Sexo e Obsessão
Manoel Philomeno
de Miranda
(Parte 18)
Damos sequência
ao estudo metódico
e sequencial do
livro Sexo e Obsessão,
obra de
autoria de
Manoel Philomeno
de Miranda,
psicografada por
Divaldo P.
Franco
e publicada originalmente em 2002.
Questões
preliminares
A. Pode a
morte de uma
pessoa dar-se
por merecimento?
Sim. Foi o que,
segundo o médium
Ricardo, ocorreu
com o jovem
Marcos. Morto em
um acidente, ele
ali se
encontrava muito
bem, já
recuperado do
transe
experimentado
após os fatos
que lhe causaram
o óbito. O que
parecia um
grande mal fora,
em realidade,
uma bênção. Eis
o que, falando
aos pais do
jovem, disse o
médium: “Desejo
informá-los que
a sua foi uma
desencarnação ou
morte por
merecimento...
Ele partiu,
porque não
mereciam, nem
ele, nem os
senhores,
sofrer, caso
permanecesse no
corpo. O
traumatismo
craniano de que
foi objeto, se
ele permanecesse
no corpo, faria
que ficasse como
um morto, apenas
em vida
vegetativa, e
como o Pai é
todo amor,
amenizou a dor
de todos,
reconduzindo-o
ao lar, onde os
aguarda em
festa, porém
após os senhores
concluírem os
seus deveres que
os manterão no
mundo, já que
ainda não é
chegado o
momento do seu
retorno”. E
acrescentou:
“Ele agradece
todo o carinho
que sempre
recebeu dos pais
queridos, a
felicidade que
desfrutou
durante toda a
existência, que
não foi larga,
porém o
suficiente, nos
seus vinte e
seis anos, para
realizar as
metas que havia
traçado”.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 9:
Lutas e
provações
acerbas.)
B. Diante da dor
e do sofrimento
alheio, qual é o
papel da casa
espírita?
A dor – que
despedaça as
multidões –
aguarda fatos e
não discussões
infrutíferas,
socorro imediato
e consolação
antes da
alucinação, ao
invés de
aguerridos
combates
silogísticos
críticos,
enquanto se
cruzam os braços
distantes da
ação recomendada
pelo Codificador
e pelos
Espíritos nobres
para a caridade
nas suas
múltiplas
expressões, sem
a qual de nada
adiantam os
debates
intelectuais
presunçosos e
vazios de
conteúdos moral
e espiritual.
Por mais se
deseje
encarcerar o
Espiritismo nas
facetas
científica e
filosófica,
dissociando-o
dos seus
conteúdos
ético-morais-religiosos,
ele sobreviverá
como O
Consolador
que Jesus nos
prometeu,
conforme bem o
definiu Allan
Kardec sob a
segura
orientação dos
Guias da
Humanidade.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 9:
Lutas e
provações
acerbas.)
C. Diante do
padre Mauro, na
iminência de
suicidar-se, que
fizeram os
benfeitores
espirituais?
Percebendo a
gravidade da
situação e vendo
a aflição da
genitora de
Mauro, em pranto
e em prece, o
Mentor
acercou-se-lhe e
disse: “Nesta
emergência,
vemos apenas uma
solução de
imediato, que é
a querida amiga
acercar-se do
filho,
apresentar-se-lhe,
e despertá-lo
para a
realidade”. De
imediato, ele
concitou o grupo
e dona Martina a
que se
concentrassem
firmemente,
oferecendo-lhe
energias
próprias para o
cometimento,
enquanto lhe
sugeria que
focasse o campo
mental do filho
e o chamasse
nominalmente,
várias vezes,
com o que ela
anuiu,
confiante.
“Mauro, meu
filho – chamou
com energia a
mãezinha
desencarnada –,
desperte! Mauro,
ninguém morre.
Recorde-se,
neste momento,
de Jesus.”
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 10:
Recomeço difícil
e purificador.)
Texto para
leitura
85. Uma
morte por
merecimento
– Ante a alegria
dos pais, o
médium
esclareceu que
seu filho se
encontrava muito
bem e já se
havia recuperado
do transe
experimentado
após o acidente.
O que parecia um
grande mal fora,
em realidade,
uma bênção. O
médium
acrescentou:
“Desejo
informá-los que
a sua foi uma
desencarnação ou
morte por
merecimento...
Ele partiu,
porque não
mereciam, nem
ele, nem os
senhores,
sofrer, caso
permanecesse no
corpo. O
traumatismo
craniano de que
foi objeto, se
ele permanecesse
no corpo, faria
que ficasse como
um morto, apenas
em vida
vegetativa, e
como o Pai é
todo amor,
amenizou a dor
de todos,
reconduzindo-o
ao lar, onde os
aguarda em
festa, porém
após os senhores
concluírem os
seus deveres que
os manterão no
mundo, já que
ainda não é
chegado o
momento do seu
retorno. Ele
agradece todo o
carinho que
sempre recebeu
dos pais
queridos, a
felicidade que
desfrutou
durante toda a
existência, que
não foi larga,
porém o
suficiente, nos
seus vinte e
seis anos, para
realizar as
metas que havia
traçado”. O
casal saía de
uma para outra
emoção-surpresa
ante as naturais
informações
recebidas, que
os convidavam a
reflexões dantes
jamais pensadas,
agradecendo a
Deus a
oportunidade
especial, que
nunca mais
esqueceriam, e
que iria mudar
completamente o
rumo das suas
existências.
