A
necessidade
de
Kardec
Estudar
o
Espiritismo
é
necessariamente
estudar
Kardec.
Ou
melhor
dizendo,
estudar
as obras
básicas
desta
doutrina
codificada
pelo
Professor
Rivail,
que
adotou o
pseudônimo
de Allan
Kardec
para que
sua obra
com a
doutrina
espírita
não se
confundisse
com sua
obra de
pedagogo,
anterior
à
codificação.
Inclusive,
como
podemos
constatar
na
introdução
de O
livro
dos
Espíritos,
o
codificador
teve o
cuidado
de usar
uma
expressão
nova,
Espiritismo,
para
designar
algo
novo,
mais uma
vez se
preocupando
com uma
possível
confusão.
Podemos
concluir
disso
que a
preocupação
de
Kardec
não era
que ele
estivesse
em
evidência.
Mas sim
a
doutrina
que
tanto
conforto
tem
oferecido
a quem a
busque.
Pois
bem, é
muito
comum na
atualidade
Kardec e
as obras
básicas
serem
esquecidos
na casa
espírita,
que é o
lugar
responsável,
em
primeira
mão,
pela
divulgação
da
doutrina
dos
Espíritos.
E o
Espiritismo
corre um
grande
risco de
descambar
para uma
doutrina
mística
e de
achismo.
Urge que
façamos
que o
protagonista
seja
novamente
o
Cristo,
incentivando,
para
isso, o
estudo
sério da
doutrina,
que é,
aliás, o
segundo
mandamento
espírita
contido
em O
Evangelho
segundo
O
Espiritismo:
Instruir-vos.
Nas sagradas escrituras, buscando o espírito além das
palavras, em João 3:30, vamos encontrar a seguinte
referência: "É preciso que o Cristo cresça e que eu
diminua". Numa conversa entre João Batista e alguns
daqueles que viam Jesus praticar o batismo, ele afirma
que Jesus, ou ainda, a mensagem de Jesus, é que deveria
prevalecer.
As obras básicas de Allan Kardec são o conjunto das
respostas dos Espíritos responsáveis pela codificação do
Espiritismo sob a supervisão de Jesus. Elas, e não os
guias espirituais, é que devem ser buscadas quando temos
alguma dúvida sobre o que preconiza o Espiritismo.
Portanto, é de extrema importância que aquele que se
propõe a divulgar a doutrina espírita tenha o cuidado de
citar as fontes de suas citações em palestras ou
artigos. Para que quem ouça ou leia possa ir buscar,
inclusive, o contexto em que tal ou qual citação foi
feita.
O conhecimento liberta. Conhecereis a verdade e ela vos
libertará, disse Jesus. O conhecimento espírita tem, com
muito mais propriedade, essa função, já que não é feito
de alegorias. Mas vem explicar aquilo que foi dito pelo
Cristo em parábolas numa época em que as pessoas não
estavam preparadas para tais ensinamentos de forma
clara.
A doutrina espírita não tem sacerdotes e nem dá
exclusividades a ninguém sobre sua divulgação, já que
nos ensina que nós fomos criados simples e ignorantes e
somos nós mesmos os responsáveis pelas nossas conquistas
morais e intelectuais. O que forma nossa
individualidade, mas que, ao mesmo tempo, nos dá mais
responsabilidades. Essa doutrina também nos deixa bem
claro que devemos respeitar o livre-arbítrio de cada
companheiro de jornada.
Mas toda vez que tentamos manipular de alguma forma a
divulgação da doutrina ou chamar a atenção para nós,
simples instrumentos da espiritualidade, corremos o
risco de desrespeitar nossos irmãos e prestamos um
grande desserviço à divulgação em questão. Assim como
corremos o risco de cair na obsessão identificada por
Allan Kardec por Fascinação.
E já que o foco da doutrina espírita deve ser
primeiramente em nós mesmos, em nossa melhora íntima, a
pergunta que devemos nos fazer constantemente, com muita
calma e refletindo com ainda mais cuidado sobre a
resposta, é: estou me comportando como instrumento do
Cristo ou como alguém que se acha um Espírito superior.
A nossa consciência quando consultada com sinceridade
nos mostrará, não se, mas onde devemos melhorar. Pois
não há dúvida quanto à existência dessa necessidade em
nós.