Divaldo Franco: “Onde há esperança, há a
presença do amor”
Tivemos a grata oportunidade de acompanhar em Salvador
(BA) as atividades realizadas pelo Centro Espírita
Caminho da Redenção no período de 12 a 17 de dezembro do
ano recém-findo, nas quais o estimado orador Divaldo
Franco foi um dos destaques.
No dia 12, em palestra proferida no “Caminho da
Redenção”, ele destacou, que em todos os tempos os
falsos profetas estiveram, como ainda hoje se encontram,
presentes no seio da humanidade. E chamou a atenção de
todos para que se tenha prudência com notícias
alarmistas de conteúdo supostamente profético. “Não
creiamos nos falsos profetas”, salientou o lúcido
palestrante.
Em seguida, falando sobre suas últimas experiências com
as dores no corpo físico, externou sua gratidão a todos
que oraram pelo seu pronto restabelecimento após uma
cirurgia - rizotomia – feita para eliminar as dores
cruciantes que vinha experimentando havia sete meses.
Divaldo disse ter aproveitado as dores para poder
exercitar-se no domínio do Espírito sobre a matéria,
dizendo que a Doutrina Espírita lhe dá a coragem
necessária para dominar a matéria e a dor, visto que é
uma verdadeira bênção não sentir dores.
Nessa passagem pelo sistema de saúde, enalteceu o
atendimento de excelência que recebeu do quadro
funcional e técnico do hospital, bem como o componente
estrutural, tendo inclusive, nesse pequeno período,
atendido solicitações de auxílio espiritual,
reconfortando os pacientes. Onde há esperança, há a
presença do amor. O homem moderno vive em uma
verdadeira crise interior oriunda da insatisfação, do
vazio existencial. O homem está somente pensando em si
mesmo. Alheio ao próximo, fixa-se e refugia-se nos
prazeres transitórios. Salientou que uma consciência
tranquila, o dever retamente cumprido com justiça, e
onde impera o amor, as tribulações momentâneas da vida
tendem a desaparecer. Todo aquele que ama é feliz porque
faz o bem. Como o amor com Jesus é especial! Fazer o
bem, alegrando crianças e adultos, destacando o seu
valor, oferecendo auxílio sem nada exigir de troca,
tornando a vida das criaturas humanas mais digna, é
amar.
Divaldo discorreu sobre a importância da família como
instituição primorosa que visa moldar o caráter,
preparando criaturas melhores. Neste sentido discorreu
sobre a obra realizada por Bert Hellinger (1925
-), um psicoterapeuta alemão, inventor das
Constelações familiares. O pesquisador alemão afirma
que a família estabelece ou procura estabelecer três
vínculos. O do pertencimento, onde uns pertencem aos
outros; o do progresso, quando cada dia é melhor do que
foi ontem; e o da ordem, para que a vida seja mantida. A
família, então constituída, também se relaciona com
outras, canalizando energias para o bem, transformando a
sociedade para o bem.
Novamente reconheceu a inestimável colaboração que
recebeu de muitos, externando sua gratidão. Destacou, na
sequência, a coragem do Papa Francisco em dizer que o
céu e o inferno não existem e que Adão e Eva são seres
mitológicos. Assim, os indivíduos, mais esclarecidos e
consolados, sairão das crises interiores, doando-se uns
aos outros, caminhando pari passu com a alegria.
Sempre semeando esperança e conforto espiritual, Divaldo
embalou os corações e produziu nas mentes dos
assistentes a certeza da vida futura e da felicidade, a
excelência do amor como fonte de vida, embora ainda
experimentando dores de toda monta e ordem.
Encontro com os amigos
– No dia 14 de dezembro, na mesma casa espírita, Divaldo
Franco, profundamente comprometido com a mensagem
cristã, atento às necessidades evolutivas do ser humano,
e porque estabeleceu para si o compromisso de despertar
as almas adormecidas, reuniu um grupo de amigos, formado
por espíritas de várias cidades do Brasil e do
exterior, para uma singela e calorosa confraternização.