Ricardo
referiu-se
também ao
auxílio que o
jovem recebera
ao desencarnar,
quando a
avozinha materna
o recebera,
amparando-o
naqueles
momentos
iniciais mais
difíceis. Ela
também ali se
encontrava,
envolvendo a
filha e o genro
em dúlcidas
vibrações de
carinho e de
paz. (Sexo e
Obsessão,
capítulo 9:
Lutas e
provações
acerbas.)
86. A dor
aguarda socorro,
não debates
infrutíferos
– Por mais
alguns minutos o
médium manteve
cordial
conversação,
rica de
esperança e de
esclarecimentos,
oferecendo
páginas
mediúnicas de
conforto moral e
sugerindo ao
casal que
tomasse
conhecimento dos
postulados
espíritas nas
suas Obras
básicas, que lhe
fariam um
infinito bem.
Aqueles
corações, antes
despedaçados,
experimentavam
agora um pulsar
diferente,
renovador, e,
vitalizados, com
palavras de
profunda
gratidão,
saíram, sorrindo
de felicidade,
em retorno ao
lar. Diante dos
fatos, o mentor
Anacleto, sempre
generoso, teceu
os seguintes
comentários: “A
mediunidade com
Jesus é uma
ponte de duas
mãos que faculta
a viagem de ida
na direção do
Senhor e traz a
mensagem de
volta em Seu
nome. Por mais
se deseje
encarcerar o
Espiritismo nas
facetas
científica e
filosófica,
dissociando-o
dos seus
conteúdos
ético-morais-religiosos,
ele sobreviverá
como O
Consolador
que Jesus nos
prometeu,
conforme bem o
definiu Allan
Kardec sob a
segura
orientação dos
Guias da
Humanidade. Como
vemos, aqui não
há qualquer
culto ou
cerimonial,
intrujice ou
igrejismo,
superstição ou
sacerdócio que
caracterizam
outras
religiões.
Verificamos
nesta e em
milhares de
Instituições
iluminadas pela
Doutrina
Espírita a
ausência de
qualquer símbolo
ou motivo de
sugestão, que
induzam o
interessado em
crer sem
compreender e
aceitar sem
raciocinar nos
seus conteúdos.
A dor, que
despedaça as
multidões,
aguarda fatos e
não discussões
infrutíferas,
socorro imediato
e consolação
antes da
alucinação, ao
invés de
aguerridos
combates
silogísticos
críticos,
enquanto se
cruzam os braços
distantes da
ação recomendada
pelo Codificador
e os Espíritos
nobres para a
caridade nas
suas múltiplas
expressões, sem
a qual de nada
adiantam os
debates
intelectuais
presunçosos e
vazios de
conteúdos moral
e
espiritual...”.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 9:
Lutas e
provações
acerbas.)
87. Mauro
encontrava-se
alquebrado
– A noite
avançava com o
seu crepe escuro
bordado de
estrelas
lucilantes muito
ao longe. A Casa
Paroquial estava
mergulhada em
sombras,
quebradas apenas
por algumas
velas acesas
diante de ídolos
impassíveis em
relação aos
sofrimentos
humanos. Como
podiam,
realmente,
aquelas estátuas
trabalhadas com
beleza e quase
perfeição
entender o drama
e a agitação dos
homens inquietos
e aturdidos no
báratro
existencial?
Fossem
representações
legítimas
daqueles que se
houveram
dedicado ao Bem
e ao culto do
dever, quando na
Terra, com o
único objetivo
de estimularem a
mente a
direcionar-se-lhes,
tornava-se
exequível. No
entanto, o culto
àquelas imagens
sobrepunha-se à
vinculação com
as pessoas
desencarnadas
que pareciam
representar,
permanecendo
inútil. Mauro
encontrava-se
alquebrado.
Parecia haver
envelhecido em
poucas horas,
após a confissão
e o sincero
arrependimento
que o dominava.
Embora estivesse
em atitude de
angústia,
buscando Deus
com o
pensamento,
sentia-se
confrangido e
envergonhado sob
o trucidar da
culpa. Repassava
pela memória os
acontecimentos
da infância e a
figura do
genitor se
destacava no
caleidoscópio
das recordações.
Apresentava-se
hediondo e
infernal,
debochado e
insensível ante
a aflição do
filho, que
submetia à
selvageria sem
qualquer
respeito pelo
ser humano ou
compaixão pelo
rebento da
própria carne. À
medida que
aprofundava a
mente nas
evocações
perturbadoras
mais se afligia,
não podendo
dominar o caudal
de lágrimas que
lhe escorriam
pelas faces
ardentes, quase
em febre de
horror por si
mesmo. (Sexo
e Obsessão,
capítulo 10:
Recomeço difícil
e purificador.)
