O leitor Afonso Marinho de
Araújo, em mensagem
publicada na seção de Cartas
desta mesma edição,
pergunta-nos, baseado na
questão 553 d´O Livro dos
Espíritos, que
importância tem a água
fluidificada distribuída nas
Casas Espíritas.
Compreendemos perfeitamente
a pergunta, mas não atinamos
com a correlação entre o
tema questionado e o
embasamento – questão 553 d´O
Livro dos Espíritos –
alegado pelo leitor, a não
ser que ele se haja
equivocado quanto ao número
da questão mencionada em sua
mensagem.
Vejamos:
553. Que efeito podem
produzir as fórmulas e
práticas mediante as quais
pessoas há que pretendem
dispor do concurso dos
Espíritos?
“O efeito de torná-las
ridículas, se procedem de
boa-fé. No caso contrário,
são tratantes que merecem
castigo. Todas as fórmulas
são mera charlatanaria. Não
há palavra sacramental
nenhuma, nenhum sinal
cabalístico, nem talismã,
que tenha qualquer ação
sobre os Espíritos,
porquanto estes só são
atraídos pelo pensamento e
não pelas coisas materiais.”
a) — Mas, não é exato que
alguns Espíritos têm ditado,
eles próprios, fórmulas
cabalísticas?
“Efetivamente, Espíritos há
que indicam sinais, palavras
estranhas, ou prescrevem a
prática de atos, por meio
dos quais se fazem os
chamados conjuros. Mas,
ficai certos de que são
Espíritos que de vós outros
escarnecem e zombam da vossa
credulidade.” (L.E, questões
553 e 553 “a”.)
As respostas dadas pelos
instrutores espirituais
dizem respeito à atração ou
ao chamamento dos Espíritos,
que, como regra geral, são
atraídos pelo pensamento e
não por coisas materiais.
O tema água fluidificada
nenhuma relação tem com as
questões transcritas. Allan
Kardec tratou do assunto no
cap. VIII d´O Livro dos
Médiuns, no qual é
explicado como é possível a
um Espírito exercer ação
sobre a matéria elementar e
sobre determinadas
substâncias, como a água,
modificando suas
propriedades por meio da
vontade, que exerce nessa
ação o efeito de um reativo.
Eis como, na sequência,
Kardec alude à fluidificação
ou magnetização da água:
“Esta teoria nos fornece a
solução de um fato bem
conhecido em magnetismo, mas
inexplicado até hoje: o da
mudança das propriedades da
água, por obra da vontade. O
Espírito atuante é o do
magnetizador, quase sempre
assistido por outro
Espírito. Ele opera uma
transmutação por meio do
fluido magnético que, como
atrás dissemos, é a
substância que mais se
aproxima da matéria cósmica,
ou elemento universal. Ora,
desde que ele pode operar
uma modificação nas
propriedades da água, pode
também produzir um fenômeno
análogo com os fluidos do
organismo, donde o efeito
curativo da ação magnética,
convenientemente dirigida.
Sabe-se que papel capital
desempenha a vontade em
todos os fenômenos do
magnetismo. Porém, como se
há de explicar a ação
material de tão sutil
agente? A vontade não é um
ser, uma substância
qualquer; não é, sequer, uma
propriedade da matéria mais
etérea que exista. A vontade
é atributo essencial do
Espírito, isto é, do ser
pensante. Com o auxílio
dessa alavanca, ele atua
sobre a matéria elementar e,
por uma ação consecutiva,
reage sobre seus compostos,
cujas propriedades íntimas
vêm assim a ficar
transformadas.
Tanto quanto do Espírito
errante, a vontade é
igualmente atributo do
Espírito encarnado; daí o
poder do magnetizador, poder
que se sabe estar na razão
direta da força de vontade.
Podendo o Espírito encarnado
atuar sobre a matéria
elementar, pode do mesmo
modo mudar-lhe as
propriedades, dentro de
certos limites. Assim se
explica a faculdade de cura
pelo contato e pela
imposição das mãos,
faculdade que algumas
pessoas possuem em grau mais
ou menos elevado.” (O
Livro dos Médiuns, cap.
VIII, item 131.)
Muitos anos depois, Emmanuel
consignou em seu livro O
Consolador, obra
mediúnica psicografada por
Francisco Cândido Xavier,
duas importantes informações
a respeito da água
fluidificada e da ação dos
Espíritos sobre a dor
proveniente das doenças
incuráveis:
102 –
Podem os Espíritos amigos
atuar sobre a flora
microbiana, nas moléstias
incuráveis, atenuando os
sofrimentos da criatura?
As entidades amigas podem
diminuir a intensidade da
dor nas doenças incuráveis,
bem como afastá-la
completamente, se esse
benefício puder ser levado a
efeito no quadro das provas
individuais, sob os
desígnios sábios e
misericordiosos do plano
superior.
103 –
No tratamento ministrado
pelos Espíritos amigos, a
água fluidificada, para um
doente, terá o mesmo efeito
em outro enfermo?
A água pode ser
fluidificada, de modo geral,
em benefício de todos;
todavia, pode sê-lo em
caráter particular para
determinado enfermo, e,
neste caso, é conveniente
que o uso seja pessoal e
exclusivo.
104 –
Existem condições especiais
para que os Espíritos amigos
possam fluidificar a água
pura, como sejam as
presenças de médiuns
curadores, reuniões de
vários elementos etc., etc.?
A caridade não pode atender
a situações especializadas.
A presença de médiuns
curadores, bem como as
reuniões especiais, de modo
algum podem constituir o
preço do benefício aos
doentes, porquanto os
recursos dos guias
espirituais, nessa esfera de
ação, podem independer do
concurso medianímico,
considerando o problema dos
méritos individuais. (O
Consolador, perguntas
102, 103 e 104.)
Existem, como se vê, razões
fundamentadas para que a
água fluidificada seja
utilizada e recomendada
pelas Casas Espíritas, como
o leitor pode aferir
assistindo ao seguinte vídeo
a respeito do tema, trabalho
esse que devemos ao Projeto
Espiritizar, desenvolvido
pela Federação Espírita do
Estado de Mato Grosso:
https://www.youtube.com/watch?v=nUPc3MsUFzw
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