Morte e reencontro
Apagara-se a luz, de pupila a pupila!
Começa noite enorme! O quarto faz-se escuro…
Rígido, o corpo lembra inesperado muro,
Carga de pedra e cal que me prende e aniquila!…
Em torno escuto ainda a palavra intranquila
Dos que choram na sombra em que me desfiguro!…
Guardo estranha aflição, no temor do futuro,
Espírito algemado a casulo de argila.
Em vão clamo sem voz na dor que me subleva…
Mas de repente, oh! Deus! um clarão rasga a treva,
Sinto o afago de alguém… Vejo-me de alma erguida!…
Torno a ver minha mãe, na morte que transponho,
E em seus braços de amor, como na luz de um sonho,
Encontro, além da Terra, a vida de Outra Vida!…