Acolhedor, Divaldo convidou os visitantes para uma
reunião informal, aproveitando-se do exemplo de Jesus
que se reunia com os seus discípulos para entretecer
considerações evangélicas elucidativas a respeito da
vida espiritual. Assim, o arauto do evangelho e da paz
propôs que alguns, sob a sua escolha, apresentassem os
seus sentimentos sobre o significado de Jesus na vida de
cada um. Após várias opiniões, que giraram em torno do
amor do Cristo pela criatura humana e pelas
oportunidades no bem, Divaldo destacou que Jesus se faz
presente na vida de cada criatura através das outras
criaturas, em uma construção de solidariedade, onde as
mãos Dele, no mundo físico, se fazem atuantes pelas mãos
dos que se encontram reencarnados.
As ações são múltiplas, como múltiplas são as
individualidades. Jesus ampara, seca lágrimas, encoraja,
reergue os caídos, consola os aflitos, diminui-lhes as
dores, acalma e acolhe, entre tantas outras ações,
através daqueles que O elegeram como modelo e guia. Ele
alegra-se com as vitórias alcançadas, entristece-se
pelas derrotas, sempre temporárias, mantendo-se
confiante no sucesso de seus liderados. Vigilante, Ele
socorre e acorre ao menor pedido sincero que Lhe chegue.
Esse é o Cristo de Deus presente em nossas vidas que O
escolhemos servir. Ele é o parâmetro de felicidade do
homem na Terra. Seus ensinamentos se propõem a erradicar
o ilusório império materialista-ateísta.
Conversando sobre Espiritismo
– A programação doutrinária do dia, com tema livre, sob
a coordenação de Mário Sérgio, foi conduzida por Divaldo
Franco, que discorreu com maestria sobre a evolução do
princípio inteligente na Terra até alcançar a condição
humana. Com inúmeros exercícios, as conquistas foram
aparecendo, e os corpos materiais foram aperfeiçoados
para agasalhar o Espírito, dando-lhe condição de se
expressar no mundo material. Com o hausto divino sempre
presente, o ser espiritual, supervisionado por Jesus,
vem alcançando o crescimento em todos os setores do
conhecimento humano e suas relações com o meio e com
seus semelhantes.
Percorrendo as mais importantes teses sobre a evolução
do homem e das espécies, Divaldo discorreu sobre os
princípios psíquico e orgânico, que, estagiando nos
diversos reinos da natureza, alcançou a conformação
atual, estando a caminho da conquista da intuição, o
próximo passo a vencer. O homem é a essência do
psiquismo divino que o próprio homem vai dinamizando. Da
matéria ao Espírito há a presença do amor divino a se
expressar pela e na energia, ora em forma condensada,
ora em forma sutil, etérea, compreendendo que a energia
se impõem sobre a matéria.
Os mundos são solidários, assim, a Terra recebeu e vem
recebendo o concurso de Espíritos que vêm de outras
dimensões, trazendo, também, impulsos psíquicos
aperfeiçoadores do componente material. O homem hodierno
acha-se em plena evolução, agora na conquista e no
desenvolvimento do chamado sexto sentido, onde as
vibrações do pensamento se farão presentes entre os
seres habitantes da Terra. As gerações futuras, a
exemplo da atual, deverão perguntar, como o homem vivia
até o século XX?
Na próxima condição da Terra, - Mundo de Regeneração -,
as enfermidades degenerativas deixarão de existir por
que não mais encontrarão o campo propício para se
expressarem, pois que perderam essas memórias.
Visitando, em desdobramento perispiritual, o mundo
espiritual, Divaldo destacou a beleza e a sutileza das
construções, não encontrando vocabulário adequado para
definir e identificar as diversas expressões do
cotidiano espiritual. É a antevisão desses locais
destinados aos Espíritos que se dedicam ao bem de seus
semelhantes, com altruísmo, solidariedade, fraternidade
e amor.
