O Espiritismo responde

por Astolfo O. de Oliveira Filho

A leitora Carmen Aparecida Póvoa, do Rio de Janeiro (RJ), pergunta-nos se durante a gestação o Espírito da criança fica junto ao corpo do bebê, no ventre da mulher, ou fica próximo, mas do lado de fora do corpo da gestante, até o momento do parto.

No período que se estende da concepção ao nascimento do bebê, o estado do reencarnante assemelha-se ao do Espírito de uma pessoa encarnada durante o sono.

Os Espíritos mais evoluídos gozam naturalmente de maior liberdade; contudo, desde o momento da concepção, o reencarnante sente as consequências de sua nova condição e começa a sentir-se perturbado. Uma espécie de torpor, agonia e abatimento o envolve gradualmente, intensificando-se até o término da vida intrauterina. Suas faculdades vão-se velando uma após outra, a memória desaparece, a consciência fica adormecida, e o Espírito como que é sepultado numa espécie de crisálida.

Esse fenômeno se deve à constrição do perispírito e à sua limitação pelo corpo, que fazem com que a existência no Plano Espiritual e a consciência das vidas pregressas volvam ao inconsciente.

No livro Missionários da Luz, cap. 14, André Luiz traz informações interessantes sobre o assunto. Focalizando a reencarnação de Segismundo, diz ele que depois do vigésimo dia de gestação, quando o embrião atinge a configuração básica, Raquel e Segismundo – mãe e filho – poderiam ser visitados a qualquer hora, porque então eles conseguiriam ausentar-se do corpo com facilidade.

Na noite do vigésimo dia, a visitação passou a ser permitida e não foram poucos os amigos espirituais que aguardavam esse momento. Raquel sentia-se então aliviada e quase ditosa, o mesmo ocorrendo com Segismundo, que fios tenuíssimos prendiam à organização fetal.

À medida que Raquel se afastava, Segismundo também podia afastar-se, não lhe sendo possível abandonar a companhia maternal. Raquel asilava-o, então, nos seus braços carinhosos, enquanto sorria fora do campo material mais denso.

É importante dizer, por fim, que, excetuado o livro citado, há poucas referências na literatura espírita sobre a questão proposta pela leitora.

A propósito do assunto, sugerimos aos interessados que leiam o texto intitulado “Objetivo da encarnação. União da alma ao corpo”, publicado na edição 24 desta revista. Para acessá-lo, cliquem neste link

  
 


 
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