Muitos amigos e leitores,
embasbacados com o volume de
mudanças ocorridas na
ortografia e também na
pronúncia, em decorrência do
Acordo Ortográfico
da Língua Portuguesa,
assinado por Portugal,
Brasil, Angola, São Tomé e
Príncipe, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Moçambique e
Timor Leste, pedem-nos que
apresentemos nesta seção um
resumo das modificações
havidas.
Atendendo ao pedido, vamos
transcrever a cada semana
partes do Acordo, cuja
vigência em nosso país teve
início no dia 1º de janeiro
de 2009.
Inicialmente, lembremos que
o Acordo, conquanto se
restrinja à língua escrita,
criou condições para que a
Academia Brasileira de
Letras, ao elaborar o
Vocabulário Ortográfico da
Língua Portuguesa que
incorporou as mudanças,
introduzisse inúmeras
modificações na pronúncia,
influenciada certamente pelo
que ocorre em outros países
que adotam oficialmente o
nosso idioma. Muitas dessas
modificações já foram
comentadas nesta seção.
Os temas de hoje: Alfabeto e
Trema – como ficaram após o
Acordo.
Alfabeto
Ao antigo alfabeto se
acrescentaram, com o Acordo,
as letras k, w
e y, para utilização:
a) na escrita de símbolos de
unidades de medida: km
(quilômetro), kg
(quilograma), W (watt);
b) na escrita de palavras e
nomes estrangeiros (e seus
derivados): show, playboy,
playground, windsurf, kungfu,
yin, yang, William, kaiser,
Kafka, kafkiano.
Trema
Não se usa mais o trema (¨),
sinal colocado sobre a letra
u para indicar que
ela deve ser pronunciada nos
grupos gue, gui,
que, qui.
Excetuam-se da regra as
palavras estrangeiras e suas
derivadas: Bündchen, Müller,
mülleriano.
Vejam as palavras abaixo,
como eram e como ficaram:
agüentar aguentar, argüir
arguir, bilíngüe bilíngue,
cinqüenta cinquenta,
delinqüente delinquente,
eloqüente eloquente,
ensangüentado ensanguentado,
eqüestre equestre, freqüente
frequente, lingüeta lingueta,
lingüiça linguiça,
qüinqüênio quinquênio, sagüi
sagui, seqüência sequência,
seqüestro sequestro,
tranqüilo tranquilo.
*
Observe esta frase:
- Minha filha viajou de
ônibus. Se tivesse ido de
avião, já teria chego.
Erro frequente, pelo menos
aqui no Paraná, é o uso da
palavra “chego” no lugar de
“chegado”, que é o
particípio do verbo chegar.
Assim, a frase deveria ser
redigida nestes termos:
- Minha filha viajou de
ônibus. Se tivesse ido de
avião, já teria chegado.