Há relatos sobre o assunto em diversos livros, mas,
segundo pensamos, a fonte mais confiável é a obra “O
Livro dos Espíritos e sua Tradição Histórica e
Lendária”, de autoria do renomado estudioso e
pesquisador Canuto Abreu, publicada originalmente no dia
18 de abril de 1992 pelo Lar da Família Universal.
Na referida obra, às págs. 147 e 148 da 1ª edição,
Canuto Abreu informa que colaboraram inicialmente com
Kardec as jovens Caroline Baudin, Julie Baudin e Ruth
Celine Japhet, as duas primeiras na composição do texto
que serviria de base à versão primeira d´O Livro dos
Espíritos e Ruth Celine no trabalho de revisão que
precedeu a publicação da obra.
Concluída a revisão do texto, o codificador recorreu, a
conselho dos Guias, a outros médiuns, a fim de
esclarecer ou confirmar certos pontos mais difíceis,
dado seu caráter inovador.
Foi assim que, além dos Senhores Japhet e Roustan,
médiuns intuitivos, prestaram-lhe relevantes atenções a
Senhora Canu, sonâmbula inconsciente; seu marido, médium
falante; Madame Leclerc, médium escrevente; a Senhora
Clément, médium falante e vidente; a Senhorita Aline
Carlotti, também falante e escrevente; Madame De
Plainemaison, que se tornara, ultimamente, auditiva e
inspirada, e Madame Roger, a notável clarividente.
Vemos então que – se para elaboração d’O Livro dos
Espíritos ele se limitara a ouvir os Espíritos, mais
particularmente por intermédio de Caroline e Julie
Baudin – teve Kardec em seguida, na revisão e no
controle da obra, o concurso de mais de dez médiuns.
A leitura da obra escrita por Canuto Abreu é
indispensável para quem deseja conhecer os pormenores do
trabalho realizado por Kardec e pelos médiuns que lhe
deram seu concurso, sendo importante também esclarecer
que, após a publicação da primeira edição d´O Livro
dos Espíritos, ocorrida em Paris no dia 18 de abril
de 1857, o codificador passou a contar com a colaboração
de outros médiuns, notadamente a jovem Ermance Dufaux.