O
Evangelho e o “novo”
Constantemente escuto
alguns companheiros ou
companheiras de jornada
espírita, após um
seminário ou uma
palestra pública, ou
outro determinado
evento, fazerem o
seguinte questionamento:
- O que o facilitador,
orador, expositor ou
palestrante trouxe “de
novo” do Evangelho?
Essa interrogação soa,
aos meus abençoados
ouvidos, em forma de
eco, e me leva a trocar
miúdos com os meus
botões:
- O que o Evangelho tem
“de novo”? Será que foi
aumentado ou retirado um
til ou um jota da tão
devassada fonte de
conhecimentos sublimes
para a vida eterna?
E, logo após, volto os
meus ditos sentidos
normais ao
chão da fábrica
do nosso movimento
espírita e percebo que
há uma preocupação, até
alarmante, de muitos
confrades e confreiras,
na busca de
facilitadores,
expositores ou
palestrantes ilustres,
de oratória cuja
eloquência acima do
normal, proferindo
seminários, exposições
ou palestras
espetaculosos, e que
tragam o
“novo” do
Evangelho de Jesus.
Por que trazer o “novo”
do Evangelho, se o
Evangelho é sempre
“novo”?
Por que não trazer
apenas o Evangelho na
sua pura simplicidade?
*
Se observarmos que o
Evangelho é a
boa nova, ou
se preferir, a
boa notícia
do reino de Deus, e que
é o nosso principal
manual de trabalho de
aperfeiçoamento moral e
espiritual, concluiremos
que Ele é sempre
“novo”,
sempre atual.
Então, caro leitor, com
base na lógica, a
pergunta que sugiro seja
elaborada é o inverso,
assim vejamos:
- O que “de novo de mim
mesmo” estou extraindo
do Evangelho a cada dia,
numa perspectiva de
evolução de minha visão
em relação ao seu
conteúdo?
- Em cada contato com o
estudo do Evangelho, eu
estou me tornando uma
pessoa renovada, estou
me tornando um “homem
novo”?
Logo, a questão é que,
se diante dos desafios
das sendas evolutivas da
vida, estou deixando
emergir
“o novo de mim mesmo”
com base nos
ensinamentos
evangélicos.
Se eu estou me tornando
“novo” a
cada instante; se eu
estou me tornando
“novo” no
pensar e no agir, bem
como na visão da verdade
da vida e de mim mesmo;
se eu estou me tornando
“novo para mim mesmo”,
domando as minhas más
inclinações ou más
tendências,
transformando-as em atos
de bondade, de
misericórdia; então,
nessa perspectiva, o
“novo” deve
partir de cada um de
nós, da maneira como
estamos vivenciando o
Evangelho nas tarefas do
cotidiano, ou seja, na
administração do lar, da
empresa, da conduta no
trabalho profissional,
no trânsito, na forma de
se expressar e de
posicionar-se diante de
tal assunto, situação ou
acontecimento, dentre
outros exemplos...
E assim, não mais
preocuparemos com o que
“de novo” os
oradores, expositores,
facilitadores e
palestrantes trarão do
Evangelho; mas, acima de
tudo, o que cada um de
nós estará levando
“de novo”
para uma melhor
compreensão do
Evangelho, e dessa forma
colaborando
positivamente, em
vibrações fraternais,
com os trabalhos dos
oradores, facilitadores,
expositores e
palestrantes em trazer
“o novo de si mesmo”,
a fim de despertar
“o novo” de
cada espectador ou
telespectador, acerca do
Evangelho que é sempre
“novo” e
sempre a fonte de
renovação e de redenção
de nós outros, Espíritos
imortais, na eternidade
do aprendizado constante
da vida.