Sexo e Obsessão
Manoel Philomeno
de Miranda
(Parte 20)
Damos sequência
ao estudo metódico
e sequencial do
livro Sexo e Obsessão,
obra de
autoria de
Manoel Philomeno
de Miranda,
psicografada por
Divaldo P.
Franco
e publicada originalmente em 2002.
Questões
preliminares
A. Quem foi e
quando viveu o
marquês de Sade?
Considerado por
uns como sendo
grande
novelista, por
outros como um
atormentado
portador de
distúrbios
mentais e
emocionais,
especialmente no
que diz respeito
à conduta
sexual, Donato
Afonso
Francisco, mais
conhecido como
marquês de Sade,
nasceu em Paris,
descendente de
uma família das
mais nobres e
distintas da
Provença.
Havendo
ingressado na
cavalaria aos
catorze anos,
dali saiu na
condição de
segundo tenente
e membro do
regimento do
rei. Logo após,
durante a guerra
dos Sete Anos,
na Alemanha,
alcançou o posto
de capitão. Em
1763, havendo
regressado à
França, seu país
natal, casou-se
com uma das
filhas do
presidente
Montreuil,
havendo sido, de
alguma forma,
enganado, porque
amava a outra
filha, a mais
jovem, que a
família
encaminhara ao
convento, fato
que causou um
grande desgosto
ao capitão e
arruinou-lhe a
vida interior.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 10:
Recomeço difícil
e purificador.)
B. Que tipo de
obras literárias
o marquês de
Sade legou à
posteridade?
Ele deixou um
imenso legado de
obras,
principalmente
comédias que
foram
representadas em
Paris e em
Versalhes,
licenciosas e
autobiográficas
das práticas que
realizara.
Embora
expressiva e
volumosa, sua
literatura não
se destaca pela
qualidade, mas
certamente pela
vulgaridade. Os
seus
desregramentos
na área da
sexualidade
deram lugar a
uma designação
derivada do seu
nome para um
tipo de
perversão
sexual, que
passou a ser
conhecida como
sadismo.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 10:
Recomeço difícil
e purificador.)
C. Os
Benfeitores
valem-se do
auxílio de
animais
desencarnados,
adestrados para
a tarefa, em
suas excursões
socorristas?
Sim. E era
exatamente isso
que ocorreria na
excursão
liderada pelo
Mentor Anacleto.
Na equipe
socorrista dois
jovens Espíritos
estavam
escalados para
atuar, cada um
dos quais
conduzindo um
mastim de
expressivo
porte, ambos bem
amestrados e
mansos. Os
jovens, que os
conduziam,
pareciam
excelentes
amestradores que
os iniciaram na
identificação
dos fluidos
perniciosos e
das vibrações
deletérias das
regiões
espirituais
inferiores, e se
apresentavam
exultantes com a
possibilidade de
contribuir em
favor do êxito
do
empreendimento
em pauta.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 11:
Retorno à cidade
pervertida.)
Texto para
leitura
96. Breve
relato sobre o
marquês de Sade
– Fazendo uma
pausa oportuna,
a fim de ampliar
o campo das
explicações, o
Mentor
prosseguiu: “A
História
conta-nos
complexos e
variados
comportamentos
atribuídos ao
marquês de Sade,
de dolorosa e
perturbadora
memória.
Considerado por
uns como sendo
grande
novelista, por
outros é tido
como um
atormentado
portador de
distúrbios
mentais e
emocionais,
especialmente no
que diz respeito
à conduta
sexual, que
passou à
posteridade como
sendo praticante
de tormentosas
aberrações no
campo da sodomia
e de outras
criadas pelo seu
desvario. A
grande verdade é
que descendia de
uma família das
mais nobres e
distintas da
Provença,
nascido em
Paris, havendo,
na juventude,
ingressado na
cavalaria aos
catorze anos, de
onde saiu na
condição de
segundo tenente,
fazendo parte do
regimento do
rei. Logo após,
durante a guerra
dos Sete Anos,
na Alemanha,
alcançou o posto
de capitão. Em
1763, havendo
regressado à
França, seu país
natal, casou-se
com uma das
filhas do
presidente
Montreuil,
havendo sido, de
alguma forma,
enganado, porque
amava a outra
filha, a mais
jovem, que a
família
encaminhara ao
convento,
causando ao
capitão um
grande desgosto
e arruinando-lhe
a vida interior.
Posteriormente,
ele deu início
aos tremendos
atos de
desregramento
moral, através
de um escândalo
inicial que o
envolveu com uma
jovem, que fora
barbaramente
maltratada, o
que impôs ao
marquês o seu
encarceramento
no castelo de
Saumur”.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 10:
Recomeço difícil
e purificador.)
97. A
tumultuada vida
do marquês de
Sade – O
bondoso e sábio
amigo silenciou
por um pouco,
como se
desejasse
sintetizar a
história
tormentosa do
infelizmente
célebre marquês,
logo dando
prosseguimento:
"Nasceu como
Donato Afonso
Francisco,
herdeiro dos
títulos de conde
e de marquês.
Depois do
inditoso
acontecimento
foi transferido
para o cárcere
em Lião, ali
ficando por
breves seis
semanas, logo
posto em
liberdade, o que
lhe facultou
nova prática
hedionda em
Marselha, crime
esse que lhe
valeu a pena de
morte pelo
Parlamento de
Aix, tendo-se em
vista a
barbaridade com
que o mesmo fora
praticado.
Liberado da
condenação,
hábil, como era,
nas artimanhas
de que se
utilizava,
conseguiu
seduzir a
cunhada,
retirando-a do
convento, e
fugindo com ela
para a Itália.
Os bons fados,
porém, não lhe
foram
favoráveis,
porque, logo
depois, a mulher
que parecia
amada
desencarnou, e
ele tentou
voltar à França,
havendo sido
novamente preso,
e fugindo após,
de forma que
pôde dar
prosseguimento à
sua existência
insensata e
degenerada. Foi
novamente preso
e liberado,
para, por fim,
ser encarcerado
em Paris e
encaminhado à
Bastilha.
Aqueles eram,
porém, dias
pré-revolucionários,
e ele,
utilizando-se de
maquinações bem
elaboradas, que
o
caracterizavam,
improvisou um
tubo, através do
qual conseguia
gritar
impropérios e
narrar supostas
perseguições
como maus tratos
de que seriam
vítimas os
encarcerados no
velho castelo.
Posteriormente,
passou a
escrever em
folhas de papel
que atirava
pelas grades,
narrando
supostas
atrocidades que
sofria com
outros
prisioneiros,
havendo sido
considerado, de
alguma forma, um
inspirador ou
estimulador da
Revolução de
1789,
especialmente
havendo
contribuído em
favor da
destruição da
hedionda prisão.
Anteriormente,
no entanto,
houvera sido
internado no
asilo para
alienados
mentais de
Charrenton, de
onde foi
liberado graças
a um decreto da
Assembleia
Constituinte”.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 10:
Recomeço difícil
e purificador.)
98.
Literatura
vulgar e sadismo
– Novamente o
nobre Espírito
silenciou.
Podíamos
notar-lhe a
emoção, feita de
compaixão e de
misericórdia, em
favor da
desnaturada
personagem, para
logo concluir:
“A esposa
abandonou-o, não
mais o
suportando,
embora também a
vida desregrada
que se
permitira,
resolvendo-se
recolher a um
convento, a fim
de expiar a
conduta
reprochável.
Sentindo-se
livre do cárcere
e do matrimônio,
o marquês, já
idoso, teria
levado o
restante da
existência de
maneira
moderada, ainda
segundo alguns
biógrafos,
vivendo pelo
próprio
trabalho,
deixando um
imenso legado de
obras,
principalmente
comédias que
foram
representadas em
Paris e em
Versalhes,
licenciosas e
autobiográficas
das práticas que
realizara.
