O leitor Rogério R. Pereira,
em mensagem publicada na
seção de Cartas desta mesma
edição, pergunta-nos:
Quando uma pessoa morre por
acidente, seja com carro,
moto, atropelamento, ou
qualquer outro tipo, esse
desencarne violento já
estava programado? E como
fica o fluido vital dessa
pessoa? Ela já vem com a
quantidade de fluido vital
até o momento do acidente?
Quanto à primeira questão,
relativa à chamada morte
inesperada, que ceifa a vida
de pessoas nas mais
diferentes faixas etárias,
há depoimentos inúmeros
colhidos na obra de
Francisco Cândido Xavier
atestando que o momento do
retorno da pessoa era aquele
mesmo e que, portanto, o
acidente que a tirou do
nosso convívio fazia parte
de uma programação, não
sendo, pois, fruto do acaso.
Essa ideia não é estranha à
obra de Allan Kardec:
“A fatalidade existe
unicamente pela escolha que
o Espírito fez, ao encarnar,
desta ou daquela prova para
sofrer. Escolhendo-a,
instituiu para si uma
espécie de destino, que é a
consequência mesma da
posição em que vem a
achar-se colocado.” (O
Livro dos Espíritos,
851)
“Fatal, no verdadeiro
sentido da palavra, só o
instante da morte o é.
Chegado esse momento, de uma
forma ou doutra, a ele não
podeis furtar-vos.” (L.E.,
853)
a) Assim, qualquer que seja
o perigo que nos ameace, se
a hora da morte ainda não
chegou, não morreremos?
“Não; não perecerás e tens
disso milhares de exemplos.
Quando, porém, soe a hora da
tua partida, nada poderá
impedir que partas.” (L.E.,
853 a)
Ocorre, porém, que muitas
pessoas, por negligência ou
imprevidência, provocam
acidentes que absolutamente
não constavam de sua
programação, podendo daí
ocorrer a morte de
indivíduos que chegam,
evidentemente, ao plano
espiritual na condição de
suicidas involuntários, tal
como se dá com as pessoas
que adquirem enfermidades
decorrentes dos seus hábitos
e acabam partindo mais cedo
para a vida espiritual. Quem
leu o livro Nosso
Lar sabe
perfeitamente que André Luiz
foi assim classificado.
Quanto à segunda questão, a
respeito do fluido vital, é
bom atentar para as
informações seguintes que
Allan Kardec consignou na
pergunta 70 d´O Livro dos
Espíritos:
Que é feito da matéria e do
princípio vital dos seres
orgânicos, quando estes
morrem? “A matéria inerte se
decompõe e vai formar novos
organismos. O princípio
vital volta à massa donde
saiu.” (L.E., 70)
Os corpos orgânicos são,
assim, uma espécie de pilhas
ou aparelhos elétricos, nos
quais a atividade do fluido
determina o fenômeno da
vida. A cessação dessa
atividade causa a morte. A
quantidade de fluido vital
não é absoluta em todos os
seres orgânicos. Varia
segundo as espécies e não é
constante, quer em cada
indivíduo, quer nos
indivíduos de uma espécie.
Alguns há, que se acham, por
assim dizer, saturados desse
fluido, enquanto outros o
possuem em quantidade apenas
suficiente. Daí, para
alguns, vida mais ativa,
mais tenaz e, de certo modo,
superabundante. A quantidade
de fluido vital se esgota.
Pode tornar-se insuficiente
para a conservação da vida,
se não for renovada pela
absorção e assimilação das
substâncias que o contêm. (L.E.,
70 – comentários de Kardec)
Sobrevindo a morte corpórea,
é óbvio que o corpo da
pessoa pode estar saturado
de fluido vital, que,
evidentemente, concluída a
desencarnação, voltará à
massa de onde saiu. Como
isso se dá, as informações
na obra de Kardec são
escassas.
É na obra de André Luiz que
encontramos algo mais sobre
o assunto, especificamente
no livro Obreiros
da Vida Eterna, cap. 13,
pp. 209 a 212, em que o
autor descreve o trabalho
realizado pelo instrutor
Jerônimo para a liberação da
alma de Dimas. O serviço,
conforme relatado por André,
abarcou três regiões
consideradas fundamentais no
processo de liberação do
desencarnante: o centro
vegetativo, ligado ao
ventre, sede das
manifestações fisiológicas;
o centro emocional, zona dos
sentimentos e desejos,
sediado no tórax, e o centro
mental, situado no cérebro.
Logo que Jerônimo concluiu a
operação sobre a primeira
região, uma certa porção de
substância leitosa
extravasou do umbigo,
pairando em torno. Em
seguida, depois de operar
sobre a região do tórax,
nova cota de substância
desprendeu-se do corpo. E,
na última etapa do processo,
finda sua atuação sobre o
cérebro de Dimas, uma
brilhante chama
violeta-dourada desligou-se
da região craniana e
absorveu, instantaneamente,
a vasta porção de substância
leitosa já exteriorizada das
duas primeiras regiões.
Era difícil, segundo André
Luiz, fixá-la com rigor
porque as forças eram
dotadas de movimento
plasticizante. Estaria ele
aludindo ao fluido vital que
dali se exteriorizara para
“voltar à fonte”? É
provável, mas nada a
respeito foi acrescentado.
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