A pouco e pouco os indivíduos vão-se melhorando
emocional e sentimentalmente, mudando seu pensamento,
possuindo a certeza de que, no final, haverá alguém que
receberá o viajante de retorno, amparando-o. Não
faltando assistência aos que se encontram encarnados,
quando esses se defrontarem com o mal sem solução, essa
virá do alto. Jesus, em sua expressão de amor, está
sempre junto aos seus irmãos, os seres humanos, isso
significa que o Cristo vivo está dentro de cada
indivíduo. Finalizando a tarefa do dia, e com a plateia
embevecida e emocionada, porque tocados em seus
corações, todos saíram carregando as bênçãos de amor que
o Cristo incessantemente dispensa aos homens de boa
vontade na Terra. É Jesus em nossas vidas,
resgatando-nos para os dias jubilosos do amor
inconteste, onde as dores e as aflições serão lembranças
tênues de um passado distante.
(...) Se não fossem os braços que se juntaram aos
nossos, nós não teríamos o que temos. Porque os meus sós
não fariam nada.
(Nilson de Souza Pereira)
Encontro anual da Mansão do Caminho
– A manhã do dia 15/12/17 foi dedicada à realização do
X Encontro anual dos Funcionários da Mansão do
Caminho, a obra social do Centro Espírita Caminho da
Redenção (CECR). Esses colaboradores dedicados são o
sustentáculo do CECR, atendendo carinhosamente os seus
assistidos através de uma gama de serviços. Ednilson, o
Nizinho, um dos filhos adotivos, coordenou o
evento, conduzindo com eficiência e alegria
estabelecendo a empatia entre todos os integrantes da
“família” Mansão do Caminho.
Demétrio Ataíde Lisboa, presidente do Centro Espírita
Caminho da Redenção e da Mansão do Caminho, destacou que
se sente honrado em participar desse trabalho grandioso
em prol da sociedade humana, realizado cotidianamente
com dedicação por cada funcionário, nos vários setores
que compõem a instituição. A conjugação de esforços
estabelecida entre os funcionários e os voluntários tem
se constituído em sucesso nos empreendimentos.
Reconhecido, externou o seu reconhecimento e
agradecimento, desejando muita prosperidade, desfrutando
momentos de alegria e felicidade junto aos familiares.
Nizinho lembrou-se de dois grandes colaboradores, já
desencarnados, e que deixaram as suas características
marcantes, o amor, impressas na instituição a que se
dedicaram por longos anos, Tia Ziza e Nilson de Souza
Pereira.
Nesta oportunidade foram destacados com diplomas de
agradecimento todos os funcionários que completaram 30,
20, 15 e 10 anos de efetivo serviço prestado. Nizinho
frisou que guardou e procurou cumprir um ensinamento
recebido de Tio Nilson, aconselhando por sua vez, quando
pertinente, a sua prática: “Quando fores fazer algo,
faça-o bem feito”.
O idealizador e fundador dessa magnífica instituição
libertadora, Divaldo Franco, foi homenageado por uma
música especialmente composta com o título de Ao
Mestre com Carinho. No mesmo sentido, João Araújo
leu uma carta que foi escrita com o coração ao pai.
Foi emocionante. Ela descreve a saga que foi a
construção da Mansão do Caminho sob a direção e a
orientação segura de Divaldo Franco. É uma instituição
dinâmica que teve a capacidade de reinventar-se conforme
as épocas, onde todos são acolhidos sem distinção,
oferecendo paz e serenidade, onde as suas atividades são
músicas a embalar no seio da esperança, falando-lhes ao
coração. É um local onde o Cristo está presente nas mãos
de cada colaborador e nas de Divaldo Franco, que
encontra a felicidade na devoção aos seus irmãos.
Divaldo é o pai que nunca faltou, amando de forma
incondicional, atendendo os aspectos materiais e
espirituais da alma, resgatando vidas.