Embora
expressiva e
volumosa, a sua
literatura não
se destaca pela
qualidade, mas
certamente pela
vulgaridade.
Desencarnou
louco no
manicômio de
Charrenton, para
onde fora
levado, após uma
longa existência
de 74 anos mal
aproveitados. Os
seus
desregramentos
deram lugar a
uma designação
derivada do seu
nome para um
tipo de
perversão
sexual, que
passou a ser
conhecida como
sadismo”.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 10:
Recomeço difícil
e purificador.)
99. Uma
oração comovente
– Para a reunião
mediúnica que
logo seria
realizada, foram
convocados, além
de Philomeno e
Dilermando, o
médium Ricardo
acompanhado pela
sua Mentora, o
psicoterapeuta
espiritual
Felipe e mais
alguns
assessores,
formando um
grupo de oito
desencarnados e
dois
reencarnados.
Convidada a
proferir a
oração, que
deveria
assinalar o
início das
atividades
espirituais, a
nobre Benfeitora
madre Clara de
Jesus
concentrou-se e,
à medida que se
interiorizava,
transformava-se
em um foco de
suave claridade
azul-violeta com
graduações de
difícil
definição. A
meiga voz
adquirira
tonalidades
musicais
penetrantes, e
ela exorou:
Amoroso Jesus,
Companheiro dos
desditados e
esquecidos!
Evocando a Tua
jornada
terrestre,
quando desceste
ao abismo das
misérias
humanas, a fim
de nos ergueres
ao esplendor da
Tua morada,
também nós,
servos
imperfeitos da
Tua seara,
preparando-nos
para ascender no
Teu rumo,
através do
mergulho no
dédalo das
aflições
espirituais,
vimos
suplicar-Te
apoio e
inspiração.
Dulcifica-nos
interiormente os
sentimentos,
alargando as
nossas
possibilidades
de amor, de modo
que auxiliemos
sem exigências,
participemos das
angústias do
próximo sem nos
entristecermos
e, sejam quais
forem as
circunstâncias
em que se
encontrem os
irmãos do
carreiro da
agonia, não nos
permitamos
julgá-los ou
censurá-los,
compreendendo-os
sempre, sem o
que estaremos
incapacitados
para servi-los e
socorrê-los.
Nesse tremedal
em que se
encontram por
vontade própria,
após o
desrespeito às
Soberanas Leis
da Vida, não
vigem a
solidariedade
nem a
misericórdia,
antes campeiam
as
arbitrariedades
e as loucuras do
desregramento
moral e
espiritual do
ser que perdeu o
endereço de si
mesmo.
Apieda-Te deles,
concedendo-lhes
novo recomeço,
qual nos
conferiste
quando nos
encontrávamos
sem rumo e a Tua
voz nos
alcançou,
convidando-nos a
seguir-Te,
maneira única
existente de nos
libertarmos das
paixões
primitivas.
Reconhecemos as
próprias
deficiências
para o labor que
iniciaremos, por
isso mesmo
suplicamos-Te
sejas o nosso
Guia e Condutor,
para que todos
os nossos sejam
passos seguros
sobre as Tuas
pegadas e a
nossa se
transforme na
ação do Bem
Infinito, não
obstante os
nossos limites e
as nossas
deficiências.
Senhor,
aceita-nos a Teu
serviço em nome
de Nosso Pai!
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 11:
Retorno à cidade
pervertida.)
100.
