Chico Xavier, em passagem
por Goiânia, compareceu à
reunião da Assembleia
Legislativa daquele Estado
na noite de 7 de maio de
1974, para um diálogo sobre
assuntos diversos,
centralizados no tema
“Cristo e a Atualidade”.
Destacamos do encontro mais
três questões a ele
apresentadas, as quais
permanecem atuais:
1) A que se atribui na
atualidade o evidente
acréscimo das doenças
mentais?
Segundo os Benfeitores
Espirituais que se
manifestam habitualmente por
nosso intermédio, estamos
sofrendo na Terra grande
conflito, em virtude de
nossa própria inadaptação à
era tecnológica que nós
mesmos, os habitantes do
planeta, criamos, sob a
inspiração da Vida Mais
Alta.
Avançando a Ciência, a
passos largos, e
identificando-nos de
sentimento na retaguarda do
progresso intelectual, somos
hoje intimados a trabalho
mais amplo no aprimoramento
íntimo para cogitarmos de o
progresso tecnológico com
amor e compreensão, no
exercício da
responsabilidade que nos
cabe no respeito uns aos
outros.
2) Qual seria o melhor
comportamento da família
para com um de seus
integrantes que surja com
desequilíbrio mental?
Naturalmente que, quando
temos conosco no recinto
doméstico alguém portando
desequilíbrio mental,
devemos a esse alguém o
máximo de carinho na obra da
assistência mais íntima.
Tanto quanto possível, é
importante conservar os
companheiros portadores de
doença mental, no clima da
família, evitando a
ausência deles, de vez que
na base do tratamento das
doenças mentais prevalece o
amor – o amor que sempre
estabelece prodígios na vida
de cada um de nós.
3) Os Benfeitores
Espirituais consideram
plenamente aceitável o
tratamento dispensado pela
psiquiatria aos doentes
mentais que a ela recorrem?
Amigos nossos da vida maior,
exprimindo-se comumente
sobre o assunto, asseveram
que a psiquiatria, tanto
quanto a psicologia e a
análise, são caminhos da
ciência proporcionados a nós
outros na Humanidade para a
libertação dos
desequilíbrios mentais que
se nos apresentem.
Afirmam que o progresso na
psiquiatria, seja na criação
de ansiolíticos ou
neurolépticos para o alívio
ou cura das enfermidades da
mente, é muito grande e
compete-nos prestigiar, no
máximo, os domínios da
psiquiatria nesse sentido,
embora reconheçam amigos
nossos da espiritualidade,
dentre os quais destacamos o
nosso benfeitor Dr. Adolfo
Bezerra de Menezes, que a
rotulagem da doenças mentais
deveria sofrer uma revisão
da parte dos senhores
médicos e cientistas, neste
capítulo da patologia,
porque quase todos os
doentes da alma estão
lúcidos.
Os irmãos em desequilíbrio
mental comprovado demonstram
por vezes um teor muito
grande de sensibilidade, e o
tácito conhecimento do
diagnóstico, relativamente à
moléstia de que são vítimas,
pode suscitar fixações no
próprio enfermo, inibindo o
êxito do processo
terapêutico.
Nesse sentido, e
considerando a importância
do tratamento psiquiátrico,
o Dr. Bezerra de Menezes
acredita que a Ciência no
futuro, com amparo da
Administração Pública,
dispensará aos nossos
irmãos, que se encontram em
segregação carcerária,
determinados medicamentos
que possam frenar neles os
impulsos de agressividade
exagerada, amenizando os
problemas de contenção e
condução dos reeducandos,
porventura detidos em nossas
penitenciárias, que se
expressam por beneméritos
hospitais do espírito.
No assunto, não será justo
esquecer, no Estado de
Goiás, o notável Governador
Dom João Manoel de Menezes
que estabeleceu a construção
de presídios, nas margens do
Araguaia – na confluência do
Rio Araguaia com o Rio
Vermelho e com o Tocantins –
transferindo para esta
regiões centenas de irmãos
delinquentes prisioneiros,
compreendendo que o trabalho
e a socialização evidenciam
profundo coeficiente de
poder renovador para os
companheiros em humanidade,
que ainda caminham entre as
sombras da mente, porque a
criminalidade não passa de
amarga resultante de trevas
no espírito.
Do livro Chico Xavier em
Goiânia, de Chico Xavier
e Emmanuel.
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