Elucidações de Emmanuel

por Francisco Cândido Xavier

  

Como falas? Como escreves?

 

“E tornando a inclinar, escrevia na terra.” — (João, 8:8.)

 

Quanta gente não abusará dos recursos da escrita, por veicular imposições e difundir enganos na Terra?

Quantos Espíritos, mesmo desencarnados, valem-se dessa possibilidade para atender a venenosos caprichos individuais?

Aqui escreve-se para a consecução de determinados objetivos inferiores, além, aproveitam-se publicações para o mercado de propósitos subalternos.

Quantas vezes, nós mesmos teremos movimentado o jornal ou o livro, pretendendo impor nossa interpretação individual?

Quem escreve precisará lutar contra numerosas leviandades que ameaçam o espírito. É indispensável guardar-se todos os dias. E, nessa vigilância justa, será razoável lembrar a posição de Jesus que não deixou livros ou pergaminhos, legando-nos, apesar disso, os tesouros da vida imperecível.

Importa considerar, no entanto, que o Mestre Divino escreveu na terra. Nunca encontraste o simbolismo profundo desse gesto de Cristo?

Quem poderá passar no planeta sem grafar alguma ideia nos caminhos do mundo? Nem todo homem gravará páginas, mas todos escreverão na Terra a história de sua passagem comum.

No campo, traçará leiras, plantará árvores, modificará paisagens; nas cidades construirá oficinas, instituirá universidades, levantará edifícios.

A Terra é o grande livro que o Senhor nos deu aos serviços de formação espiritual.

Ainda que não percebas, estás escrevendo diariamente. Se és a criatura de entendimento frágil, se ainda não tens o contato com os ensinamentos do Cristo, não te descuides da escrita diária.

Vê o que gravas nas páginas da vida. Tuas mãos e atitudes gravam sempre, a todo minuto, com as tintas luminosas ou sombrias do coração.

A Terra está registrando o que fazes. Não manches o livro que o Pai nos confiou.

 

Do livro Nós, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.




 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita