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por José Reis Chaves

Espíritos, Pentecostes e o Espírito Santo


Pentecostes, do grego 
Pentēkosté e do hebraico Shavuoth, cujos significados são os cinquenta dias após a Páscoa, em comemoração e gratidão pelos judeus a Javé pela colheita dos alimentos, e para os cristãos lembram as manifestações de espíritos (chamados de Espírito Santo pelos cristãos) aos apóstolos, aos gentios e à entrega das Tábuas dos Dez Mandamentos por um espírito (anjo) a Moisés no Monte Sinai. (Cf. 2ª Coríntios, 3:7).

Muitos dizem, erradamente, que foi Deus que as entregou a Moisés. E essas manifestações de espíritos nos Pentecostes cristãos são o início do Consolador prometido (o Espiritismo).

Para os teólogos trinitaristas, o Consolador é um só espírito, que eles denominaram de o Espírito Santo, mas os Pentecostes cristãos mostram, como vimos, que não é um só espírito (início do Livro de Atos). “E de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.” (Atos 2:2 e 3).

É comum os espíritos se manifestarem em forma de luz e fogo. As línguas de fogo representam, pois, os espíritos que pousaram sobre cada um dos apóstolos (todos eles eram pneumatas ou médiuns) e cada espírito manifestante, em forma de fogo, falou em línguas de seus países e que foram entendidas pelos estrangeiros presentes desses respectivos países.

Os teólogos passaram a chamá-los de o Espírito Santo, como se fosse só um espírito. E lembremos que os tradutores da Bíblia adaptaram os textos dela sobre manifestação de bons espíritos para o clero como sendo o único Espírito Santo ou, então, de um modo geral, como sendo os demônios, ”daimones” no grego bíblico, mas lembremos também que essa palavra “daimones” (singular “daimon”) significa almas ou espíritos desencarnados, maus como bons e até santos canonizados pela Igreja. Mas, muito erradamente, criou-se entre os cristãos a doutrina de que todos os espíritos manifestantes são maus, que eles denominaram de demônios e de outra categoria não humana, erro absurdo contra o ensino bíblico.

E quando Pedro descobriu que existem Pentecostes, também, entre os gentios, ele disse-lhes: “Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo (não falou do Espírito Santo ainda não conhecido) para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2:38), na verdade, “um” espírito santo. E o Espírito Santo aqui deve ser interpolação, pois Ele só se tornou doutrina oficial da Igreja no Concílio Ecumênico de Constantinopla em 381, quase 4 séculos depois.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita