CLÁUDIO BUENO DA SILVA
Klardec1857@yahoo.com.br
Osasco, SP
(Brasil)
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Princípio de justiça
A vida em sociedade
confere direitos aos
cidadãos, mas lhes impõe
deveres recíprocos.
O primeiro desses
deveres é exatamente
respeitar os direitos
individuais. Essa
obrigação moral deve ser
cumprida também junto à
família, à sociedade, à
autoridade. Quando não a
cumprimos burlamos a
lei, tanto a civil
quanto a divina, em
prejuízo do indivíduo ou
da coletividade.
Nem sempre as injustiças
que cometemos na Terra
são consideradas
infrações pelas leis
humanas, pois as
convenções e os
interesses as encobrem.
Muitos equívocos humanos
são tolerados, outros
tantos fogem
integralmente a qualquer
tipo de coibição. Mas,
se muita coisa foge à
justiça dos homens,
muitas vezes coniventes,
nada escapa à de Deus.
Quando Jesus, em
determinado momento,
afirmou que se desse a
César o que era de César
(Mateus, XXII: 15-22),
enunciou um princípio de
justiça que não só
garante o direito
individual e coletivo
como também condena a
violação de quaisquer
direitos, a usurpação, a
posse indevida, a
conquista pela força,
todo o dano moral ou
material causado aos
outros. Um princípio de
justiça que condena
tanto aquele que
interrompe o sagrado
direito de viver do
semelhante, quanto
aquele que comete os
pequenos delitos que
aprendeu a considerar
como “inocentes”. Nesse
sentido, quantas coisas
chegam até nós sem que
nos sejam devidas?
Quantos deslizes são
cometidos usurpando
direitos?
Quem respeita, de fato,
não julga, porque lhe
faltam elementos
completos para isso; é
indulgente, porque
também precisa da
indulgência para seus
próprios erros;
compreende, porque já
conhece Deus; ama com o
amor que já aprendeu.
Portanto, aquele que
respeita o direito de
cada um é justo porque
exerce a caridade e o
amor ao próximo. Não
quer para os outros o
que não deseja para si.
(O Livro dos
Espíritos, “As leis
morais”, capítulo XI.)
Então, o justo é um ser
passivo, que não se
indigna com as
injustiças?
Não é bem assim. Ele
sofre com as injustiças,
bem mais que o néscio,
mas não se revolta, não
se inconforma. Trabalha
com amor para
minimizá-las, usando a
caridade como
instrumento de
transformação sua e da
sociedade.