Animais em ação
na
espiritualidade
– Quando a
Benfeitora
silenciou, com
lágrimas que lhe
orvalhavam os
olhos, uma
mirífica luz
argêntea,
descendo de
ignoto ponto, a
envolveu,
espraiando-se em
direção do grupo
e albergando a
todos na sua
claridade. Nesse
momento,
chegaram dois
jovens
Espíritos, cada
um dos quais
conduzindo um
mastim de
expressivo
porte, ambos bem
amestrados e
mansos. Era a
primeira vez
que,
participando de
uma excursão
espiritual, a
equipe fazia-se
integrada por
almas de animais
desencarnados. A
questão da alma
dos animais
sempre
interessara a
Manoel Philomeno
de Miranda,
mesmo quando se
encontrava na
Terra. Afinal,
qual o destino
reservado aos
nossos irmãos da
escala zoológica
dita inferior,
alguns deles
revelando uma
percepção do
instinto tão
aguçada, que se
expressava na
condição de uma
inteligência
embrionária?
Embora as
informações
fornecidas pelos
Espíritos nobres
da Codificação
em torno do
período em que
eles permanecem
no mundo
espiritual, mas
não em estado de
erraticidade,
retornando ao
mundo físico
quase
imediatamente,
agora encontrava
aqueles mastins
que seriam
utilizados pelos
trabalhadores do
Bem,
demonstrando que
haviam sido
selecionados
para auxiliar em
tarefas
relevantes, nas
quais poderiam
ser de grande
utilidade. Os
jovens, que os
conduziam,
pareciam
excelentes
amestradores que
os iniciaram na
identificação
dos fluidos
perniciosos e
das vibrações
deletérias das
regiões
espirituais
inferiores, e se
apresentavam
exultantes com a
possibilidade de
contribuir em
favor do êxito
do
empreendimento
em pauta.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 11:
Retorno à cidade
pervertida.)
101. Os
planos das
trevas
– Philomeno
ainda estava
mergulhado nas
reflexões em
torno dos
animais, quando
o Benfeitor
começou a
explicar a
finalidade da
excursão em
delineamento,
informando:
“Ante o
desbordar das
paixões
asselvajadas que
cultivara na
Terra, o marquês
de Sade,
residente na
cidade perversa,
comanda uma
legião de
cultores do sexo
em desalinho, no
mundo
espiritual, que
se encarregam de
inspirar e
preservar as
alucinações de
homens e
mulheres
terrestres que
lhes caem nas
malhas
perturbadoras. À
semelhança de
Mauro, o esposo
da dama da
consulta ao
atendente
fraterno da Casa
enquadra-se como
dependente da
ação nefasta
daquelas
Entidades
devassas que, em
obsidiando
alguns incautos,
também tombam
nas malhas da
própria rede de
perturbação,
experimentando o
tormento da
insaciabilidade
e mais
experienciando
as necessidades
físicas de que
já deveriam
encontrar-se
liberados, e
constituem
somente
impregnação dos
vícios no
perispírito..."
O Mentor fez uma
pequena pausa e
logo prosseguiu:
“Em nossa Esfera
de ação tomamos
conhecimento de
que um grupo de
sequazes do
marquês
pretende,
oportunamente,
assaltar esta
Instituição, que
se constituiu um
pouso de
renovação que é
do vero
Cristianismo,
influenciando
seus membros
para tombarem
nas urdiduras da
sensualidade
desavisada,
assim
interrompendo o
ministério de
amor e de
dignificação que
aqui se
desenvolve.
Conforme
recordamos, no
plano
estabelecido
pelo Soberano
das Trevas a
respeito das
quatro torpes
verdades(1),
os Espíritos do
Mal investiriam
com todas as
suas forças
contra os
obreiros do
Evangelho
desvelado pelo
Espiritismo, por
estarem
interferindo nos
planos
trabalhados em
favor das
obsessões
coletivas. Uma
dessas verdades
é o uso
desarmonizado do
sexo, fazendo o
ser derrapar na
vulgaridade e no
desrespeito a si
mesmo como ao
seu próximo”.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 11:
Retorno à cidade
pervertida.)
(Continua no
próximo número.)
(1)
Para melhor
entender o
assunto, leia o
cap. X do livro
Trilhas da
Libertação,
do mesmo autor
espiritual. Eis
o link:
http://www.oconsolador.com.br/ano8/406/estudandomanoelphilomeno.html