A oportunidade da
caridade
A lei de causa e efeito,
que regula o movimento
dos acontecimentos da
vida trazendo de volta a
colheita obrigatória de
nosso passado, também
nos oferece a
oportunidade do
livre-arbítrio durante a
fase de semear.
A oportunidade da
caridade situa-se na
fase fértil de plantio,
não sendo uma obrigação
para nós. Costumamos
ouvir, e muitos de nós
afirmam, que a vida é
perfeita, as nossas
necessidades e ao que
temos que aprender sendo
geridas na perfeição
através das leis
universais criadas por
nosso Pai infinito em
suas qualidades.
Quando surge um mendigo
esfomeado em nosso
caminho, estará a fome
deste irmão dependente
da nossa ação?
Se Deus tudo controla, e
nada acontece sem Sua
autorização, como
poderia estar a fome de
um ser ou a sua saúde
nas minhas mãos? Serei
eu a decidir se hoje
dorme de barriga
confortada ou não?
Para aquele irmão que
busca amparo através de
alguma comida, ele não
tem em seu poder o
exercício de
livre-arbítrio em
relação à fome; se
estiver na hora de
comer, passará a pessoa
certa para saciar seu
estômago. Por outro
lado, para mim, que vou
a passar, já é
diferente, aqui aparece
de forma muito clara a
oportunidade da
utilização do
Livre-Arbítrio. Quando
passo por alguém com
fome, é gerada esta
oportunidade em que eu
terei o direito de
exercê-la ou não,
através da caridade.
Como se processa para
mim?
“Pedi e obtereis”,
palavras do Mestre
acerca das Leis
Universais Divinas.
Maior parte das vezes
vemo-nos na posição de
pedir, através da oração
em momentos de aflição
da vida. Para nosso
amparo, muitas das vezes
Deus envia-nos
familiares e amigos,
fazendo cumprir a Sua
Lei acima descrita; por
outras alturas, cabe-nos
a nós colocar em prática
este movimento de Amor,
servindo como
instrumentos de ação.
Quando eu ofereço um
prato de comida ou meia
dúzia de reais, estou a
ser utilizado de
entreposto à
movimentação das Leis
Universais, ou seja,
quando nos é dada a
oportunidade de saciar a
fome de alguém, é-nos
entregue a capacidade de
fazer movimentar a Lei
do Amor Universal. Vejam
como é grandioso um ato
que por vezes nos parece
de pouco significado:
nós, “pequenos” filhos,
a colocar em movimento
as Leis de nosso Pai
através de nossas ações,
“Pedi e obtereis”, sendo
hoje o dia de pedir por
parte de nosso irmão.
Quando oramos de forma
honesta e pura, entramos
em contato com uma
espiritualidade
superior, beneficiando
da sua presença e
conselhos. Quando faço o
bem, muitas vezes já
inspirado por Espíritos
superiores, além do
contato, temos o seu
envolvimento; nossos
irmãos de corações mais
puros que nós buscam
companhias desejosas do
cumprimento da Lei
Divina para que, através
delas, se possa dar a
ajuda na Terra a quem
mais necessita, nas
diversas áreas da
caridade moral ou
material.
O movimento do bem, tal
como o Espiritismo nos
ensina, é um movimento
natural, imparável, de
força conjunta entre
encarnados e
desencarnados,
trabalhando no progresso
de nosso planeta.
No momento em que penso
de forma séria no bem,
da mesma forma que a
oração, entro em contato
com a espiritualidade
trabalhadora na Seara do
Mestre. Quando ajo com
base neste, amplio uma
energia benéfica nascida
no pensamento positivo,
fazendo de mim o
primeiro beneficiário
deste movimento de
energias do Amor.
A contrapartida desta
energia, e como todos
podemos constatar,
bastando nos inclinarmos
às ações benéficas, é
uma paz interior que não
conseguimos encontrar
mais de forma nenhuma no
universo senão no ato do
bem, trazendo como
“consequência” o
equilíbrio espiritual,
psíquico e biológico, ou
seja, o mais completo
dos remédios terrenos e
veículo obrigatório da
felicidade geral e
individual.
É claro que se negarmos
a ajuda àquele irmão ele
irá comer na mesma,
talvez apenas um pouco
mais tarde, nós é que
perdemos a oportunidade
de ajudar a colocar em
prática as Leis Divinas
Universais, trabalhando
como filho dedicado ao
lado de nosso Pai,
abraçando o lugar que
nos pertence por vontade
própria.