Divaldo Franco dizendo que Jesus havia chamado de irmãos
àqueles que eram os seus colaboradores, também, Divaldo
chamaria, como efetivamente chama, por irmãos cada
funcionário, voluntário ou colaborador da Mansão do
Caminho. Divaldo, O Semeador de Estrelas, destacou os
aspectos mais importantes de sua vida familiar e
profissional, salientando as renúncias e sacrifícios que
experimentou e as que ele observou, notadamente em
relação ao seu pai e a sua mãe a quem devota profundo
reconhecimento. Uma família com relativa condição
socioeconômica, viu-se na década de 30 do século passado
desestruturar-se quando a Bolsa de Valores de Nova York
quebrou em 1929. Nessa regressão histórica Divaldo
lembrou da sua convivência com seu amigo espiritual o
indiozinho Jaguaraçu, o trabalho com o seu pai no
mercado, o estudo sob o poste de iluminação da rua, tudo
isso alimentado por um sonho: que ninguém passaria fome
perto dele. A Casa de Jesus, no bairro do Uruguai, que
acolhia os idosos carentes e abandonados em fase
terminal, destacando a orientação de Bezerra de Menezes:
Quando a caridade é muito discutida, o socorre chega
tarde.
Na Mansão do Caminho adotou-se um princípio: Aqui,
nesta casa, é proibido negar, o importante não é atender
o capricho, mas dar com amor, repartindo o que tem.
Com relação à instituição, Divaldo falou sobre a visão
psíquica que teve e a revelação de que seria um
educador. Assim, começaram, ele e Tio Nilson,
braçalmente, a construção desta obra marcante na vida de
milhares de criaturas que foram acolhidas.
Com alegria e entusiasmo, abriram ruas, construíram
casas, trabalharam o terreno acidentado. Disse Divaldo
que em seu coração está a visão daquela mulher com fome,
a sua mãe, que na época da miséria econômica, para
sobrar alimento para ele e seus outros irmãos pequenos,
optava por tomar somente o café preto sem açúcar, em um
grande ato de abnegação, de amor.
Os que hoje veem a Mansão na sua configuração atual não
conseguem perceber o trabalho que foi realizado, o
sacrifício oferecido em nome do amor. Dirigindo-se aos
funcionários disse considerá-los integrantes da família,
tratando-os como irmãos, amigos. Solicitou que ajudem a
diretoria a bem gerir, perdoando equívocos. Somente
Jesus não cometeu equívocos. Rogou que não deixem a
Mansão morrer, ela nasceu para servir. É uma casa de
alegria. Na hora da crise, procurem os dirigentes
falando-lhes a respeito para que as soluções possam ser
adotadas quando possível. A construção e a manutenção da
Mansão do Caminho são realizadas diariamente e em
conjunto com os seus funcionários, colaboradores,
voluntários e dirigentes.
Divaldo convidou a que cada um se torne um associado
afetivo da instituição, apelando para que cuidem do
patrimônio de Jesus, a casa de Deus. Os votos de Feliz
Natal e de seu testemunho foram largamente retribuídos
com gratidão através de caloroso aplauso. São os
funcionários e colaboradores, as almas sustentadoras,
que produzem o milagre da redenção do ser humano
atendido na Mansão do Caminho ao aceitarem trabalhar na
seara de amor estabelecida por Jesus. Trabalhar nessa
instituição é mais do que um trabalho, é uma missão. As
mãos que oferecem a caridade ficam impregnadas com o
perfume do amor.
