Como e quando se tornou espírita?
Minha formação religiosa foi católica, minha educação
formal foi toda em colégio de freiras, mas desde cedo
tinha perguntas que o catolicismo nunca me respondeu.
Como sempre gostei de ler, por intermédio de uma amiga
conheci a literatura espírita e ao ler não parei mais,
vinculei-me em seguida a uma instituição espirita onde
pude estudar todas as obras básicas e continuo estudando
até hoje pela riqueza de conteúdo dessa tríade
maravilhosa: ciência, filosofia e religião.
Fale-nos sobre suas obras. Quantas e quais são?
Tenho cinco obras publicadas, sendo quatro pela Casa
Editora O Clarim que são: Sophia, a rainha do povo;
A viagem, uma busca pela verdade; O escritor,
uma história de amor e A Paranormal, e uma
pela Boa Nova Editora: Quando o Amor Triunfa.
Todas são romances. Alguns de época e outros da
atualidade. Escritos em terceira pessoa, linguagem
simples e, apesar de serem romances espíritas, não são
psicografias e trazem de forma acessível alguns
conhecimentos espíritas, mas que todos,
independentemente de religião, possam entender e
desfrutar de histórias que podem (e espero) auxiliar de
alguma forma os leitores.
De que trata o romance A viagem?
É um romance de época. A história se passa no século XIX
entre Inglaterra e Rússia. Depois da morte misteriosa de
seu irmão, que fazia parte de uma organização secreta,
intitulada os Águias, Anne resolve viajar à Rússia
acreditando que poderia encontrar respostas, mas lá
encontra muito mais que isso... O romance traz
informações sobre seitas, rituais, mediunidade e muitos
outros assuntos que despertam curiosidades em alguns
leitores. Muito boa história, com certeza.
De onde o gosto de escrever?
Desde muito jovem, por gostar muito de ler, sempre quis
passar para o papel a imaginação fértil que tinha.
Então, ainda adolescente, participava de grupos de
artes, danças, peças teatrais, e isso me motivou a
escrever com 16 anos as primeiras linhas de uma história
que nunca vim a concluir... Porém, foi só depois que
conheci o Espiritismo que essa vontade voltou mais
fortemente e, adicionado o conhecimento espírita que
viria a enriquecer as obras, dei início, não parei mais
e nem pretendo.
E a experiência das palestras?
Foi algo meio que natural também, talvez pela
necessidade de apresentar os livros. Comecei como
dirigente de grupos de estudos dentro da casa espírita
que frequentava. E após um convite foram surgindo outros
e assim estou tentando até hoje.
De suas lembranças do conhecimento espírita, o que mais
a marcou?
São muitas lembranças boas, graças a Deus. Não entrei no
Espiritismo pela dor (como falam) entrei pela
necessidade de conhecimento, então o descobrimento de
cada pergunta que tinha com o decorrer do estudo me
iluminava a alma, e depois de estudar as obras básicas,
conheci as obras de André Luiz e a presença sempre doce,
linda e humilde do Chico foi pra mim um grande
referencial, assim também como a de Cairbar Schutel,
espírito de grande influência em minha vida e que tenho
a imensa felicidade e honra de chamar de amigo. Contudo,
quando "voltei" a escrever, um sonho me marcou
profundamente... Sonhei com o Chico, ele me falava da
responsabilidade que cada autor tem nas mãos ao levar ao
público uma obra, seja ela qual for... E até hoje tendo,
apesar da minha limitação evolutiva, fazer valer cada
palavra que escutei dele.
Algo que gostaria de acrescentar aos leitores?
Foi com o estudo do Espiritismo que aprendi a conhecer
mais a mim mesma, o meu papel no mundo. É através da
leitura, que, pra mim, constitui uma ferramenta
indispensável para quem quer crescer seja em qual campo
almejar, que busco sempre o conhecimento. E foi através
do Espiritismo que aprendi que não existe religião
melhor ou mais certa: existem pessoas que fazem a
diferença onde estão, que não existe ninguém maior ou
melhor do que os outros, existem pessoas conscientes e
que a usam em benefício de si e do próximo, sendo
diferenciais e referências para as demais... Que existe
o amor e que basta plantá-lo e regá-lo todos os dias
dentro de nós, através de nossa melhora e não de tentar
modificar os outros.
Suas palavras finais.