88. Ideias
suicidas...
– Em dado
momento, o grupo
socorrista viu
acercar-se do
padre Mauro um
de seus
perseguidores
desencarnados
que,
utilizando-se da
angústia que
dominava o
sacerdote,
começou a
transmitir-lhe
telepaticamente
ideias de fuga
do corpo físico.
O irmão
Anacleto, sempre
vigilante,
solicitou a
Miranda que se
concentrasse no
chacra cerebral
do paciente e,
ao fazê-lo, pôde
captar a indução
pertinaz e
contínua: “A
solução para tal
crime é o
suicídio, porta
aberta para a
liberdade” –
pensava o
sofredor
telementalizado
pelo ignorado
inimigo oculto.
“Como enfrentar
a vergonha, a
humilhação, o
opróbrio geral?
E se a massa
humana, sempre
sedenta de
sangue, em
tomando
conhecimento da
hediondez
resolvesse fazer
justiça com as
próprias mãos?
Nunca faltaria
quem desse o
primeiro grito
em favor do
linchamento, e
logo as feras se
atirariam
furiosas contra
a vítima que
seria destroçada
sem qualquer
piedade. Só o
suicídio poderia
resolver-lhe o
drama perverso.”
Era espantosa a
habilidade do
obsessor. Ele
não se permitia
trair, parecendo
ser alguém que
estivesse
interessado na
destruição do
adversário,
inspirando-lhe
de tal forma a
ideia da morte
como se lhe
nascesse no
íntimo
atribulado.
Fixando-o,
transmitia-lhe a
ideia da fuga
como solução,
fazendo crer
tratar-se de uma
autorreflexão e
nunca de uma
autossugestão.
Mediante esse
comportamento,
fazia o enfermo
supor que a
atitude desejada
era lógica e,
portanto,
perfeitamente
aceitável. Mauro
recordou-se de
uma jovem que
lhe trouxera,
através da
confissão, a
narrativa do
desespero em que
se asfixiava
ante a gravidez
inesperada de
que se
encontrava
objeto.
Repudiada pelo
amante que lhe
abusara da
confiança, e
sabendo que a
família jamais
lhe entenderia a
situação, tanto
quanto receando
os preconceitos
sociais então
vigentes,
recorrera-lhe ao
auxílio, por não
encontrar outro
caminho exceto o
do autocídio.
Ante o próprio
conflito, que já
o atormentava na
ocasião, tentou
dissuadi-la do
gesto
tresloucado sem
muita convicção,
sentindo-se
fracassado,
porque, logo
depois, na noite
imediata, a
infeliz
recorrera à
morte mediante o
gás que abrira e
deixara-se
anestesiar no
quarto de banho,
onde antes
tivera o cuidado
de vedar todas
as saídas e
entradas de
oxigênio.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 10:
Recomeço difícil
e purificador.)
89. Como
agem os
benfeitores
espirituais
– Reflexionando
e, ao mesmo
tempo, com a
mente invadida
pelo algoz, ele
concluía, sem
poder perceber
que estava sendo
vítima de uma
consciência
entenebrecida:
“O suicídio
através do gás é
repousante, sem
dor e sem
tormento,
facultando ao
desditoso
adormecer para
adentrar-se no
país do nada ou
no inferno sem
retorno”. Mas
essa reflexão
sacudiu-o, e ele
recordou-se da
fé religiosa que
abraçava,
dando-se conta
de que não a
tinha em alta
consideração,
como o
demonstravam sua
conduta e seu
pensamento
inseguro.
Estimulando-o à
ação
devastadora, o
inimigo
procurava
assenhorear-se
do seu
pensamento, com
o propósito de
tomar-lhe o
centro dos
movimentos e
acioná-lo para
que executasse o
plano covarde de
fuga, quando o
Mentor,
percebendo a
aflição da
genitora de
Mauro, em pranto
e em prece,
acercou-se-lhe e
esclareceu:
“Nesta
emergência,
vemos apenas uma
solução de
imediato, que é
a querida amiga
acercar-se do
filho,
apresentar-se-lhe,
e despertá-lo
para a
realidade”. De
imediato, ele
concitou o grupo
e dona Martina a
que se
concentrassem
firmemente,
oferecendo-lhe
energias
próprias para o
cometimento,
enquanto lhe
sugeria que
focasse o campo
mental do filho
e o chamasse
nominalmente,
várias vezes,
com o que ela
anuiu,
confiante.
“Mauro, meu
filho – chamou
com energia a
mãezinha
desencarnada –,
desperte! Mauro,
ninguém morre.
Recorde-se,
neste momento,
de Jesus.”
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 10:
Recomeço difícil
e purificador.)
(Continua no
próximo número.)