Estudo das obras de Joanna
– No meio da tarde do dia 16/12/17 teve início mais um
encontro de estudos sobre as obras psicológicas de
Joanna de Ângelis. Esse, em especial, se constituiu em
um “aulão”, visto que, além dos estudantes regulares
desse magnífico curso, outros interessados possuem
acesso livre, tornando-se uma atividade de caraterística
pública. O evento, cujo tema foi O Homem Jesus,
teve como expositores os psicoterapeutas Cláudio e Íris
Sinoti, da Mansão do Caminho; Roberto Crema,
antropólogo, psicólogo e mestre em Ciências Humanas e
Sociais pela Universidade de Paris, reitor da
Universidade Internacional da Paz – UNIPAZ; e Divaldo
Franco que, fazendo a abertura, passou a palavra para
Cláudio Sinoti.
Cláudio asseverou que é desafiador falar sobre o homem
Jesus, principalmente frente às crises de todos os
momentos da atualidade, pois que convida os indivíduos à
renovação. Sua mensagem sai do Seu coração diretamente
para o coração do homem. Jesus, um Espírito de escol,
com uma personalidade inquebrantável, tornou-se
referência para a vida de multidões em necessidade
espiritual.
Joanna de Ângelis, no livro Desperte e Seja Feliz,
assegura que o estudo de sua personalidade, à luz da
psicologia profunda, não se torna conclusivo por falta
de percepções mais apuradas, de recursos técnicos e de
profundidade de entendimento dos Seus ensinamentos. A
ampliação da compreensão da criatura humana integral vai
ocorrendo, até que se possa encontrar Jesus na alma,
libertando-se, o homem, de suas misérias morais. No
recesso da alma será possível encontrar Jesus ao se
fazer uso e o desenvolvimento do autoconhecimento. O
homem, carente de Deus, é alimentado espiritualmente por
Jesus, isto é, Sua mensagem transformadora dá ao homem a
certeza de que será saciado em suas necessidades
espirituais. Qual é o impacto transformador da mensagem
de Jesus em nós? As carências humanas conduzirão para as
mudanças das relações entre os seres humanos.
Íris Sinoti deu continuidade ao estudo desdobrando
conceitos e apresentando caminhos para a
autotransformação. Para tal, legou Jesus quatro
proposições de entendimento sobre a vida. 1. Eu sou o
pão da vida... 2. Eu sou a porta ... 3. Eu sou o
caminho... e 4. Eu sou o bom pastor... Dessa forma, seu
alimento é o espiritual; a porta dá a ideia de
transição, de uma passagem que leva o homem ao encontro
de si mesmo; o caminho é a evolução que o ser
experimenta ao ser arrebatado pelo convite do Mestre,
sinalizando que, para alcançar a plenitude com Deus, há
um processo de autotransformação com o emprego da
mensagem do amor; e o bom pastor é aquele que conhece
todas as suas ovelhas, acolhendo-as para que se
humanizem através do emprego das próprias forças e
conhecimento. Jesus não pode ser entendido, pode ser
sentido, porque Sua vida é rica de amor, de abundância e
paz.
Juan Danilo Rodríguez, de Quito, no Equador, espírita e
médico de família, enviou uma mensagem formulando votos
para que cada um possa desenvolver o amor. Jesus é o
caminho, devendo ser cultivado nos corações generosos. O
que está no coração do homem é o que ele dará ao seu
semelhante.
Roberto Crema, da UNIPAZ, diz que a questão é o ser
humano. Muitos focam o humano e esquecem o ser.
Externando a sua alegria de estar no encontro, afirmou
que o desafio do século XXI será a descoberta do ser
humano. Já se passaram dois mil anos, e agora a
humanidade começa a descobrir quem é esse Homem. As
ciências, a filosofia, a arte, a espiritualidade, podem
contribuir para se compreender Jesus, compreender a sua
multifacetada personalidade - Jesus filósofo, médico,
cientista, artista, religioso, poeta etc. Jesus é o
arquétipo da inteireza que aponta para Deus. Esse homem
incomparável deve começar a ser estudado nas academias,
nas universidades. Cristo significa o estado evolutivo,
o florescimento desse potencial no ser humano, dentro de
cada um, descobrindo-se em sua inteireza. A Sua mensagem
é a de que o ser humano seja perfeito como é o Pai. O
ser humano deve aprender a reconhecer a sua inteireza
pela mensagem de Jesus, desvelando-se e dando
oportunidade para que o Messias nasça dentro de si,
iluminando-se. Jesus é o terapeuta da intimidade de cada
um, é aquele que facilita a passagem de um ponto a
outro, sempre melhor. Ser humano significa, ser: a
dimensão que é; humano, a que está. A dimensão da
essência e a da existência.
