A leitora Fernanda
de Carvalho Rodrigues, em mensagem publicada na seção de
Cartas desta edição, enviou-nos a seguinte questão:
Sempre ouvimos que as reuniões mediúnicas devem ser
privativas e nunca abertas ao público. Esse entendimento
ainda prevalece nos centros espíritas?
Já nos manifestamos nesta revista em mais de uma
oportunidade. Conforme entendimento comum esposado por
autores diversos que trataram do assunto, podemos
afirmar que nada mudou com relação à proposta de que as
reuniões mediúnicas devam ser privativas e jamais
abertas ao público.
As razões disso são de fácil compreensão.
Uma reunião mediúnica não é local para satisfação da
curiosidade nem lugar para recreação. O padrão
vibratório de uma reunião dessa natureza requer
equilíbrio, preparo e seriedade de todos que ali se
reúnem.
Uma reunião mediúnica, especialmente quando seu objetivo
é o esclarecimento das entidades desencarnadas,
assemelha-se muito a uma enfermaria, com recursos
trazidos da Espiritualidade para tratamento das
criaturas conturbadas e infelizes que ali comparecem.
Não se compreende, portanto, que a sessão seja aberta a
curiosos, advertência que Cairbar Schutel, Carlos
Imbassahy e Spártaco Banal fizeram em obras publicadas
antes do surgimento de André Luiz no cenário editorial
brasileiro. Allan Kardec, aliás, já havia tratado da
questão quando respondeu aos que lhe propunham abrir ao
público as sessões da Sociedade Parisiense de Estudos
Espíritas. Não seria, pois, diferente a opinião de
Divaldo Franco acerca do tema. “Nunca é demais
recomendar - diz o ilustre médium e tribuno baiano - que
as sessões mediúnicas sejam de caráter privado.”
Confirmando as advertências de todos eles, André Luiz
observa: “Coloquemo-nos no lugar dos desencarnados em
desequilíbrio e entenderemos, de pronto, a
inoportunidade da presença de qualquer pessoa estranha a
obra assistencial dessa natureza”.
Diz ainda André Luiz, no cap. 21 de seu livro Desobsessão:
“O serviço de desobsessão não é um departamento de
trabalho para cortesias sociais que, embora
respeitáveis, não se compadecem com a enfermagem
espiritual a ser desenvolvida, a benefício de irmãos
desencarnados que amargas dificuldades atormentam. Ainda
assim, há casos em que companheiros da construção
espírita-cristã, quando solicitem permissão para isso,
podem ter acesso ao serviço, em caráter de observação
construtiva; entretanto, é forçoso preservar o cuidado
de não acolhê-los em grande número para que o clima
vibratório da reunião não venha a sofrer mudanças
inoportunas. Essas visitas, no entanto, devem ser
recebidas apenas de raro em raro, e em circunstâncias
realmente aceitáveis no plano dos trabalhos de
desobsessão, principalmente quando objetivem a fundação
de atividades congêneres. E antes da admissão necessária
é imperioso que os mentores espirituais do grupo sejam
previamente consultados, por respeito justo às
responsabilidades que abraçam, em favor da equipe, muito
embora saibamos que a orientação das atividades
espíritas vigora na própria Doutrina Espírita e não no
arbítrio dos amigos desencarnados, mesmo aqueles que
testemunhem elevada condição."
Esperamos que as explicações acima atendam à expectativa
da leitora.