Autoconhecimento e evolução
Se buscarmos saber, através na Doutrina dos Espíritos,
qual a finalidade da vida, encontraremos as respostas
que elucidarão vários questionamentos. Sendo Deus a
inteligência suprema e causa primária de todas as
coisas, segundo a pergunta número um de O Livro dos
Espíritos, não seria lógico entendermos uma vida
efêmera “do berço ao túmulo” sem nenhum outro
objetivo grandioso que viesse a justificar a nossa
existência como seres inteligentes da criação. Porém,
para enveredarmos nesse estudo pessoal e interior,
faz-se necessário o autoconhecimento, ou seja,
sabermos o que somos em termos de pensamentos e
atitudes que refletem tudo aquilo que queremos,
realizamos ou nos negamos a fazer.
Imprescindível esse caminhar, visto que dessa forma
estaremos atingindo o âmago do nosso ser e desbravando
esse labirinto interior imenso e pouco conhecido. A
propósito das palavras do Apóstolo Paulo em I Coríntios
15:44, quando diz: “Semeado
corpo animal, ressuscita corpo espiritual”. Se há
um corpo animal, também há um espiritual”. Assim,
o processo reencarnatório visa à nossa evolução
gradativa até atingirmos a perfeição relativa que nos
cabe alcançar.
Destarte, precisamos perscrutar as nossas fragilidades e
aptidões para corrigirmos aquelas e aprimorarmos estas
que são os talentos a serem desenvolvidos. Avaliando
esses aspectos teremos condições de realizar a reforma
íntima, já que conhecendo a nossa realidade,
poderemos buscar as transformações necessárias que
venham a favorecer o nosso crescimento intelecto-moral.
No livro Autodescobrimento, uma busca interior,
Editora Leal, 17ª edição, pág. 41, psicografia de
Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis,
temos: “Cada ser humano é uma incógnita a ser
equacionada por ele próprio”. A par disso fica
evidente que somos desconhecidos de nós mesmos,
constituindo-se isso em obstáculo para nosso
aprimoramento.
Para essa reflexão precisamos, antes de tudo, da vontade. Sem
ela jamais daremos o primeiro passo. Sucedendo-a deve
prevalecer a perseverança nessa busca diuturna, já que a
cada dia nossas emoções e sentimentos afloram de forma
diferente e, não raro, surpreendemo-nos naquilo que
fazemos...
Nesse caminho poderemos conviver melhor com os nossos
semelhantes por encontrarmos neles muito daquilo que
somos e, inadvertidamente, os criticamos e julgamos. É
nessa prática que a indulgência se faz presente como uma
maneira de frear o açodamento de nossas atitudes. Ainda
no livro citado, pág. 89, encontramos: “A incessante
renovação dos valores para melhor torna-se motivação
permanente para a estruturação do ser real, profundo,
vitorioso sobre si mesmo”.
No livro Cirurgia Moral, pág. 6, psicografia de
João Nunes Maia, pelo Espírito Lancellin, temos: “A
escola externa difere da interna. São duas forças
paralelas, mas com objetivos idênticos: a perfeição da
criatura. A educação interna objetiva o intercâmbio nas
esferas exteriores. O homem que já descobriu a si mesmo
é valorizado em todas as dimensões da vida”. (Perseverar
sempre, desistir jamais.)
|