No que Roberto Crema considera o Evangelho do Calvário,
ele alinha as sete mensagens do Cristo na cruz e que se
encontram nos textos canônicos. 1. Mulher, eis o teu
filho: filho, eis a tua mãe. 2. Tenho sede. 3. Tudo está
consumado. 4. Deus, meu Deus, por que me abandonaste? 5.
Pai, perdoa-os, eles não sabem o que fazem. 6. Em
verdade eu te digo, hoje estarás comigo no paraíso. 7.
Pai, em Tuas mãos entrego o meu espírito.
Divaldo Franco retomando a palavra classificou o evento
como excelente, apresentando uma visão profunda a
respeito do homem Jesus. Descrevendo com sentida emoção
a região onde Jesus peregrinou, ensinou e acolheu os
aflitos da alma, Divaldo teceu o panorama de há dois mil
anos. Os dois lagos ali existentes, embora alimentados
pelo mesmo rio Jordão. Um, o de Genesaré, é piscoso, a
vida floresce à sua volta, o outro, o chamado Mar Morto,
é altamente salgado, sem vida. De uma certa forma, assim
pode ser classificado o ser humano. O generoso, que
recebe e dá, tal qual o Genesaré que recebe as águas do
Jordão pelo Norte e as escoa pelo Sul. O egoísta -
comparado ao Mar Morto -, somente recebe, nada dá.
O ínclito orador discorreu sobre o Sermão da Montanha,
onde Jesus apresentou a manifestação do amor através de
ações de acolhimento, de esperança, de compaixão.
Aqueles que dão são mais felizes, diferentemente dos que
recebem. Ali, Ele cantou o amor como jamais ninguém o
fez, asseverando que somente o amor salva.
Doze séculos depois, Francisco de Assis, no monte
Subasio, na Úmbria completou o Sermão da Montanha
com o seu hino de amor à natureza, onde todos e tudo
estão contidos, fazendo-lhes parte. Outra montanha
simbólica é a Massada, que, provavelmente, significa
"lugar seguro" ou "fortaleza", é um imponente planalto
escarpado, situado no litoral sudoeste do Mar Morto. Os
essênios sitiados por Roma e sendo iminente a derrocada,
o líder daquelas 980 pessoas que ali habitavam a
fortaleza, pactuou que não seriam transformados em
escravos, aniquilar-se-iam uns aos outros. Quando os
romanos dominaram a montanha somente restou a eles os
cadáveres para serem sepultados. Uma “vitória” que
conquistou apenas cadáveres.
Assim é a humanidade, uma parcela é constituída por
pessoas “ponte”, isto é, as que ligam umas as outras.
Outra parcela é formada por pessoas “parede”, ou “muro”,
tudo e todos param nelas, são egoístas. Recebem, mas não
distribuem. Em qual parcela você se encontra? Perguntou
o orador por excelência. Que monte somos? Que lago, ou
mar, somos? Qual é o sentido de nossas vidas? Continuou
questionando.
Os modelos, os exemplos frágeis, são de fácil alcance.
Os sólidos, são difíceis de serem imitados sem ilusão.
Vede o modelo Jesus! O amor é o sentimento que nasce nas
fibras mais íntimas do coração. Os jovens de hoje vivem,
muitos, na ilusão das sensações e das paixões. A
montanha de Massada representa a conquista dos
sentimentos mortos, aprisionados. A Subasio
representa o amor entronizado em seu sentido profundo,
vivo, preenchendo o ser por completo, liberto. O homem
hodierno vive em crise de ordem geral e íntima, pois que
se esqueceu de Jesus, o doce amigo, o irmão amoroso.
Jesus é a doce voz que atende o chamado dos aflitos, Sua
mensagem é de amor e solicita-nos: AME!
Divaldo procura construir, reproduzir, no Bairro Pau da
Lima, em Salvador-BA, o recanto doce e perfumado da
Úmbria. Aqui, disse ele, há uma casa aberta e muitos
ombros para que os aflitos possam descansar suas cabeças
e chorar as suas dores. O Homem Jesus fala muito baixo,
por isso é necessário fazer silêncio interior, para que
a ternura, a compaixão e o carinho se expressem com
harmonia. Que o Homem Jesus nos console e siga conosco
até o outro lado da vida.
Encerramento das atividades
- Na manhã de domingo, 17 de dezembro, o Grupo de Ação
Comunitária Lygia Banhos realizou o encerramento das
atividades do ano. Fundado em 1972, com cerca de quinze
famílias assistidas, hoje congrega regularmente 150, com
300 crianças e adolescentes.
O Grupo assiste também,
semanalmente, material e espiritualmente, 10 famílias de
idosos com problemáticas graves de saúde, amputados, e
com outras deficiências, algumas degenerativas.
Sob a coordenação de Edilton Silva, o Grupo está
integrado ao Departamento Social do Centro Espírita
Caminho da Redenção - CECR. Possui 60 voluntários,
muitos, egressos da Juventude Espírita Nina Arueira -
JENA -, e dos grupos de assistência, promovendo o ser
humano, que resgatado, retribui resgatando outros.
Assim, o corpo de evangelizadores e de assistentes conta
com o trabalho dedicado e emancipador de ex-assistidos,
oriundos da área de juventude, ou da de assistência
material/espiritual. As doações são providenciadas pelos
próprios colaboradores e seus familiares, em um trabalho
de multiplicação, bem como pela estrutura da ação social
da instituição.
Nas tardes de sábado, nas instalações do CECR, cerca de
500 pessoas são assistidas separadamente nos ciclos de
pais, mães, bebês, crianças e jovens, - desde os
recém-nascidos até os com 18 anos de idade -, que se
reúnem em encontros de evangelização, promovendo o
esclarecimento através do Evangelho de Jesus, o
consolador de almas. Neste mesmo período são assistidas,
com a mesma sistemática, outras tantas criaturas através
dos diversos polos de assistência estabelecidos na
região de abrangência da ação social/evangelizadora.
Após bela apresentação teatral, representando o
nascimento de Jesus, com os “atores” retirados do
próprio grupo de assistidos e da interpretação da canção
Paz pela Paz, de Nando Cordel, por um grupo de mães e
jovens também assistidas, homenageando o Movimento Você
e a Paz, foram outorgados troféus de reconhecimento e
agradecimento à três mulheres que se destacaram em seus
polos de assistência no Bairro Pau da Lima.
Divaldo Franco, com seu dinamismo característico,
dizendo de sua felicidade e alegria em compartilhar
aqueles momentos de congraçamento, animou os presentes
contando uma história onde todos puderam participar,
interagindo, criando um clima de alegria, descontração e
fraternidade, lembrando, também, a mensagem cristã e o
nascimento de Jesus, o homenageado, desejando um feliz
natal com Jesus, em uma noite feliz. Deus, disse
Divaldo, espera que cada um de seus filhos conquiste a
felicidade, o bem-estar social e espiritual.
Um farto lanche foi servido para todos, que também
levaram para suas casas um generoso farnel - alimentos
básicos -, roupas e brinquedos para as crianças e
jovens. O congraçamento foi a tônica desse belo encontro
de encerramento e comemoração do nascimento de Jesus no
coração de cada um.
Nota do autor:
As
fotos desta reportagem são de Jorge Moehlecke.