Recebemos do leitor Welton de Castro a mensagem abaixo:
Assisti a uma palestra em que o orador afirmou que a
Terra é considerada no Espiritismo como um mundo de
provas e expiações. Quanto ao nível evolutivo dos
habitantes da Terra existe alguma informação confiável?
De fato, na classificação dos diferentes mundos que
circulam no espaço, a Terra ainda se encontra, conforme
o ensino espírita, entre os chamados mundos de expiação
e provas.
Quanto ao grau evolutivo dos seus habitantes há, sim, em
inúmeras obras espíritas informações que reputamos
confiáveis.
A primeira está publicada no livro O Evangelho
segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, em que lemos
no cap. III uma mensagem assinada pelo Espírito de Santo
Agostinho, da qual reproduzimos o trecho abaixo:
(...) nem todos os Espíritos que encarnam na Terra vão
para aí em expiação. As raças a que chamais selvagens
são formadas de Espíritos que apenas saíram da infância
e que na Terra se acham, por assim dizer, em curso de
educação, para se desenvolverem pelo contacto com
Espíritos mais adiantados.
Vêm depois as raças semicivilizadas, constituídas desses
mesmos Espíritos em via de progresso. São elas, de certo
modo, raças indígenas da Terra, que aí se elevaram pouco
a pouco em longos períodos seculares, algumas das quais
hão podido chegar ao aperfeiçoamento intelectual dos
povos mais esclarecidos.
Os Espíritos em expiação, se nos podemos exprimir dessa
forma, são exóticos na Terra; já estiveram noutros
mundos, donde foram excluídos em consequência da sua
obstinação no mal e por se haverem constituído, em tais
mundos, causa de perturbação para os bons. Tiveram de
ser degredados, por algum tempo, para o meio de
Espíritos mais atrasados, com a missão de fazer que
estes últimos avançassem, pois que levam consigo
inteligências desenvolvidas e o gérmen dos conhecimentos
que adquiriram. Daí vem que os Espíritos em punição se
encontram no seio das raças mais inteligentes. Por isso
mesmo, para essas raças é que de mais amargor se
revestem os infortúnios da vida. É que há nelas mais
sensibilidade, sendo, portanto, mais provadas pelas
contrariedades e desgostos do que as raças primitivas,
cujo senso moral se acha mais embotado. (O Evangelho
segundo o Espiritismo, cap. III, item 14.)
À vista da mensagem transcrita, concluímos que a Terra
abriga Espíritos em diferentes níveis evolutivos:
alguns se encontram em estágio inicial de evolução, ao
lado de Espíritos que o autor chama de semicivilizados
e, por fim, de Espíritos endividados, em expiação, fato
que indica claramente que são seres ainda atrasados em
processo de regeneração.
Há 47 anos, no livro Vida e Sexo, obra escrita em
1970, Emmanuel disse que há no planeta um grupo numeroso
de homens e mulheres psiquicamente não muito distantes
da selva, remanescentes próximos da convivência com os
brutos.
Essa informação é coincidente com duas outras, firmadas
por autores diferentes. Na obra Libertação,
publicada em 1949, André Luiz também se referiu ao tema.
No cap. VI dessa obra, Gúbio disse e André registrou que
a determinadas horas da noite, três quartos da população
da Crosta se acham nas zonas de contacto com os
Espíritos e a maior percentagem permanecia detida em
círculos de baixas vibrações, como aquele em que ambos
estavam, uma região que o autor classifica como trevosa.
"Por aqui – disse Gúbio – muitas vezes se forjam
dolorosos dramas que se desenrolam nos campos da carne.
Grandes crimes têm nestes sítios as respectivas
nascentes e, não fosse o trabalho ativo e constante dos
Espíritos protetores que se desvelam pelos homens no
labor sacrificial da caridade oculta e da educação
perseverante, sob a égide do Cristo, acontecimentos mais
trágicos estarreceriam as criaturas.”
Em 1948, ano em que escreveu o livro Voltei, obra
psicografada por Chico Xavier, disse Frederico Figner
(verdadeiro nome de Irmão Jacob, autor do livro) que dos
dois bilhões de encarnados que viviam então no planeta
mais da metade era constituída por Espíritos
semicivilizados ou bárbaros e que as pessoas aptas à
espiritualidade superior não passavam de 30% da
população global, distribuída pelos diferentes
continentes.
Verifica-se, pois, à vista das informações acima, que
nosso planeta é um mundo ainda muito atrasado e distante
da perfeição, o que explica as guerras constantes, os
conflitos étnicos, a violência, a corrupção, o racismo e
todo tipo de preconceito que deparamos na sociedade
contemporânea, tanto nos países ricos como nos países
pobres.
Esperamos que estas explicações satisfaçam à expectativa
do leitor que nos escreveu.