situações, nos
é dado colaborar no
esclarecimento de
pessoas num sem-número
de contextos, onde
muitos se acham perdidos
no entendimento das Leis
maiores da vida, e
necessitados de lenitivo
para as suas perdas e
sofrimentos.
Recordo-me de duas
outras ocasiões.
Numa, fui levada a
auxiliar no processo de
desprendimento do corpo
de um conhecido próximo,
desencarnado ainda na
fase jovem, debaixo do
desespero de familiares
que longe se achavam da
compreensão mais
adequada do que concerne
à continuidade da vida
além do túmulo. Estando
nos primeiros tempos das
minhas atividades
mediúnicas, lembro-me
ainda, com clareza e
satisfação íntima, do
agradecimento que me
endereçara o rapaz, cujo
tratamento e
esclarecimentos
oferecidos no seu maior
estado de perturbação o
auxiliaram no
desprendimento completo
da aparelhagem física,
de que houve que se
desfazer precocemente,
na sua curta permanência
na materialidade.
E, em ocasião diversa,
no ambiente de um
hospital extrafísico de
intensa atividade de
desencarnados, médicos,
pacientes recém-chegados
da crosta, parentes em
visitação aos acolhidos
naquele lugar amplo das
dimensões astrais mais
próximas da Terra.
Lá, junto a alguns
trabalhadores e
mentores, conversei com
um pai de aparência
jovem, de que me lembro
até hoje: ruivo, de
compleição mediana,
perdera o filhinho ainda
na fase da infância. E
ali, recebia o
reconforto de saber que
o menino fora acolhido
pela assistência médica
e espiritual daquela
vasta estância de
repouso e tratamento.
Lembro-me de lhe dizer:
– Vê, então, como ele
apenas continua? Você
não o perdeu para
sempre! – Diante da
expressão fisionômica
consolada e da
confirmação silenciosa
do rapaz em expectativa
no lugar de grande
movimentação!
Gradativamente, essas
práticas são
introduzidas na esfera
material do orbe, onde
instituições
espiritualistas, e mesmo
hospitais de ponta nas
várias nações do mundo,
incorporam a seus
tratamentos os recursos
alternativos de
incontestável eficácia,
das experiências
projetivas e
musicoterápicas.
São, elas, o alvorecer
definitivo do entrelace
entre dimensões para o
salto a um patamar mais
eficiente de auxílio ao
sofrimento humano, nas
áreas que mais nos
afligem, sejam as das
perdas dos entes
queridos, entendidas no
sentido mais exato de
despedida temporária,
sejam no tratamento dos
desajustes emocionais e
psicológicos de várias
ordens, originados na
carência ainda
significativa da
compreensão do que sejam
as Leis Universais que
fazem da vida na matéria
não mais que mera página
no livro dos nossos
caminhos rumo à evolução
infinita.