Como falas? Como escreves?
“E tornando a inclinar, escrevia na terra.” —
(João, 8:8.)
Quanta gente não abusará dos recursos da escrita, por
veicular imposições e difundir enganos na Terra?
Quantos Espíritos, mesmo desencarnados, valem-se dessa
possibilidade para atender a venenosos caprichos
individuais?
Aqui escreve-se para a consecução de determinados
objetivos inferiores, além, aproveitam-se publicações
para o mercado de propósitos subalternos.
Quantas vezes, nós mesmos teremos movimentado o jornal
ou o livro, pretendendo impor nossa interpretação
individual?
Quem escreve precisará lutar contra numerosas
leviandades que ameaçam o espírito. É indispensável
guardar-se todos os dias. E, nessa vigilância justa,
será razoável lembrar a posição de Jesus que não deixou
livros ou pergaminhos, legando-nos, apesar disso, os
tesouros da vida imperecível.
Importa considerar, no entanto, que o Mestre Divino
escreveu na terra. Nunca encontraste o simbolismo
profundo desse gesto de Cristo?
Quem poderá passar no planeta sem grafar alguma ideia
nos caminhos do mundo? Nem todo homem gravará páginas,
mas todos escreverão na Terra a história de sua passagem
comum.
No campo, traçará leiras, plantará árvores, modificará
paisagens; nas cidades construirá oficinas, instituirá
universidades, levantará edifícios.
A Terra é o grande livro que o Senhor nos deu aos
serviços de formação espiritual.
Ainda que não percebas, estás escrevendo diariamente. Se
és a criatura de entendimento frágil, se ainda não tens
o contato com os ensinamentos do Cristo, não te
descuides da escrita diária.
Vê o que gravas nas páginas da vida. Tuas mãos e
atitudes gravam sempre, a todo minuto, com as tintas
luminosas ou sombrias do coração.
A Terra está registrando o que fazes. Não manches o
livro que o Pai nos confiou.
Do livro Nós, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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