Quantas experiências bem
vividas você tem em uma única
existência?
Dia atrás, conversando com um amigo, a
prosa enveredou-se pelas atividades
desenvolvidas por este amigo ao longo da
vida.
Quantas experiências conseguimos viver
numa única existência?
Ele narrou:
"Trabalhei 23 anos na empresa X,
simultaneamente dei aula 20 anos na
faculdade Y. Depois montei uma loja de
roupas, foram mais 10 anos,
paralelamente à loja de roupas prestei
consultoria também pelo tempo de 10
anos, além de estar há 30 anos
coordenando um trabalho filantrópico, em
que compareço todos os sábados. Ah, ia
me esquecendo, estou casado há 35 anos".
Junte todos esses anos e chegará ao
total de 128 anos de experiências
contadas de uma forma bem resumida, pois
claro que o amigo em questão teve tantas
outras experiências para somar à bagagem
existencial.
O trabalho é um elemento que leva o
homem ao progresso e, observe, os
Espíritos definem trabalho como toda
ocupação útil.
Este amigo tem por volta de 60 anos e
ainda não parou.
Um sujeito que desencarna aos 80 anos
pode perfeitamente acumular mais de 160
anos de experiências nos mais diversos
campos do saber humano, o que equivale a
viver, com o perdão do excesso, duas
vidas em uma única existência, isto é,
se bem aproveitadas.
O ponto central, penso, é nem sempre nos
darmos conta das muitas experiências que
passamos na vida e fazermos as coisas,
como se diz no jargão popular, ‘meia
boca”, mais ou menos, sem excelência, de
modo a não aproveitarmos de forma
adequada o tempo dedicado a esta ou
aquela atividade. Fazemos por fazer e,
então, nada, de fato, conquistamos.
Claro que com a mudança dos tempos e a
entrada da tecnologia em nossas vidas
fomos sendo abocanhados cada vez mais
pelas inúmeras atividades que surgem e,
muitas vezes, quando percebemos estamos
fazendo muitas coisas mal feitas pelo
simples fato de não sabermos falar ‘não”
ou, realmente, não nos darmos conta de
que podemos ser absorvidos pelas
“exigências” do mundo moderno e irmos
“deixando a vida nos levar”.
Portanto, se temos oportunidades, hoje,
de desenvolvermos nosso Espírito por
meio do trabalho em muitos campos do
saber, um desafio que se apresenta é
escolhermos bem onde queremos depositar
nossas fichas de atenção.
Eis que abre campo para um outro
desafio: escolher. Aliás, Kardec sempre
falou da importância das boas
resoluções. Então, se o tempo é nossa
moeda preciosa, decidir bem empregá-lo
poderá trazer à alma grandes benefícios
no campo do progresso intelectual e
moral.
De maneira que o indivíduo pode ter
muitas experiências nesta vida, porém,
sem bem aproveitá-las, chegando ao final
de sua existência tendo feito muitas
coisas e absorvido quase nada.
Aliás, quantas experiências você já
viveu nesta existência?
Quantas experiências você soube bem
aproveitar?